Amsterdã.

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POV BRUNNA

- Pronto, bebê. Mamãe tá aqui! — Peguei Pietro no colo enquanto ele chorava absurdamente alto. Eu estava em uma arena ensaiando para meu primeiro show depois da minha gravidez e de todos esses meses afastada do meu trabalho.

Eu vinha ensaiando a alguns meses, pois queria que minha volta fosse um grande espetáculo. Eu sempre tive a ajuda de Ludmilla pra cuidar de Pietro, porém agora ela estava em Amsterdã com Jasmine, e eu dependia de Vero para cuidar de Pietro enquanto eu ensaiava, mas as vezes era impossível. O dia mal havia começado e ele já estava enjoado, era só ouvir minha voz que dava inicio a um choro alto, que apertava o meu coração de mãe e me fazia ir até ele. E ainda estava pior por ele estar com uma tremenda dor de garganta, o que o deixava ainda mais enjoado.

- Se você ficar vindo aqui toda hora ai que ele não vai parar de chorar mesmo, cabeção. Ele vai saber que se chorar você vai voltar aqui e pegar ele. — Vero disse colocando a chupeta na boca de Pietro que agora soluçava. Aquilo partia o meu coração. Meu filho só queria ficar perto de mim.

- Não aguento ficar ouvindo o choro dele.. — Vero suspirou. Ludmilla fazia falta, e muito. Talvez a ideia de voltar a fazer shows não era mais tão boa assim.

- Ele só queria você mesmo. Olha como fica quietinho. — Vero disse e eu sorri olhando para Pietro. Ele estava sentado no meu colo segurando meu dedo com força, de uma forma até possessiva que me fez lembrar a mãe dele.

- Brunna? O que está havendo? Ele tá bem? — Patrícia perguntou preocupada entrando no camarim.

- Sim, ele está bem! Só estava..

- Oque está fazendo? Você precisa continuar.. — Ian apareceu do nada, parecia nervoso. Ian era da equipe de marketing da turnê e estava escalado para fazer tudo aquilo ser realmente um espetáculo, o que o tornava um chato as vezes. Ele era uma boa pessoa e até um bom amigo, mas não me dava descanso e isso me irritava.

- Pietro estava chorando, Ian. Só vim ver...

- Você não pode vim aqui toda vez que seu bebê chorar sem um motivo.. — Ian interrompeu me fazendo bufar de raiva. - Pra que contratou essa babá então? Não está servindo pra nada! — Ele disse olhando para Vero e eu arregalei os olhos. Vero abriu a boca e arqueou a sobrancelha, pronta para revidar.

- Olha aqui, meu queridinho, você está achando que você é quem, hein? — Vero disse se aproximando de Ian que tinha um sorrisinho irônico no rosto.

- Já chega — Patrícia afastou Vero de Ian e entrou no meio da gente. - O bebê da Brunna está enjoado, Ian. Ele está doente. Ela é a mãe dele! — Patrícia disse e Ian revirou os olhos.

- O que vamos fazer com esse chorão? Ela precisa ensaiar! — Ian falou e trinquei os dentes. Minha vontade era dar na cara dele pelo jeito que falava do meu filho.

- Chame meu filho de chorão de novo e verá uma mãe irritada!

- Tanto faz, Brunna. Eu estou preocupado com o show, você sabe que qualquer erro é mortal, não é? E pelo o que eu estava vendo você não pegou todos os passos de dança...

- Ian, PARA! — Patricia deu um grito e agradeci mentalmente, pois Ian já estava me apavorando.

- Tá bem, Patrícia. Mas o que vamos fazer com a porra do bebê? — Ian perguntou e senti meu sangue ferver.

- Não chame meu filho de porra! — Falei segurando Pietro em uma das mãos e com a outra eu estava socando Ian do jeito que eu podia. Já não era a primeira vez que eu perdia o controle e dava uns murros nele, mas ele parecia não se importar. Devia saber que era um cara insuportável as vezes.

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