Capítulo 9

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Trilha Sonora: Lana Del Rey - Dealer & She's A Rainbow -
Lola Marsh

         À manhã em luzes adentrava aquele escuro cômodo pela janela, o céu enganava aos desavisados, quem olhasse de dentro de casa seu azul e seu forte sol poderia lembrar de alguma tarde de um verão agradável, lembraria com nostalgia, sairia a ...

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         À manhã em luzes adentrava aquele escuro cômodo pela janela, o céu enganava aos desavisados, quem olhasse de dentro de casa seu azul e seu forte sol poderia lembrar de alguma tarde de um verão agradável, lembraria com nostalgia, sairia a rua com desejo de encontrar com aquela memória novamente, viver com dor aquilo que não mais volta.  Porém quando abrisse a porta e recebesse uma rajada de ar contra o rosto, seria enganado pelo céu californiano em plena New York, tão enganoso quanto o sufista que desse outro estado vinha, com facilidade quebrando seu coração e sem se importar, deixando a ti, sem chão.

Ah, Califórnia... Como detesto-te.

O primeiro passo que desse a rua o seu chão seria tirado, pois não estaria preparado para o que lhe veio, o vento que abateu-se contra si, com roupas de verão em baixos graus. Lhe tiraria o chão e lhe cortaria sua nostalgia em um maldito choque. Isso aconteceria com pessoas melancólicas, não com o casal que dentro do escuro e luxuoso quarto estava, o homem com a cabeça deitada sobre o colo da moça, tranquilo diante da posição que estava. Fechava os olhos, experimentando aquele toque em sua face como carinho, quase permitindo-se dormir, suspirando e ouvindo o riso feminino. O celular da moça era usado de caixa de som, no aparelho a voz de Lana Del Rey em "Dealer" era tocada, a moça passava sobre o rosto do homem um lenço umedecido, limpando qualquer sujeira e tomando cuidado com o machucado no supercílio.

— Como você manteve contato com o espanhol mesmo depois de tanto tempo? — perguntou ele, ainda de olhos fechados, a voz saindo com uma suavidade que os que o conhecem em descrença o olhar-se-iam.

— Ah... acho que comigo foi mais uma questão de não esquecer da minha mãe... — parou o movimento que fazia com lenço, se aventurando em suas profundezas para ser sincera: — Ela sempre falava comigo em espanhol... ao longo dos anos eu... — suspirou, voltando a passar sobre o rosto o lenço — Eu fui perdendo a imagem de seu rosto... Continuar a saber espanhol foi a maneira de ainda me manter conectada com ela... Acho que foi mais isso. — Completou, abaixando-se para um rápido beijo nos lábios masculino deixar, pegando um produto de conta gotas, pingando em seu rosto e no do homem, espalhando com rapidez em sua pele para voltar-se para o homem que havia abertos os olhos para encará-la encantado. — Aí veio um padre mexicano, eu sabia que tinha nascido na Colômbia e falei com ele, praticava um pouco com ele e ele me alfabetizou em espanhol...

— Você tem notícias sobre o seu pai? — perguntou, abrindo os olhos quando ela parou os movimentos que fazia em sua pele.

Eu... nunca o conheci. Quando eu perguntava sobre ele nunca recebi respostas muito completas... Depois que minha mãe morreu e eu nunca mais me questionei sobre ele... Pelo menos não com as pessoas... — voltou a massagear o rosto masculino, brincando com a ponta do nariz masculino, sorrindo — Boing! Fecha os olhos...

No Coração Mafioso  [NA AMAZON]Onde histórias criam vida. Descubra agora