CAPÍTULO 6 - PISTAS

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Estavámos há alguns metros de distância do parque voltando para casa quando de repente algo incomum nos chamou a atenção. Um balão de cor vermelha vinha flutuando em nossa direção. Apavorado, Dilan parou de caminhar e exclamou: .

- Deve ser uma armadilha! Vamos passar longe!

Com os olhos atentos ao objeto, continuei caminhando e disse:

- Espere! Está vendo? Parece que tem uma...

Me aproximei ainda mais até conseguir ver com mais clareza e exclamei:

- É uma carta!

Estava prestes a pegar quando Dilan rapidamente me puxou pelo braço, e quase bradou:

- Não faça isso! E se for algo de outro mundo? Afinal, não sabemos qual o real motivo do desaparecimento das pessoas. Isso pode ter alguma ligação.

O encarei e falei com irônia:

- Há, é claro! Talvez os aliens tenham enviado esse balão do espaço e quem tocar nele irá se teletransportar para outro mundo.

Ele me soltou, e quando olhei para o balão ele estava indo na direção oposta, rumo ao rio. Peguei logo uma pedra pontuda que encontrei no caminho e lancei contra ele. A cartão lentamente caiu ao chão, fui correndo pegá-la enquanto Dilan me observava.
Abri rapidamente e li o que estava escrito com letras em negrito num tom de carvão:

- "Socor..."

Curioso, Dilan se aproximou, leu mentalmente o que estava escrito e falou:

- Suzy! Isso para ser...

Ficamos em silêncio e falamos juntos ao mesmo tempo:

- Um pedido de socorro.

Sobressaltado, Dilan me encarou e disse:

- O perigo deve estar perto. Vamos embora.

Me virei de costas e disse:

- Pode ir. Eu não vou voltar agora...

Ele agarrou um dos meus braços, me puxou para perto dele e começou a falar sussurrando:

- Ficou louca, é? Isso pode ser uma armadilha! E o responsável deve estar por perto.

Me livrei da mão dele e prossegui sem olhar para traz. Rapidamente ele veio correndo atrás de mim, e de forma ligeira agarrou a manga da minha camisa por traz, me puxou com força para a beira da estrada, juntos caímos e rolamos ladeira a baixo. Paramos no meio, furiosa, olhei para ele e ele rapidamente fez um sinal de "shh" para mim. Olhamos juntos para cima, e vimos um carro de polícia passando lentamente pela rua.
Segundos depois, ele me ajudou a levantar e indagou:

- Você se machucou?

- Não... e você?

- Também não. Desculpa, eu não queria ter feito isso, mas se os policiais tivessem pego a gente, com certeza nossos pais iriam para a delegacia.

- Você tem razão! -disse.

Me abaixei e peguei o papel que antes estava em minha mão, o amassei e lancei para longe.

- Vamos? -questionou ele.

- Vamos. -confirmei.

Estavamos subindo a pequena ladeira rumo à estrada quando de repente ouvimos um grito que parecia ter vindo de bem perto. Parei de caminhar e questionei:

- Você também escutou ?

Ele meneou a cabeça de forma afirmativa.
Comecei a retornar enquanto ele me observava, há alguns metros abaixo fiz um sinal com a mão para que ele se aproximasse.
Logo abaixo estava a fazenda do senhor Mac, já era quase noite e as luzes já estavam acesas indicando que havia alguém em casa.
Olhei para Dilan e disse:

- O grito parece ter vindo de lá. Vamos...

Rapidamente ele me repreendeu:

- De forma alguma! É perigoso, o responsável pelos desaparecimentos está solto e pode ser qualquer pessoa.

- Deixa disso, a gente conhece o senhor Mac há muito tempo. Talvez ele possa até nos ajudar

Sério, ele olhou para mim e falou num tom elevado após virar de costas:

- Se quiser ir, vá. Dessa vez eu vou embora.

Nesse momento, uma voz vinda da parte de baixo chamou nossa atenção, era o senhor Mac. Com uma das mãos ele acenava sorridente nos convidando a se aproximar. Dilan já estava retornando, quando de repente fui descer a pequena ladeira e escorreguei, ele rapidamente veio em minha direção e segurou uma das minhas mãos antes que eu caísse. Juntos, com cautela, descemos e seguimos em direção ao fazendeiro.

- Olá, jovens! É um enorme prazer receber "ucêis" aqui na minha humilde fazenda.

Apertamos as mãos como forma de cumprimento.

- Olá senhor Mac. Obrigada. -falei

- "Ucêis" não deveriam estar perambulando na rua. Mas chegaram na hora certinha! Estou preparando um caldo de mandioca "baum di mais".

Estávamos quase chegando na entrada quando de repente escutamos um barulho de algo vindo rapidamente pelos matos. Olhamos para traz e ficamos paralisados, eram policiais, 3 homens e uma mulher. Ela se colocou à frente e exclamou:

- Parados aí! Ninguém se mexe.

Obedecemos, ela se aproximou e disse olhando para o fazendeiro:

- Boa noite Sr. Mac!

Sorridente ele logo respondeu:

- Noite Boa!

Eu e Dilan estávamos trêmulos, em seguida ela nos encarou e disse:

- Recebi um pedido para busca de 2 adolescentes que quebraram as regras, pois saíram de casa.

- Oh! É mesmo, jovens?

Tentei explicar:

- Sr. Mac... Nós...

Mas de repente a policial me interrompeu:

- Já é quase noite. Não há tempo para explicações, entrem no carro.

Depois da meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora