Her husband acts different and it smells like infidelity

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Lucien

  Quando recebi a ligação de meu capitão dizendo que houve um desaparecimento na cidade e que o caso era meu, fiquei dividido entre sentir uma surpresa gigante - porque, convenhamos, Velaris é tão livre de crime que se tornou chato trabalhar aqui  - e uma animação tão grande quanto, finalmente um pouco movimento nesta região.

  E a surpresa se tornou ainda maior quando cheguei a delegacia e encontrei Elain Archeron conversando com Eris, que infelizmente também era meu capitão.

  Elain Archeron era conhecida na cidade, sua irmã Feyre Archeron se casou há alguns anos com Rhysand Night - que adotou o sobrenome da esposa - um dos maiores chefes do crime do estado, ironicamente, seus negócios nunca tocaram Velaris.

  Elain raramente era vista em público com eles, provavelmente não compactuava com a profissão deles, mas querendo ou não, a fama de Feyre acabou colocando ela sob um holofote.

  Eu sabia apenas o mínimo sobre Elain, era dona de uma confeitaria pequena e conhecida no subúrbio da cidade e também já foi proprietária de uma floricultura, mas a vendeu a dois anos. E segundos os boatos, era uma mulher extremamente bonita.

  Os boatos não faziam justiça a beldade que estava na minha frente.

  Cada centímetro dela exalava classe, não de uma forma prepotente, e sim de uma forma fascinante, graciosa e… reconfortante? É. Reconfortante. Elain Archeron parecia uma mulher que iria te oferecer uma xícara de chá e uma boa conversa para qualquer pessoa que batesse em sua porta.

  Aqueles olhos castanhos eram tão magnéticos que passei dois minutos inteiro apenas encarando ela sem conseguir pronunciar uma única palavra. Isso me assustou um pouco, falar com pessoas e ler elas era basicamente minha especialidade, por isso me tornei detetive, sempre soube ler bem os suspeitos e em 95% dos casos as pessoas que prendi eram declaradas culpadas.

  Mas esta mulher me deixou sem palavras sem ao menos abrir a boca.

  — Lucien? — Eris, meu não-tão-querido irmão mais velho me chamou, me acordando do meu devaneio sobre os olhos de Elain.

  — Sim? — respondi tentando fingir normalidade.

  — Esta é Elain Archeron, está aqui por causa do caso de desaparecimento de Nuala Asra. Você pode pegar o depoimento dela?

  — Sim, claro. — peguei a pasta do caso de cima da mesa de Eris e fiz um sinal para Elain me seguir para fora da sala.

  — Ei — Eris falou antes de conseguir fechar a porta — Mamãe está com saudades, ela pediu para eu te intimar a visitar ela.

  — Isso é uma ordem, capitão Vanserra?

  — Na verdade, sim. Agora vá trabalhar e me avise se souber de algo, não acontece nada de interessante nessa cidade a séculos.

🍷

  — Então, Senhorita Archeron, o que você tem a dizer sobre Nuala? — pergunto assim que chegamos ao meu escritório, Elain se senta no sofá azul marinho do centro da sala que indiquei, e ela fez isso com tanta graça que parecia um rainha sentando em seu trono. Eu me sento na poltrona de couro em frente a ela.

  — Elain, pode me chamar de Elain — aceno com a cabeça em concordância, ela suspirou como se estivesse se preparando para falar — Nuala é uma amiga minha, e também vizinha, moramos na mesma rua. Nós nos encontramos toda terça-feira para jantar e tomar uma taça de vinho — ela diz tudo isso com uma melancolia tão forte na voz que é de partir o coração.

  — Ela falou algo incomum ultimamente? Algo que possa ter levado a este suposto desaparecimento?

  Elain pondera por um segundo antes de responder em voz baixa.

  — Nuala estava perdendo o sono, o marido dela está agindo estranho e cheira a infidelidade.

  Agora esse caso ficou realmente interessante.

  — Me conte sobre o marido dela. — muitas vezes desaparecimentos denunciados por um cônjuge eram apenas abandono… e em alguns casos, eram homicídios.

  — Graysen é… é um canalha. Nunca gostei dele, sempre foi rude com Nuala e um péssimo parceiro. Eu já disse para ela se separar dele dezenas de vezes, mas ela sempre foi uma mulher muito esperançosa, sabe? Achava que isso era uma fase e que um dia iria tudo voltar a ser como antes de noivarem. — Elain abriu um sorriso leve e triste — Mas nunca voltou, e ela continuou amando ele mesmo depois de tudo.

  — Você acha que ele pode ter algo haver com o desaparecimento?

  — Tenho certeza. — ela responde de imediato.

  — E você pode provar isso?

  — Esse é o problema, eu acho que ele fez mas eu só não posso provar.

  Já escutei essa frase dezenas de vezes, raramente as suspeitas estavam corretas, geralmente eram acusações feitas baseadas em desavenças bobas. Elain parecia realmente odiar Graysen, mas não tinha material para acusar o homem de tal coisa.

  — Srta- Elain, onde você acha que Nuala pode estar?

  — Honestamente, não tenho ideia. Ela não tem família fora da cidade e nem amigos. Ela nasceu aqui, não tem para onde ir.

  — Ela não comentou algum lugar para onde ela queria viajar, talvez?

  Elain pensou por alguns momentos, provavelmente tentando se lembrar de alguma conversa. Ela mordeu o lábio inferior para se concentrar e tive que usar todo o meu autocontrole para não levantar e passar o polegar pela boca dela só para comprovar minha teoria se seus lábios eram tão macios quanto eu imaginava.

  — Na verdade — Elain quebrou o silêncio me distraindo dos meus pensamentos completamente antiprofissionais — Nuala disse que sempre quis ir para Las Vegas. Até queria se casar lá, sabe? Com um Elvis Presley fazendo o papel de padre, mas Graysen nunca quis, ele disse que era uma cidade imoral e de pessoas vazias. Uma hipocrisia sem fim.

  Minha cabeça doeu apenas pensando em ir para Vegas, já fui a cidade pelo menos meia dúzia de vezes e cada vez que voltei para casa precisei ficar em repouso por dias para me recuperar da ressaca. Culpo meus irmãos por isso.

  Além de ser uma cidade grande e fácil de se esconder nela, se Nuala realmente estivesse lá, seria um inferno para acha-lá.

  Decidi que já estava bom por hora e provavelmente não iria conseguir tirar mais nenhuma informação relevante de Elain. Levantei da poltrona e em um suspiro e Elain fez o mesmo, ela me encarou e aqueles olhos tão deslumbrantes que parecia que estava tentando olhar para minha alma, a pior parte é que também parecia que ela estava conseguindo. Mas foi impossível desviar o olhar de seu rosto, então aproveitei para apreciar um pouco seus traços. As sardas espalhadas por seu nariz e suas bochechas, a boca rosada e com o arco de cupido mais lindo que já vi em toda minha vida.

  Depois de alguns minutos - que pareceram horas - desviamos o olhar um do outro e nos despedimos. Quando ela saiu do meu escritório, me joguei em minha cadeira e tentei me concentrar no caso de Nuala, mas não consegui desviar os pensamentos de Elain Archeron, principalmente de seus olhos.

Notas da autora

Oioi, ultimamente eu tô obcecada com elucien e eu não poderia deixar de postar algo na elucien week.

É minha primeira vez escrevendo sobre eles então ainda tô tentando entender os personagens.

Espero muito que gostem e por favor me digam se tiver algum erro ortográfico.

Beijos,

Sab

No Body, No Crime Onde histórias criam vida. Descubra agora