CAPÍTULO 10 - NOSSO FIM?

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Acordei, olhei para o lado, Dilan dormia profundamente, me sentei e olhei ao redor, senhor Mac provavelmente havia ido dormir, e parecia ter esquecido as luzes acesas. Olhei através da janela, ainda estava escuro lá fora.

- Dilan! Acorda!

Ele parecia não escutar, me aproximei e comecei a assoprar seu rosto enquanto o chamava. Ele logo acordou, e sonolento me puxou pelo braço para mais perto dele, nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração. Com os olhos ainda fechados, ele disse:

- Mari, me deixe dormir só mais um pouco.

Me afastei e questionei:

- Quem é Mari?

Ele esfregou os olhos, se sentou, assustado olhou para mim, e questionou:

- Suzy? Desculpe, eu achei que você fosse minha gata.

Rimos, bocejei e falei:

- Infelizmente o plano de ficarmos acordados não funcionou.

- É, mas não dormimos tanto. Ainda nem amanheceu.

Dilan se aproximou de mim, enquanto me olhava nos olhos pegou uma das minhas mãos e segurou enquanto sorria. Senti meu coração bater mais forte, a respiração diferente, os olhos atentos à ele; não havia dúvidas, estávamos apaixonados.

- Te admiro. Você é muito corajosa, aconteça o que acontecer, você estará sempre em meu coração.

Respirei fundo e falei:

- Também te admiro. Você também foi muito corajoso por aceitar vir comigo. Agradeço por estar ao meu lado.

Nos aproximamos lentamente, até ficarmos bem próximos um do outro, então nossos lábios se encontraram, devagar. De repente, as luzes se apagaram, e nesse exato momento escutamos um estrondo semelhante ao de um tiro, entramos em pânico, reviramos eu rapidamente a mochila à procura das lanternas.
Apavorado, Dilan sussurrou:

- O que será que foi isso?

Sussurrei de volta:

- Não sei, mas vamos descobrir.

Liguei a minha lanterna assim que encontrei, estava falhando um pouco, e a de Dilan infelizmente não estava ligando. Nos levantamos e seguimos cautelosamente em direção ao local de onde havíamos escutado o barulho.
Fui na frente iluminando o caminho, seguimos até um quarto. Um espaço bem pequeno, fui direcionando a lanterna ao redor, havia uma cama vazia à esquerda, à direita um guarda-roupa e atrás uma mesa com um telefone preto antigo e uma cadeira caída ao chão e bem ao lado uma cena chocante. Ficamos horrorizados com o que vimos. Falei enquanto abafava a voz com uma das mãos sobre da boca:

- Oh, meu Deus! Isso é terrível!

Dilan se aproximou de mim e me abraçou forte enquanto dizia:

- Suzy, estou apavorado.

Ali na nossa frente, caído sobre o chão, estava o senhor Mac, olhos fechados, espressão impassível, com um tiro no peito, ao redor do seu sangue. Parecia estar sem vida, como uma estátua jogada ao chão sem dó nem piedade. Evitando fazer barulho, comecei a chorar e falei:

- Estamos em perigo! Vamos ligar para a polícia.

De repente o telefone começou a tocar, desesperada pelo barulho, atendi no segundo toque. Completo silêncio do outro lado, parecia ter sido um engano. Estava muda, sem reação, Dilan pegou o telefone, desligou e começou a discar o número da polícia, mas infelizmente falhou, não chamava, parecia estar com problema.
Corremos rapidamente até à entrada, tentamos abrir a porta, mas sem sucesso. Foi então que começamos a escutar barulhos vindo da parte de baixo da casa, parecia ser do subsolo.
Dilan disse:

- É melhor encontrarmos um jeito de ir embora antes que seja tarde!

- Antes precisamos saber quem está lá em baixo. Na parte de traz da casa vi uma pequena porta...

Dilan agarrou um dos meus braços e disse enquanto me puxava:

- Suzy, você enlouqueceu? Precisamos chamar a polícia. E aconteça o que acontecer, saiba que...

De repente, fez-se um completo silêncio na parte de baixo e passos lentos começaram a se aproximar do local onde estávamos, desliguei rapidamente a lanterna; assustados, nos sentamos por traz do sofá. Dilan apertava forte a minha mão enquanto respiravamos profundamente. Houve-se um profundo silêncio novamente, permanecemos imóveis como estátuas. A porta da frente de repente se abriu, nos assustamos, pensamos um pouco e saímos correndo. Do lado de fora, Dilan disse enquanto corríamos de mãos dadas:

- Suzy, isso foi muito estranho...

- Concordo, mas já me sinto aliviada por estarmos do lado de fora.

De repente caímos de cara no chão, algo havia se prendido em nossos pés, parecia ser uma corda. Começamos a ser puxados rapidamente em direção à fazenda; apavorados, tentamos nos soltar, mas desmaiamos, parecia ser o nosso fim.

Depois da meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora