Havia uma abertura de caverna atrás da pedra. Ou apenas de um buraco provocado pelas últimas explosões. Com certeza era recente e não estava ali em meses anteriores, ou até em minutos anteriores (seria por isso a polícia não se deu conta dela?).
Não era uma abertura grande, mas o suficiente para crianças e cachorros passarem com folga, então o cachorro, Kalu e Açucena já haviam desaparecido por ela.
Amanajé, Ítalo, Caíque e Larissa se juntaram em frente à abertura e olharam para dentro. Estava escuro. Ítalo ligou a lanterna de seu celular e iluminou. Após a abertura havia um espaço maior e depois uma espécie de corredor. Tipo os feitos por mineiros em minas antigas. Açucena, Caíque e Thor, já corriam por ele.
— Bom — disse Caíque. — Vou atrás deles. Tenho que trazê-los de volta.
— Eu vou também — disse Anajé. — Preciso saber se tem possibilidade de a Larissa estar por aqui.
Caíque ligou a lanterna do seu celular e entrou. Anajé foi atrás.
Enquanto caminhava logo atrás de Caíque no túnel, Anajé sentia uma apreensão insana crescendo dentro dele. Ele não entendia aquele sentimento. Seria por causa do medo do que poderia encontrar?
Ele tocou a parede de pedras. Estava fria e úmida. Então ele visualizou um brilho estranho que se interpôs entre ele e o amigo. Parecia quase palpável. Como uma gelatina. Ele estendeu a mão e tocou. E foi imediatamente sugado.
O garoto podia sentir a sensação de atravessar um espaço que o abrangia, cercava e conduzia. Estava voando? Flutuando seria mais certo.
A luz era intensa. Anajé pensou que não era só um espaço que ele atravessava. Mas havia algo com o tempo também. Ele parecia estar em um local onde o tempo e espaço não funcionava como ele sempre percebera.
Seria possível que esse túnel fosse como um buraco negro, ou buraco de minhoca se desdobrando sobre si mesmo e o levando para um universo desconhecido?
Anajé nem sabia por que estava pensando aquelas coisas. E não sabia o que fazer também. Ele não tinha domínio sobre si e nem sobre seu corpo, que viajava na estranha luz.
Tudo era silêncio. Exceto por um som parecido com uma panela de pressão fervendo. Um zumbido. E então ele caiu no chão com um baque. Olhou em volta. Estava em um lugar diferente, desconhecido.
Estava em uma floresta, mas em sua frente havia um portão. Após o portão um brilho que lembrava uma cidade iluminada à noite.
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As noivas de Ratanabá
Mystery / Thriller🎖🏆 (MENÇÃO HONROSA 1 - Concurso SuspenseLP16)🎖🏆 Histórias antigas diziam de uma cidade perdida na Amazônia. Alguns povos a chamavam de Ratanabá. Ou Akakor... Mas isso eram só lendas. Os mais jovens sequer tinham ouvido sobre essas histórias. Nã...