Tickets in the locker

02

— Obrigada, Min... — Changbin disse, enxugando os olhos e sorrindo para mim. Ele era tão fofo. Ok, eu nunca pensei que diria isso, mas é a verdade.

— Vamos, Binnie, agora é a última aula finalmente. — Rimos juntos enquanto seguimos para a sala. Quando chegamos, Hyunjin já estava lá, sentado ao lado de Jeongin. Ele me olhou com uma expressão de "Está tudo bem?", e eu lhe dei um simples sorriso, tentando transmitir que estava tudo sob controle.

Matemática, a nossa última aula, começou, e, honestamente, eu a detestava. Só gostava de ter aula de matemática porque a professora era legal e as aulas passavam mais rápido do que eu imaginava.

A aula da Sra. Chong logo acabou, e eu e Hyunjin nos encontramos à porta da escola, esperando que Jeongin aparecesse. Não sei por que, mas eu tinha uma esperança boba de que Changbin aparecesse para me procurar.

Vi Jeongin saindo da sala acompanhado de Jisung, o Han. Como posso descrever Jisung? Ele é o tipo de garoto que não fala com muita gente, mas tem uma amizade sólida com Jeongin. Ah, e Jisung tem uma espécie de "fraquinho" por Lee Minho, o que eu acho uma graça. Fico feliz que ele ainda tente algo com o Minho, mas também tenho um pouco de pena dele, porque nem sempre as coisas acontecem como ele gostaria. O Han, por outro lado, é o tipo de pessoa preciosa: cuidadoso com todos e muito atencioso. Nós não somos muito próximos, mas ele é alguém legal de se ter por perto. Espero que, um dia, possamos ser mais próximos.

Jeongin e Hyunjin começaram a sair juntos, enquanto Han foi para casa com seu irmão mais velho. E eu? Eu estava indo para casa sozinho, algo que eu já estava acostumado, porque normalmente vou com Hyun, mas hoje, eu não me importava de ir sozinho. Afinal, era uma boa razão: eu estava muito feliz por ele!

— Oii, você mora por aqui também? — Perguntou uma voz atrás de mim, e eu quase levei um susto. Era Changbin, aparecendo do nada.

— Que susto, garoto! — Rimos, e eu apontei para a minha casa. — Sim, moro ali.

— Somos vizinhos há anos e nunca soubemos disso.

— Nossa, sério? — Rimos de novo.

— Sim, minha casa é aquela ao seu lado.

— Você mora sozinho?

— Moro. E, pelo que eu sei, você também mora sozinho. Nunca ouvi nada vindo da sua casa, exceto música do Day6!

— Ei, nada de reclamar da minha música! — Falei rindo, sentindo que aquela conversa estava se tornando ainda mais divertida.

Chegamos às nossas casas e, antes de ir para o meu portão, Changbin se despediu de mim com um abraço. Foi... estranho. Sim, muito estranho. Mas, ao mesmo tempo, eu não sabia ao certo se tinha gostado ou não. Acho que não era algo que eu esperava, mas não foi ruim.

Entrei em casa e fui direto até o meu cãozinho. O nome dele é Nun. Por que Nun? Porque significa "neve" em coreano, e ele é tão branquinho como a neve. O dia tinha sido longo e cansativo, então fui tomar um banho, comi cereal no lugar de um jantar mais elaborado — estava com preguiça de cozinhar. Depois, escovei os dentes e, por fim, fui direto para a cama. A rotina era simples, mas, naquele momento, eu estava pronto para descansar.

No dia seguinte

Acordei me sentindo surpreendentemente disposto, sem saber exatamente o motivo. Levantei, me arrumei, tomei o café da manhã, dei o "café da manhã" ao Nun e o enchi de beijos. Ele era meu companheiro fiel, e a cada carinho, parecia mais fofo. Depois disso, fui escovar os dentes e saí de casa. Qual não foi a minha surpresa ao ver que Changbin também estava saindo de sua casa. Eu juro que nunca tinha reparado que ele era meu vizinho, mas lá estava ele. Tudo bem, vida que segue.