Papai está de volta
Por um breve momento pensei que iria desmaiar novamente...
Era meu pai? Era realmente meu pai?
Não consegui ficar sentado, tive me levantar e fazer algo.
Quando me levantei senti que Amélie estava me olhando confusa, pois eu simplesmente sai da mesa sem se explicar.
Fui em direção do rapaz e me sentei ao seu lado.
De primeira, o garoto me olhou sem entender nada.
Ele tinha cabelos negros (igual ao meu) e olhos esverdeados (igual aos meus), porem com detalhes amarelados. Obviamente não éramos idênticos mas éramos semelhantes.
Abri a boca mas demorou um pouco para carregar oque eu iria falar.
— oi? -- eu acenei perguntando, ou é impressão minha?
— foi uma pergunta? — ele respondeu secamente.
— não sei? — "outra pergunta Logan?" .
Disse a mim mesmo.
Ele não me respondeu, provavelmente ele achou que eu era algum retardado, e eu não o julgo, pois eu estava parecendo.
— oque está fazendo?
— as rodas travaram, e como sempre sobrou para o Raminez novamente. "Se sua geladeira não está funcionando, chame o Raminez'', "Ah, minha Tv não está pegando, acho que vou chamar o Raminez''... Desculpe, só estou cansado.
— tudo bem, você parece um cara talentoso. Me chamo Logan.
Digo estendendo a mão.
— Franklin — ele estendeu sua mão também — não tem sobrenome Logan?. — disse ele com um ar de desconfiado.
— Raminez..
— que engraçadinho, tá me achando com cara de idiota?
— não, para falar a verdade, você tem cara de ser bem esperto.
— e por que temos o mesmo sobrenome?
— parentes distantes?
Ele riu enquanto girava as rodas do patins com uma ferramenta.
— é uma pergunta, de novo?
— acho que sim.
— *acha* — ele repetiu.
O silêncio entre nós se instalou por segundos suficiente para eu reconhecer a música que tocava *gotta get up*.
Depois de alguns minutos quando Raminez tinha terminado de arrumar as rodas do patins, ele olhou no fundo da minha alma e sugeriu me levar para sua casa e me mostrar para seus pais, para saber se eles me reconheciam, e ele só deu essa sugestão pelo motivo que tínhamos semelhanças.
Andamos um pouco pelas ruas, sem trocar nenhuma palavra se quer.
E depois de um tempo, chegamos, era a minha casa.
Só que com a aparência mais nova.
Já estava totalmente escuro quando ele parou na frente da sua porta e fez um gesto um tanto grosseiro que dizia
*Entra logo porra.*
nunca havia conhecido meus avós, quando entrei eles estavam comendo pipoca quanto assistiam a um programa de televisão.
Eles pareciam animados e felizes.
—Franklin? — disse sua mãe.
— mãe, esse aqui é o Logan. — ele disse acendendo as luzes. — Logan Raminez.
A mãe e o pai tirou a atenção da televisão para olhar.
— Raminez? — disse o pai com o tom grave na voz enquanto abaixava um tanto do óculos no nariz. — é algum parente meu?
Eu estava totalmente nervoso então só dei um sorriso bem bosta.
O pai se levantou do sofá e ficou de frente a mim, e foi aí que eu soube o motivo pelo qual eu era tão alto.
Ele tinha alguns fios de cabelo branco, centímetros mais alto que eu, aparência de uns 40 anos, por aí, mas era bonito do mesmo jeito, ele provavelmente era o tipo de homem que algumas mulheres procurariam para ocupar a ausência de seu pai, ou apenas para roubar o seu dinheiro.
— é um prazer conhecer o senhor.. — você é filho do George?
— sim?
De fundo eu consegui ouvir a risada nasal de Franklin.
— isso foi uma pergunta?
Não respondo.
— bom, você se parece bom ele.. não nós falamos anos...
Ele parecia triste ao falar disso.
— ele.. como ele está? — disse um tanto preocupado.
— ele está bem.
— certo, você fica por quanto tempo?
— vai deixar ele ficar?
— vai me deixar ficar?
Eu e meu pai falamos ao mesmo tempo, pela cara dele ele não gostara muito da ideia. Para falar a verdade parecia que não ia com a minha cara.
Ted assentiu como um sim,
E a mãe que se chama Grace me lembrava a minha mãe, tinha o mesmo ar acolhedor e quando ela se levantou ela deu uma sorriso doce e me guiou até o quarto de Franklin , quanto ele estava nos seguindo com olhar de censura, a mãe dele abriu o sofá-cama que estava no quarto do garoto..
e foi por aí que eu fiquei.
Ainda tinha uma esperança de acordar em casa, quero dizer no meu ano...Acordei desesperado, pois em meu sonho, vi papai sentado na cama com a mão nos olhos enquanto choramingava.
Olhei ao redor do quarto e vejo meu pai mais novo sentado em sua cama me observando com seu olhar EXTREMAMENTE assustador, e observando mais um pouco consigo ver um brilho contraído da luz, que era da chave de fenda que ele segurava nas mãos.
— estava me observando dormindo? — pergunto assustado.
— que que se acha bonitão? — diz ele com tom sarcástico.
— acho que estou sendo ameaçado por uma ferramenta. — admito.
Ele não falou nada, apenas se levantou de sua cama e ficou na minha frete, um pouco a mais que o normal.
— escuta, eu não confio em você, acha que eu queria um estranho na minha casa? Você só está aqui porque meus pais não ingênuos, então, eu quero que você não fique no meu caminho, se você pensar em fazer merda você não vai se sair muito bem, entendeu Logan? — disse ele já com as mãos na gola da minha camisa.
Não respondi imediatamente, porque só se passava uma coisa na minha cabeça...
"ESSE É O MEU PAI?"
— entendeu? — ele repetiu.
— entendi. — disse firme.
Ele soltou minha gola e voltou para sua cama, mas não deitou, acho que ainda estava decidido de continuar me observando.
— pa- Franklin, você acredita em maquina do tempo? — disse segundos depois.
Ele me olhou tão feio que senti vontade de simplesmente voltar a dormir.
— acredito em muita coisa que não te convém. Então, sugiro que volte a dormir.
— para acordar com uma chave de fenda no pescoço?
Ele riu, pela primeira vez ele riu.
— vá dormir. E eu não vou te matar Logan.
Acho que eu podia confiar no meu pai? Eu não...
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Uma volta ao tempo
RomanceQuando o pai de Logan Raminez morre é deixado uma herança, com alguns pertences malucos de seu pai, um desses pertences, era uma máquina que mudaria sua vida, deixando ela de ponta cabeça.