Capítulo 6

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Trilha Sonora: Celeste — A Little Love

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Trilha Sonora: Celeste — A Little Love

Fechou a porta sorrindo, apaixonada, sorrindo rosa, sorrindo com repentina paixão, rindo colocando a mão sobre os lábios. Beijara pela primeira vez e fora "lindo! Foi lindo!" Dizia em pensamentos, saltando feito uma criança no corpo de uma mulher, feliz, rindo sozinha e gritando pela amiga, mesmo que para ela por agora não fosse contar, pois queria manter o que aconteceu somente para si, um segredo, não sabia ao certo o porquê, mas temendo dissolver aquele acontecimento, temendo de repente despertar ao falar sobre o que ocorreu, acordar com tudo não passando de um de seus criativos sonhos, algo realizado por si própria
simplesmente para sustentar a vaguidão insolúvel que era o seu anjo em seus pensamentos.

— CLOE! — gritava melodiosa, cantando sem sequer perceber.

O poderoso homem no elevador permitiu-se encostar nas paredes de metal, permitindo-se além, permitindo-se sorrir, os olhos frios agora cintilaram, um sorriso ainda lembrando do gosto de sua Flora, o cheiro de sua Flora, a textura dos lábios de sua Flora... Tudo em sua Flora.

Porém quando as portas do elevador estavam prestes a se abrirem, voltou a ficar ereto em uma postura que se assemelhava ao grande empresário Salvatore. Ajeitou a gravata, fechando a cara e forçando os seus olhos deixarem de cintilarem, porém não conseguira controlar a pele que se pigmentara a cara em escarlate. Caminhando em direção a saída, recuperado do momento de fraqueza e voltando para sua realidade enquanto deixara um de seus prédios.

[...]

O frio se apossava de New York, terminando de fazer com que as folhas da antiga primavera fossem finalmente todas ao chão, dourando a luffa enquanto arrancava o seu verde, enquanto arrancava a sua clorofila. O convívio naquelas terras naquele momento, eram demarcados pelas vestes quentes e de lã, não necessariamente a lã, mas o que mantivesse aquele povo aquiescido enquanto saiam às ruas, ou aqueles que sobre os asfaltos dormiam. A moça acordou com sua constante alegria, o sorriso nos lábios naturalmente contornados. O robe de chambre fora amarrado no corpo daquela que antes do raiar do sol, naquele dia em específico, encontrava-se feliz, mais feliz do que o seu normal que já era de níveis superiores aos da maior parte da população durante as manhãs enquanto acordavam. Entrou para dentro de seu banheiro ligando os jatos de água que logo puseram-se a encher o calhambeque.

Distraída, pensativa, jogava os adereços de seu banho, chegando a sorrir abstrata, melhor dizendo: caída ao chão e com os pensamentos abstratos. Não havia ocorrido verdadeiramente uma queda e a moça não se encontrava literalmente sobre o chão, mas o sorriso que tinha nos lábios significava algo que por muitos era considerado verdadeiramente a queda, por muitos considerando ruína.

Dos lábios uma melodia feliz saía, adentrou a banheira e a esfregar pondo-se-ia. Havia amarrados os longos cabelos cacheados que desciam sobre suas costas antes, agora presos ao topo da cabeça pela tira de elástico, e com a esponja deslizava sobre a pele, limpando qualquer que fossem as sujeiras sobre a superfície deixando rastros, preparando-se para o dia que viria a ter. De banho tomado, vestia às meias-calças e blusas térmicas para se proteger do frio, vestindo um vestido de longas mangas que era justo até a tênue cintura no quadril o tecido se permitindo abrir até os tornozelos, era uma veste azul de um tom claro, quase juvenil e fora emoldurado por um casaco de lã mista cumprido que descia longo de um tom cinza. Preferiu naquela manhã deixar seus cachos presos em um evidente e elegante coque baixo, deixando apenas alguns cachos soltos e o pescoço sendo decorado por simples e singelas pérolas. No rosto o protetor solar que fora aplicado na delicada pele, nos lábios carnudos apenas o batom que hidratava a pele sensível para o frio e nas bochechas o vermelho de um natural tíbio.

No Coração Mafioso  [NA AMAZON]Onde histórias criam vida. Descubra agora