Pietro.

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POV LUDMILLA

- Assim que vestir a roupa entre na sala ao lado e fique o tempo todo do lado da sua mulher, não quero ter que socorrer ninguém desmaiado por ver um parto. - Assenti já virando a maçaneta da porta.

Troquei minhas roupas pelas do hospital já fazendo uma nota mental: em hipótese alguma olhar pra baixo.. ficar o tempo todo ao lado da Brunna.. não desmaiar...NÃO DESMAIAR! Reforcei isso pra mim mesma, não desmaiar!

Adentrei a sala e vi Brunna ao centro dela. Ao lado de Brunna estava a doutora e duas auxiliares, uma delas colocava um pequeno aparelhinho no dedo de Brunna, a doutora me explicou que aquele aparelho se chamava oxímetro e iria servir para sabermos como os batimentos cardíacos de Brunna estavam.

Brunna também já estava devidamente vestida com a camisola do hospital, uma touca em sua cabeça e uma espécie de meias nos pés. O semblante dela ainda era de muita dor, senti pena ao vê-la dessa forma.

- Ludmilla.. - Ouvi a voz fraca dela me chamando e fui ao seu lado. - Por favor, fica aqui comigo - Pediu chorosa. Senti vontade de chorar ao vê-la tão sensível.

- Vou estar aqui o tempo todo. - Abaixei deixando um beijo em sua testa suada.

- Estou com muito medo. - Confessou e dessa vez não segurou as lágrimas. - E se eu não conseguir?

- Meu anjinho, não precisa ter medo. - Limpei suas lágrimas. - Vamos conseguir juntas, logo veremos o rostinho do nosso bebê. Fica calma!

- Vamos lá, Brunna.. pronta? - Brunna fungou e assentiu ainda com lágrimas nos olhos. Podia ver que Brunna estava com medo, assustada. - Abra as pernas e coloque-as no apoio . - Brunna o fez. - Quando sentir que a contração vier, inspire bem fundo, prenda a respiração e faça força, tudo bem?

- Ok.

No momento seguinte mais uma contração veio, Brunna ficou inteiramente vermelha, senti o aperto das mãos de Brunna nas minhas, apertei -as passando força. Ela puxou todo o ar e o soltou junto com um grito ao fazer a força para empurrar o bebê.

- Misericórdia , que dooor - Brunna reclamou um pouco desesperada. Eu estava apavorada de vê-la dessa forma, mas precisava me manter calma. - Eu não vou conseguir, ele não vai passar por aqui, eu quero cesárea... - Brunna em todo o tempo de acompanhamento do pre Natal deixou claro que era contra a cesárea, que o nosso filho somente nasceria de cesárea se não fosse possível o parto normal.

- Você vai conseguir sim, seu bebê quer nascer, Brunna. Vamos, faça um pouquinho mais de força, evite gritar, isso só vai te cansar mais. - A doutora explicou.

- Você consegue meu amor, você não quer ver nosso bebê? Procura não gritar, você ouviu o que a doutora disse.

- Não é da sua boceta que uma criança está saindo, então não me mande não gritar! - Trincou os dentes ao sentir mais uma contração. - Ahhhh mas que cacete.. - Gritou.

- Isso, Brunna, isso. - A incentivou. - Já consigo ver os cabelinhos, ele será cabeludo. - Olho pra Brunna e a vejo chorando, instantemente meus olhos se enchem de lágrimas ao imaginar meu filho, seria a coisa mais linda do mundo. - Quando a dor vier empurre..... boa, isso mesmo.. já consigo ver a cabecinha, estamos quase lá..

Deixo minha curiosidade falar mais alto e dou alguns passos à frente na tentativa de ver meu filho, mas tudo que vejo é muito sangue junto a cabeça do meu filho saindo de Brunna. Tudo começa a girar, vejo tudo escurecer, as vozes ficando cada vez mais longes...Mas que diabos..

- NÃO DESMAIA SUA FILHA DA PUTA, SE ME DEIXAR SOZINHA PARINDO ESSA CRIANÇA EU TE MATO. - Ouvi Brunna gritando ainda longe, aérea... Ao sentir dois braços me segurando fui retomando a consciência, voltando a realidade... - SUA.. SUA IMBE....ARRGGGGHR - Gritou em meio a contração e enfim ouvimos o tão esperado choro..

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