The Edelweiss Café

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Lucien

  A cada hora que eu passava na minha mesa tentando entender o caso de Nuala, minha vontade de pular do prédio apenas aumentava.

  Esse caso era simplesmente vazio, não havia nenhuma pista ou qualquer depoimento sobre a desaparecida. Meus irmãos não acharam nada em Las Vegas, mesmo com seus contatos no submundo. Minha única pista era o depoimento de Elain Archeron, mas não posso afirmar nada sem conversar com Graysen e esse homem foge de minhas ligações como o diabo foge da cruz.

  Fechei o arquivo do caso e massagei minhas têmporas tentando extrair alguma ideia da minha cabeça. Não funciona. Quando olho para o relógio de minha mesa e vejo que já se passavam das 17:30 e meu turno já tinha acabado, desisto de pensar. Levanto da minha mesa e vou até o aparador de bebidas no centro de minha sala e abro uma garrafa de uísque.

  — Sabe maninho, beber em horário de trabalho é altamente antiético.

  Eris.

  Me viro para meu irmão mais velho que acaba de invadir meu escritório e me pergunto se seria antiético bater a porta na cara dele e chafurdar em frustração no meu sofá pelo resto do dia.

  Provavelmente sim.

  — O que você quer, Eris? — pergunto, ignorando seu comentário sobre a bebida e servindo uma dose e sentando em meu sofá.

  — Um comprimento decente para começar seria interessante, nossa mãe não ensinou nada para você?

  Reviro os olhos e forço um sorriso para meu capitão.

  — Boa tarde, querido irmão. O que posso fazer por você?

  — Agora sim — Eris senta na poltrona na minha frente — Na verdade, Yrene pediu para eu levar algumas tortas de limão para casa, mas estou ocupado demais e só vou estar livre quando a confeitaria fechar. E tem que ser dessa confeitaria, ela foi muito específica.

  — E o que eu tenho haver com isso?

  — Seu turno já terminou, né?

  Droga.

  — Tudo bem, eu vou.

  Eris abre um sorriso enorme, se levanta da poltrona e bagunça meu cabelo como se ainda fossemos crianças.

  — Vou te mandar o endereço. Muito obrigado, Lulu. — ele sai da sala tão rápido e silenciosamente como entrou.

  — Não me chama de Lulu!

🍷

  Depois de 29 minutos de trânsito, muitas músicas do Queen e muito estresse, finalmente cheguei ao Edelweiss Café.

  Um lugar completamente encantador, uma fachada charmosa em tons terrosos e flores exuberantes nas janelas.

  Quando entrei pela porta francesa e o sino tocou, uma voz mágica flutuou até meus ouvidos.

  — Sinto muito, senhor. Já estamos fechan- Detetive?

  Elain Archeron

  É claro que essa seria sua confeitaria, o universo aparentemente estava fazendo muito esforço para que nós nos encontrassemos o máximo possível, não que eu fosse reclamar disso. Estar na presença de Elain era… revigorante? Encantador? Provavelmente uma das melhores coisas que vem acontecendo comigo nos últimos tempos? Talvez em toda minha vida?

  É, isso resume bem.

  Caminho até a bancada de em que Elain está e admiro os doces, tortas, pães e todo tipo de delícia que provavelmente faria minha cunhada salivar.

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