Confiar.

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LUDMILLA POV

- Não. Parece estar tudo certo.. A Angelina disse e respirei aliviada. - Seus bebês estão bem. Ela conclui­u e arregalei os olhos. "Seus bebês". Aquilo significava que tinha mais de um. Gêmeos. Brunna estava grávida e gêmeos? Não podia ser. Continuei encarando a doutora enquanto ela me olhava com um sorriso no rosto. Eu queria dizer algo. Queria conseguir me mexer pelo menos. Mas não conseguia. Não conseguia dizer uma palavra.

- Ludmilla... Ouvi a voz de alguém, parecia ser Brunna. A doutora começou a rir junto com Brunna e não entendi mais nada. As duas bateram as mãos e continuei na mesma posição.

- Me deve cem pratas! A doutora disse rindo e Brunna me chacoalhou, só então consegui me mexer.

- não mesmo. Você disse que ela ia desmaiar...

- O que está acontecendo? Foi o que consegui dizer.

- A gente apostou que você desmaiaria ou não se eu estivesse grávida de gêmeos. Camila falou e percebi que as duas estavam só zoando com a minha cara. O que me deixou um pouco irritada, pois aquilo havia me assustado. E muito. Eu simplesmente enlouqueceria se tivesse mais de um bebê na barriga de Brunna. Era uma coisa totalmente inesperada e é claro que se fosse verdade eu entraria em estado de choque, como eu estava. Estou agora irritada, queria saber da onde Brunna tinha tirado toda aquela intimidade com Angelina.

- Seria um grande susto. Só isso. Falei calmamente e encarei a doutora. - Qual o sexo do bebê?  Perguntei e as duas se entreolharam, como se soubessem que eu não havia achado graça nenhuma na brincadeira delas. Brunna estava imóvel na cadeira do lado encarando a médica. Segurei sua mão e ela me encarou sorrindo.

- É um menino. A doutora falou toda sorridente. Olhei para Brunna e ela também sorria. Um menino. Porra. Era o que eu queria. Eu estava sorrindo como uma idiota.

- Eu sabia — Camila disse sorrindo para mim. Eu não podia estar mais feliz. Tudo parecia estar dando certo e isso me alegrava mais.

- vocês tem alguma pergunta? A doutora Angelina perguntou.

- Sim.. — Falei e as duas me encararam. - Esse estresse na gravidez ode prejudicar em alguma coisa?

- Eu diria que o nervosismo é um inimigo poderoso da gestação.. A doutora disse.

- Digamos que minha esposa aqui seja uma grávida bem estressada e chorona. Falei e Brunna apertou minha mão com força, quase num ato proposital.

- Eu diria que isso acontece bastante com gestantes, mas não é algo bom. O estresse libera hormônios que contraem o útero e diminuem a vascularização. Sob estresse, você come pior, sua digestão é pior, a absorção de nutrientes é pior, a vulnerabilidade a infecção é maior. Se você anda estressada, são maiores os riscos de ter problemas como hipertensão e infecções. E isso pode prejudicar o desenvolvimento mental da criança também. A doutora falava e Brunna e eu prestavamos atenção em tudo. Brunna parecia preocupada com o assunto também. Parecia ter percebido o quanto aquilo estava me assustando. - Eu lhe aconselho a ficar longe de trabalho, comidas pesadas e até de assuntos que podem lhe fragilizar. Tenta ficar quietinha, sossegada, que seu bebê também vai ficar.

- Com a vida que eu levo é meio difícil. — Camila falou calmamente.

- Eu imagino. Mas tente ficar ao máximo longe disso. Seu bebê é sua prioridade agora. Ele vai estar saudável se você estiver. Ele sente o que você sente. Pense nisso. Angelina nos aconselhou e Brunna assentiu. Nos despedimos da Doutora Angelina e já marcando uma próxima consulta e saímos dali.

- Cheia de intimidade com a obstetra, não é? â Falei abrindo a porta para Brunna entrar no carro. - Eu não gostei nada disso.

- Ela é uma boa pessoa, acho que deu pra você ver. Eu quis o contato dela pra caso tivesse alguma dúvida falasse com ela. Nós acabamos conversando bastante e combinamos de te trolar. Revirei os olhos.

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