capitulo dois.

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Hey, como vão vocês? Espero que estejam gostando! :)








As refeições trazidas ao dia pelos subordinados da Segunda Família são as únicas indicações de tempo que Pete consegue ter. Embora eles sejam, aparentemente, pontuais, ele não recebe mais do que mingau de arroz, água e sopa apimentada.

Nenhum dos caras falam com ele, não importa o quanto Pete os provoque ou quantas vezes ele chutou sopa em suas caras, eles não fazem nada além de substituir seu prato por um novo e ignorá-lo como se ao menos estivesse ali.

Vegas Theerapanyakul apareceu pela última vez há dois dias atrás, algumas horas depois de ter deixado Pete sozinho e em completo delírio com os dedos de seu irmão mais velho sobre seu colo. Ele abriu a porta como uma fúria, com os olhos queimando em ódio fervente e o rosto tão vermelho que pela segunda vez desde que havia sido sequestrado, o fez temer por sua vida.

Embora os punhos de Vegas estivessem completamente prontos para surrar sua cara outra vez, ele não sequer chegou perto de tocar Pete. Ao contrário disso, todos os socos que poderiam ter arrancado seus dentes e quebrado com cem portento de certeza seu nariz, foram desferidos contra a parede. Ele só parou quando um de seus homens teve coragem o bastante para levá-lo para fora dali.

Durante esse tempo, ele pode imaginar todo tipo de coisa acontecendo com Pen. Ainda quando Pete estava absolutamente certo de que seus irmãos haviam conseguido fugir, os dedos de Pen, agora caídos num canto, eram a prova de que ele estava errado. Talvez os homens da Segunda Família tenham emboscado o carro mais à frente, talvez Pym tenha fugido mas Pen não conseguiu. E como o louco que Vegas Theerapanyakul é, Pete imagina que seu pai pode estar agora mesmo recebendo o que restou da mão de Pen em uma caixa de presente.

Fazem poucos minutos que Pete teve sua primeira refeição do dia. Mingau de arroz aguado sem sal e um copo de água. Se ele tivesse mais um prato daquele, seu estômago sem dúvidas se reviraria do avesso e colocaria todo o arroz para fora até que não sobrasse mais nenhum caroço. Ele precisa de carne de porco, arroz frito, uma tigela de macarrão ou qualquer outra coisa que não seja aquilo.

"Chefe!" Ele ouve vozes do lado de fora. São abafadas pela parede mas soam tão altas que ainda sim é claro o que estão dizendo. "Senhor Vegas, por favor..."

"Shut the hell up!" Então a voz de Vegas. "Para dentro, agora!"

A porta se abre num estrondo. Pete observa em silêncio quando os homens arrastam um terceiro para dentro de sua cela. Ele está algemado com os braços para trás e seu rosto com enormes hematomas que começam na testa e terminam apenas em seu queixo.

Como o filho Phongsakorn mais novo, não é o tipo de coisa que Pete está acostumado a ver ou lidar. Ele sabe que acontece mas seus irmãos garantiram que ele ficasse apenas com a parte legal dos negócios e papai não confia que ele seja forte o suficiente para dar uma surra em alguém sem se sentir culpado depois.

"Vamos, Big. Não seja tímido." Uma das mãos de Vegas agarra a parte de trás da cabeça do homem que agora Pete reconhece como Big, o mesmo homem que acompanhava Porsche na noite em que foram emboscados. "Ken, a arma."

O segundo homem mais próximo a porta estica a automática na direção de Vegas, e embora Pete não esteja nem um pouco aliviado em vê-lo, aquele perfume é o melhor cheiro que ele sentiu em dias. O subordinado não diz uma palavra mas seus olhos demonstram uma compaixão genuína, é quase como se estivesse com pena.

"O que você vai fazer?" Ao falar, a voz arranha na garganta mas Pete tem certeza que foi ouvido quando a atenção de Vegas se volta em sua direção.

Twist | VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora