Capítulo 3

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Me falem o que estão achando, por favor! Comentem muiiiiito que me dá ânimo para escrever mais!

Beijão e boa leitura.
🌹
Trilha Sonora: Kozmic Blues - Janis Joplin

Salvatore

       Adentrei aquele salão repleto das mais peçonhentas cobras do mercado financeiro, realmente uma escória da sociedade e eu fazia parte dela. Garçons circulavam naquele recinto com bandejas de caras vitualhas, servindo aos convidados naquele largo e luxuoso recinto. Homens e mulheres puramente superficiais, homens que andavam com aquelas mulheres como troféus, exibindo suas novas namoradas e quando não haviam trocados as esposas, essas andavam com os rostos repuxados pelo trabalho de algum rico médico, com o constante medo de serem trocadas. Tirei de dentro do bolso interno da parte superior de minhas vestes um anel, era um grosso e valioso aro, a pedra preciosa era verde adornada por desenhos de alguma mitologia feito no ouro 24 quilates, usava-o apenas para ocasiões especiais e esse era uma delas.

       Segui direto em direção ao elevador, desviando de alguns outros convidados e prestadores de serviço, apertando o tal botão e aguardando que as portas de metal se abrissem.

      — Qual andar, senhor? — perguntou o funcionário, a mim restando apenas mostrar o anel.

       O elevador se movia, descia para o subsolo onde o verdadeiro motivo daquela reunião se revelava. Quando parou e as portas se abriram novamente, dei alguns passos saindo da caixa de metal.

        — Cheguei, senhores, podemos começar.

[...]

       Momentos antes...

       De um dos andares daquele prédio um grupo se encontrava naquele corredor em frente a uma das janelas, a madeira nobre ia das paredes ao chão, suas paredes históricas eram adornadas pelas importantes figuras e contava os mais diferentes acontecimentos. O grupo era composto de abastados rapazes de importantes famílias, a maior parte frequentando os curso de renome, grande importância e custo. Da janela que demarcava o ponto de encontro tinham uma vista, uma vista que dava em direção ao pátio interno onde duas figuras distintas e popularmente conhecidas se encontravam, os rapazes apontavam na direção em conversas paralelas.

      — Qual? A garota punk ou a freira hippie gostosa? Facilmente pegava as duas, tem também a ceguinha...

      — Você vai direto pro inferno, cara... — disse o colega incrédulo.

      — O quê, cara? Estamos só brincando! — levantou as mãos ao alto, como que rendido, rindo jocoso.

     — Tu não presta... — se encostou na parede, cruzou os braços, balançando a cabeça em negativo.

      — É sério... Aposto que a freirinha é virgem... — se aproximou mais da janela, observando-a fascinado — Daria tudo para me enfiar no meio das pernas dela...

       — Credo, Adam... Parece um maníaco. — Rebateu, se desencostando da parede e o olhando revoltado.

        — Aposto que todos vocês não pensam diferente!

       — Cara, não é as...

       — Viu? — o interrompeu. — Só externei o que todos vocês querem dizer!

[...]

       "Era para ser uma viagem.

        Uma viagem ao interior para rever alguns parentes. Porém Nonna, como menino chamava, teve de ser internada. Era um hospital benevolente, não cobravam pelo serviço, não sei se poderia até mesmo ser chamado de hospital, mas o importante era que tinham doentes e pessoas a morrer. Um hospital. Desconsidero aquelas que nasciam, pois se nasciam ali era porque estavam destinadas ao fracasso e a tristeza, nasciam na pobreza e na miséria longe do mundo que se era visado na televisão, nos filmes e revistas. Destinados a serem infelizes, escravo de um sistema falho, onde o mal do século além de crises econômicas e guerras, estava nas doenças mentais, nas doenças que levavam as pessoas a extrema loucura. Levando-as ao delírio, a loucura... ao suicídio.

No Coração Mafioso  [NA AMAZON]Onde histórias criam vida. Descubra agora