capitulo um.

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A cabeça de Pete se inclina para trás com o movimento brusco direto em seu nariz. Ele não estava esperando o primeiro soco, quiçá o segundo, mas seu rosto recebe o punho fechado do primeiro filho da Segunda Família mais duas ou três vezes antes que ele decida que já é o suficiente para fazê-lo gemer de dor ao invés de desmaiar.

Há muita raiva em todos os movimentos daquele homem, na maneira como ele caminha de um lado para o outro na pequena saleta e na maneira que seus olhos estão pegando fogo todas as vezes que ele os direciona para Pete. Talvez ele realmente o tenha atingido com suas palavras ou talvez Vegas Theerapanyakul seja apenas mais um mimado pela máfia que nunca havia escutado nada além daquilo que ele queria ouvir durante a vida toda.

Exatamente como o primo.

"O que foi?" Ele se aproxima mais uma vez, um sorriso calmo brilhando em seus lábios. Embora levemente confuso, Pete consegue enxergá-lo com exatidão. O cabelo bagunçado, vítima de mãos ansiosas e rosto corado. Vegas balança suas sobrancelhas como uma pergunta silenciosa, questionando. "Você finalmente engasgou com suas próprias palavras?"

O nariz dói quando Pete veste seu sorriso bonito de novo. Ele teme que o próximo soco possa arrancar um de seus dentes mas nada lhe dá mais satisfação do que rir enquanto esperam que ele chore.

"Vá se foder." Grunhi.

Agora, algumas horas depois, ele não sabe ao certo quantas, eles estão sozinhos. O homem responsável por trazê-lo já se foi, e todos os outros caras também. Seus pulsos continuam algemados em suas costas e os pés ligados a correntes fixas em seus calcanhares. Ele está suando feito um porco, com o cabelo molhado e roupas úmidas.

"De novo." Vegas murmura ao invés. "Você vai me dizer o que eu quero saber?"

Rindo, Pete cospe perto dos sapatos lustrosos de Vegas. O sucessor da Segunda Família dá um passo para trás, mas seu rosto não demonstra nojo. Apenas raiva.

"Não é de mim que você precisa." Pete garante a ele. "O Senhor Kan vai ficar decepcionado quando souber que você pegou o irmão errado. Ele estava bem ali, e nem mesmo fácil assim você conseguiu. Deve ser cansativo ser inútil o tempo to-"

O punho de Vegas acerta seu rosto novamente, dessa vez em seu maxilar. Pete morde a língua com o impacto do soco, o gosto de sangue rapidamente tomando conta de todo seu paladar.

Ele não estava sendo justo, na verdade. O plano estava bem encaminhado, nenhum deles havia percebido nada de estranho até que Porsche e outro cara se aproximaram. Pete o conhecida há algum tempo, quando o guarda-costas do filho do meio, o sucessor oficial da Primeira Família, Kinn Annakin, derrubou uma jarra de suco sobre seus ombros.

A amizade veio depois, quando seu pai o obrigava a frequentar a casa dos Theerapanyakul em todas as reuniões nada amistosas onde as duas famílias trocavam ameaças silenciosas disfarçadas em palavras de falsa harmonia. Porsche estava sempre lá, acompanhando Kinn, foi inevitável que se tornassem amigos. Era comum se encontrarem em pubs e boates para beber.

Mas não agora. Há alguns meses, sua família tem sido alvo de operações secretas de vigilância. Como filho mais novo, Pete não tinha acesso a todas as informações e ações de sua família, além da parte que lhe foi dada, todos os outros assuntos pertenciam a seu pai e seus irmãos mais velhos. Não foi uma surpresa quando Porsche, por um descuido ou não, os alertou que aquela noite, naquele clube, eles estavam caindo em uma emboscada.

Pym foi o primeiro a ser guardado para a saída, seguido de Pen que levou a maioria de seus homens e por último, Pete. Eles foram abordados no estacionamento, o primeiro carro fugiu a tempo, carregando seus dois irmãos mais velhos, enquanto o segundo teve os quatro pneus furados por balas e três de seus homens mortos. Armado apenas com uma pistola, assim que os caras da Segunda Família se aproximaram, Pete ergueu os braços em rendição.

Twist | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora