Órfãos Entristecem Bruce Wayne

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Dois Dias Depois

POV Vicki

- E agora, vamos as notícias! A seguir, Gotham News!

Era estranho. Ouvir que Gotham News entraria no ar e saber que eu não teria de me apressar e me arrumar para entrar ao vivo, que não teria de pegar os folhetos com a manchete ou que, dependendo do local, usar um colete protetor de balas. Isso porque nem ao menos no meu trabalho eu estava.

Estava em minha casa, sentada no meu sofá como uma mosca morta, e seria realmente uma se fosse uma mosca, pois a cara de morta eu já tinha. Quem diria, não? Vicki Vale, a repórter mais talentosa de Gotham City, largada em seu sofá como uma mosca morta. Nem ao menos eu acreditei, e talvez seja por isso que odeio ser uma pessoa tão sensível. Quando o meu psicológico quer, ele acaba comigo. Já não é mistério o quê me abala. Eu, como repórter da cidade do crime já vi muita coisa, mas nada nunca me abalou tanto quanto o "Voo da Morte", como a imprensa nomeou. E não foi por eu ter presenciado uma família quase inteira morrer bem na minha frente, e sim por ver o pequeno acrobata Richard ter a sua vida destruída.

Não gosto de crianças, nunca gostei, mas Richard era tão diferente; aqueles olhinhos azuis assustados dele mexiam comigo de uma maneira inexplicável! Senti a necessidade de protegê-lo quando ele começou a chorar sob os corpos mortos dos pais, e isso só aumentou ao sentir aquela coisinha se grudar em mim, completamente assustada. Diferente de Bruce, que acha que o menino é a própria reencarnação dele, Richie conseguiu-se manter criança depois daquele espetáculo de horror, mas não sabemos quanto tempo ele vai aguentar se manter assim, tão puro. E hoje é um dia importante para Richard, iremos ao funeral de seus pais assim que Bruce der de cara na porta do meu apartamento. Será a primeira vez que ele me visitará usando calças. E sim, o menino está no meu apartamento. Wayne achou melhor trazê-lo comigo até o dia do funeral para sabermos o quê fazer depois, seja lá o quê estiver se passando naquela cabeça de morcego dele. A única coisa que sei é que quero manter contato com Richard, já não me vejo mais longe daquela criança tão abatida. Olhos azuis me conquistam fácil.

No momento, Richard está se vestindo para o funeral que insistiu em ir. Nisso ele era igual ao Wayne, era persistente. Eu já estava pronta, vestida a-lá mosca morta e assistindo o noticiário o qual trabalho, vendo talvez a única coisa que alegraria o meu dia: A vagabunda da Haly sendo indiciada pela morte dos Graysons, e o morcegão fazendo justiça ao pequeno Dickie Grayson.

- Como puderam ver, após a dona do circo, Haly, ser ouvida, os depoimentos de Jackson Drake e sua esposa foram os últimos a serem ouvidos pela polícia. Ele e sua esposa estavam junto ao filho, de poucos meses de vida, na platéia durante o atentado. Ainda sobre o "Voo da Morte", esta noite, mais um criminoso foi alvo do Cavaleiro de Gotham, Batman! O chefe da "Falconi", uma das maiorias máfias de Gotham, Anthony Zucco, ou como era conhecido, "Fat Tony", foi capturado pelo morcego e está sendo levado, junto a sua gangue, ao Departamento de Polícia de Gotham. De acordo com o própria dona do circo, "Fat Tony" mandou matar o casal de acrobatas do "Haly's Circus", John e Mary Grayson, sendo que a mulher estava grávida de apenas três meses de uma menina, que também não resistiu... Voltamos com mais notícias após os comerciais.

- E não é que o Wayne conseguiu... - Admiti, graças aos céus que aquele metido não podia me ouvir - Como ele mesmo diz, "Eu sou o Batman!" - Imitei toscamente o único argumento que Bruce tinha para tudo, ainda me questiono como ele pode ser um detetive tão bom.

- Senhorita Vicki, pode me ajudar?

Meu lado irônico desligou-se ao ouvir aquela vozinha de criança que, claramente, havia chorado de novo. Me virei e vi o pequeno Dickie caminhar até mim, usando uma roupinha social que Bruce havia lhe emprestado. Agravatinha dele estava toda desarrumada, e tive a pequena impressão de que ele não sabia arrumar. Ele se aproximou de mim, e pude ver que ele arrastava a elefantinha de pelúcia pela orelhinha, ele não a largou em momento algum desde que viu os carros de polícia parados em frente a sua "casa", e como o próprio disse, segurando a única coisa que havia lhe restado da família.

BirdieBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora