BONDAGE | JIKOOK | LIVRO 3 | FETICHE

A DESCOBERTA

Capítulo 4 – A descoberta

Jimin estava ansioso. Tomava seu café como todos os dias, com uma mesa repleta de pães e bolos, chá fresco e um café quente, mas não via a hora do seu dia começar e poder falar com o médico, que o supervisionaria naquele dia.

Era claro que era levemente perturbador pensar que queria tanto falar sobre algo tão íntimo para um total estranho, mas depois de o conhecer pessoalmente entendia que, se tinha alguém que poderia resolver seu problema, com certeza seria aquele homem.

Tinha alguns papéis para revisar, algumas conversas importantes e uma maldita vídeo-conferência com líderes de outros países. Odiava falar com o embaixador da Rússia, o homem não tinha expressões faciais e parecia estar sempre bravo ou desgostoso. Aquilo era tortura para pessoas como Jimin, que sempre estavam tentando agradar os outros.

– Bom dia, Majestade. Me desculpe pelo atraso, acabei me perdendo. – Jeon disse ao entrar no salão e mesmo se sentindo desconfortável com um lugar tão grande e tantas pessoas tentando o servir e ajudar decidiu não criar caso com aquilo, estava ali como um convidado e não deveria se meter em algo que não fizesse parte do seu trabalho. – Espero que não se importe, mas eu trouxe um bloco para fazer algumas anotações.

– Sem problemas. – Jimin disse sentindo seu estômago revirar em ansiedade. – Pode se sentar, ainda temos tempo antes do primeiro compromisso. – Avisou tentando ser amigável. Parando para pensar agora, Jimin se sentia um pouco irresponsável e volátil, Deus, havia batido na porta do médico no meio da noite e de pijamas ainda por cima. Onde estava com a cabeça?

Limpou a garganta, se sentindo levemente envergonhado por suas ações e preferiu constatar que talvez tudo aquilo apenas estivesse o levando para o limite, que era o estresse e que um médico com a formação dele deveria estar acostumado com coisas estranhas como aquela.

– Peço perdão pela noite passada. Acabei indo ao seu quarto sem avisar e tarde da noite. Fui impróprio e inadequado, sinto muito.

– Não se desculpe por isso. – Jeon disse com um sorriso sincero. – Você estava tendo dificuldade em uma coisa e me chamou, é pra isso que eu estou aqui. Pode falar comigo a qualquer minuto e me chamar para qualquer coisa. Irei ajudá-lo. – Afirmou com serenidade, passando confiança e estabilidade para Jimin, que se sentiu aquecido por dentro.

– Obrigado. – Agradeceu educadamente, logo desviando o olhar, levemente cabulado pela situação.

Jeon achou graça pelo jeito do príncipe, confessava que quando recebeu a proposta imaginava um homem totalmente diferente. Talvez fosse a quantidade de filmes medievais que havia visto, mas imaginava que uma pessoa da realeza seria uma grande pau no cu e, surpreendendo suas expectativas, Jimin era leve, gentil e agradável. O homem até mesmo pedia desculpas para alguém a quem não devia nada.

Era surpreendente, de uma forma boa e calorosa. Jimin também não tinha uma postura rígida como o presidente da Coreia tinha –talvez isso fosse porque o seu país estava em constante guerra fria com a Coreia do Norte e a França não tinha tal preocupação no momento–.

O menino parecia sério, responsável e carregando o mundo nas costas, mas não era um tirano, longe disso. Parecia verdadeiramente preocupado com o seu país e o fato de estar tão preocupado em satisfazer sua futura mulher e poder dar um casamento de verdade para ela, mesmo não sendo sua vontade e sim o que todos esperam dele, era uma boa prova daquilo.

E mesmo o conhecendo muito pouco, Jeon já conseguia ver alguns traços de sua personalidade gentil, tímida e um tanto quanto doce, mascarada por toda a preocupação que carregava. Claramente, um homem que não tinha tido tempo de ser um menino.