Twist | VegasPete

capítulo vinte e dois. [conclusão]

Olá! Bem vindos ao último capítulo de Twist :) esse vai ser longo haha e pretendo postar um extra logo depois com final feliz então me esperem :)

Boa leitura 💗

Eles finalmente estão em casa. Depois de quase dois meses longe e muita insistência, tudo que é necessário já está instalado e as últimas caixas da mudança já foram realocadas.

Faz dez minutos que Vegas terminou de organizar seus livros de acordo com a primeira letra do título nas prateleiras, ninguém pareceu bom o bastante para fazer isso em seu lugar sem que ele tivesse que mexer depois, e ele definitivamente precisa de um banho.

"Qual é o problema?" Pergunta em voz alta, removendo as meias dos pés enquanto observa Pete próximo à janela do outro lado do quarto. "Você está quieto desde de manhã."

Ele vira o rosto, os olhos um pouco mais para baixo do que Vegas gostaria que estivessem. Ele está sem camisa então sua cicatriz no peito está exposta e é para lá que Pete está olhando.

"Estou bem." Ele diz, mas não soa firme, não soa sequer como verdade.

E Vegas conhece suas expressões. Sabe quando ele está omitindo, quando está mentindo ou quando está chateado. E Pete tem omitido coisas, da mesma forma que parece chateado.

"O que está te incomodando?" Insiste.

Pete abandona a janela para sentar ao seu lado na cama, ele cruza os pés e olha para Vegas por um longo tempo antes de voltar a falar.

"Você quer saber?" Questiona. O sucessor da família concorda. "Essa situação me incomoda."

"Qual situação?"

"Estamos ignorando o que aconteceu" Ele diz, parecendo afligido. "Você visita a Primeira Família e eles agem como se não tivessem tentado te matar."

Oh, isso. Vegas esteve na Casa Principal duas vezes depois do confronto e do desaparecimento de Kan. Da primeira, ele foi submetido a um exame de sangue para comprovar a paternidade de Korn, e da segunda, para receber os documentos que o colocava nos testamentos da família como filho, não como sobrinho, redigidos por Kinn. Não foi uma surpresa muito agradável e Tankhun desmaiou por alguns minutos antes de levantar dos braços dos novos guarda-costas dele e determinar que Vegas, por ter poupado sua vida, seria como seu irmão mais novo.

"Pete, esqueça isso." Vegas abana a mão. Tecnicamente, é um assunto passado. "Confrontos acontecem o tempo todo entre as máfias, ficar relembrando isso não vai mudar nada."

Ele inclina o queixo para cima e olha dolorosamente dentro de seus olhos. Vegas enxerga um pouco de raiva através do olhar dele, e mágoa também.

"Estamos em casa" Continua gentilmente, tentando confortá-lo. "Macau, você e eu. Não há com o que se preocupar."

"Não há?" Pete se levanta, entortando os lábios. "Eu segurei você quando Korn te deu um tiro no peito, eu vi o seu coração parar, eu estive do seu lado o tempo todo. Não me peça para esquecer porque eu não consigo. Eu quero, muito, mas não eu não consigo."

Todos esses dias, desde quando Vegas havia deixado o hospital, Pete tem sido cuidadoso, e as vezes é tão sufocante que ele tem que se isolar em algum canto para conseguir fumar um cigarro sem ouvir uma palestra inteira sobre como ele não deveria estar fumando enquanto se recupera, e provavelmente nem mesmo depois. E tudo bem, Vegas aprecia que Pete se preocupe, que ele o incomode todos os dias para não perder o horário da refeição, que ele aplique pomada sobre sua cicatriz e que ele jogue fora seus maços de cigarro mesmo sabendo que vai haver outro, porque Vegas nunca teve ninguém para fazer isso antes, e é bom ser cuidado ao invés de cuidar.