Um respingo de algo frio em seu rosto despertou Harry. Ele ofegou e cuspiu e empurrou-se para uma posição sentada. Risos e vaias soaram ao redor, e Harry estremeceu. Oh Deus. Não tinha sido um pesadelo então. Os Comensais da Morte o capturaram, e—e os Dursleys….Ele vomitou e vomitou. Merlim, não. Ele odiava os bastardos, claro, mas ele nunca quis que eles morressem. Ele não queria causar suas mortes.
As lágrimas cegaram-no, mas na renovação do riso cruel e zombeteiro ao redor, Harry percebeu que não tinha tempo para ficar doente, nem para lamentar. Ele teria que lutar por sua vida, agora, e provavelmente perdê-la. Se ele pudesse pelo menos levar o incômodo sem nariz com ele no caminho, então que assim fosse.
Ele lutou para ficar de pé – porra, como ele iria lutar quando ele mal conseguia pensar além do turbilhão em seu crânio? Ainda assim, ele forçou seus olhos a se concentrar e procurou algo para usar contra Voldemort – uma faca, um pedaço de vidro quebrado, qualquer coisa.
O único problema era que ele não podia ver muito além de seu nariz. Droga. Para onde foram seus óculos?
"Bem-vindo, Harry Potter." A forma borrada de Voldemort aproximou-se e estalou a língua. "Nossa, você não está muito bem. Isso é jeito de cumprimentar seu novo Mestre?"
A voz de Harry raspou e arranhou sua garganta crua, mas ele a forçou de qualquer maneira. "Foda-se, bastardo!"Voldemort deu uma risada arrepiante. "Que boca suja, Potter. Receio ter pouco tempo para essas coisas hoje em dia, mas talvez eu possa ser persuadido. Esta é uma ocasião bastante especial, afinal. Considerando isso, talvez uma pequena recompensa pela sua captura esteja em ordem."
Harry estremeceu em pura repulsa e engasgou com a bile.
"Bem, você não está parecendo muito com um prêmio agora, está?" Um movimento da varinha do bastardo esfregou Harry por toda parte com sabão ardente e cortante, deixando-o em carne viva em lugares que ele não sabia que poderiam machucar. Ele choramingou e lutou para tirar a queimadura dos olhos, tão concentrado na dor que, por um instante, não registrou o que o frio repentino contra sua pele significava.
Uma inspiração aguda soou atrás dele, e ao se virar em direção ao som, Harry se deu conta de seu novo problema. Com um suspiro estrangulado, ele se agachou e pressionou as mãos sobre seus genitais nus.
"O que aqueles trouxas te deram para comer, garoto?" Voldemort zombou. "Um corpo tão esquelético dificilmente é digno de uma segunda olhada..."A figura atrás de Harry mudou ligeiramente. Ele tentou descobrir quem era, mas entre as lágrimas que não conseguia parar, a falta de seus óculos e a máscara da pessoa, era uma causa perdida.
"— Mas cada um na sua, suponho." Voldemort andou de um lado para o outro. "Aqueles de vocês que estavam presentes na Rua dos Alfeneiros, dêem um passo à frente."
O estômago de Harry caiu. Ele estava prestes a ser estuprado por todas as pessoas que tinham acabado de assassinar seus últimos parentes de sangue?
Não. Que se foda.
Ele se levantou e deu um soco forte no homem atrás dele. O homem pegou sua mão e apertou até que Harry gritou.
"Controle-se, garoto. Você está em menor número, e eu não gostaria de ser privado do prêmio que eu... ganhei ."
A pele de Harry arrepiou. "V-foda-se você, Snape!"
Snape deu uma risada baixa e sombria. "Proposta interessante, no entanto; eu prefiro as coisas ao contrário."
Harry choramingou e tentou soltar o punho. "M-deixe-me ir! Assassino!""Assassino? Eu fiz um favor ao seu tio gordo, Potter. Ou talvez você tenha preferido deixá-lo lá, morrendo lentamente em agonia, com os cadáveres de sua família zombando de seus fracassos? Hm. Que... surpreendente. Talvez ainda haja esperança para treiná-lo."
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Come What May (Tradução)
Teen FictionQuando Vernon quebra as barreiras da Rua dos Alfeneiros mais cedo, Harry se vê prisioneiro involuntário de seu pior inimigo. Snape o assusta, mas neste inferno de morte e destruição, ele pode ser a única esperança de sobrevivência de Harry. Créditos...