•Capítulo 10•

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Esse capítulo pode ser gatilho para algumas pessoas, esteja avisado S2

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~~S/n~~

Tudo estava quieto, Klaus já havia me feito seu interrogatório sobre o que rolou, Diego já havia acabado a conversa com Cinco e havia deixado o garoto dormindo.
O resto da casa estava na sala fazendo alguma porcaria, não me interessa.

Eu estava sozinha, claro, no meu quarto escuro. Me olhava no espelho e não sabia o que via.
Um monstro? Ex monstro?
Eu sou um desastre.

-S/n: Porque? Porque eu?

Porque eu, Cinco? Tantas garotas lindas e perfeitas pela cidade, por que eu!?
Eu não tenho nada de interessante... Eu sou, basicamente, um experimento de laboratório.
Tendo ou não meus poderes no momento, eu não deixo de ser horrível.
Eu sou uma besta e além disso, ainda sou estranhamente feia.

Me olho no espelho e não consigo segurar o choro.
Eu não tenho barriga chapada, são meus ossos que ficam a mostra.
Eu não tenho corpão, não tenho coxa, meus braços e pernas são finas...
Meu rosto? Nem se fala. Tenho algumas manchas de espinha e uma cicatriz na testa.
Eu realmente só não me odeio mais do que odeio o Reginald, por que se não, eu seria o que mais odeio em minha vida.

Eu me sinto tão.. sozinha, e na maior parte do tempo, deslocada. A sensação de não pertencer a Umbrella me corrói, mas que diferença faz, também nunca me senti pertencer a Sparrow.
Agora a solidão, isso sim eu sempre senti. É meio impossível quando você passou 90% da sua vida trancada em um porão. Só de pensar já me dá ansiedade e um certo pânico... Pânico.

Eu sinto o pânico correr nas minhas veias, a dor no tórax é insuportável... Minhas mãos tremem e por algum motivo, tenho a sensação de estar engasgada. Eu tenho medo de enlouquecer. Eu tenho medo de morrer.
Estava inquieta, andando igual uma maluca em círculos pelo quarto. Não podia conter as lágrimas que saiam desesperadamente dos meus olhos.
Por fim, me sento no canto do quarto, onde nenhuma brecha de iluminação era suficiente para eu me achar em meio a aquela escuridão...

Sento e abraço e encosto a cabeça em meus joelhos, eu não sabia o que fazer...

Sento e abraço e encosto a cabeça em meus joelhos, eu não sabia o que fazer

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Fico um tempo alí, sentindo tudo e todos os sintomas piorarem.
Sinto alguém abrir lentamente o quarto, entrando um feche de luz no cômodo.
Eu não ligo e continuo na minha, sentindo os calafrios enquanto as lágrimas caiam.

-Cinco: S/n? ... Tá tudo bem?

Eu não respondo, a resposta era óbvia.

Ele anda em minha direção e se senta no chão, na minha frente.

-Cinco: Ei! O que aconteceu aqui? O que houve?

Com a voz trêmula e chorosa, eu levanto a cabeça e respondo.

-S/n: Bem vindo ao quarto do pânico...

Ele me olha com um rosto repleto de tristeza e dúvida.

-Cinco: Quer me contar o que tá acontecendo?

-S/n: E-eu, eu não sei. Eu não sei o que tá acontecendo. Minhas mãos estão formigando, eu sinto que tem algo entalado na minha garganta. E-eu não consigo, eu não consigo me controlar e...

Ele me interrompe e segura as minhas duas mãos. Ele com a voz séria, diz:

-Cinco: Ei! Ei! Foca em mim, olha nos meus olhos, olha pro meu rosto! Isso é um ataque de pânico, você precisa tirar o seu foco de si própria!

-S/n: Como? Como que eu..

Ele me interrompe encostando rapidamente seus lábios nos meus, logo aquele selinho se torna um beijo calmo... Bom, ele conseguiu passar minha atenção para outra coisa...
Logo nos separamos pela falta de ar, e nós nos olhavamos fixamente, enquanto eu tentava controlar minha respiração. Eu já me sentia minimamente melhor, na verdade.
Mas as lágrimas ainda estavam presentes em meus rosto, eu precisava perguntar, mesmo com minha voz chorosa...

-S/n: Como? Como fez isso?

-Cinco: ah.. quando eu te beijei, você mudou sua atenção de o que estava acontecendo com você para o que eu estava fazendo com você... Achei que fosse ajudar...

-S/n: Ajudou... Cinco.... Obrigada.

-Cinco: Não é nada, se sente melhor?

-S/n: Sim, eu tô melhor. - Falo isso enquanto me levanto do chão e me sento na beira cama, ele faz o mesmo e se senta do meu lado. Ele mantia o olhar em mim.

-Cinco: Quer me contar? O que aconteceu?

-S/n: Eu não sei, eu... Eu não tenho certeza... É como um mix de emoções...

Ele fica em silêncio, apenas me ouvindo.

-S/n: Eu me sinto sozinha e deslocada, me acho um monstro horrível, me acho insuficiente... Tudo isso me mata, aos poucos... E ainda tem tudo que aconteceu no passado... Na verdade, as vezes eu tenho até alucinações com tudo isso.

-Cinco: ... Você não está sozinha, você tem a gente agora, você tem a mim. Sabe que pode me contar as coisas...
Eu também me sentia muito deslocado quando voltei do primeiro apocalipse.. mas depois isso passou, acho que tive que me acostumar...

-S/n: Eu sou horrível, eu fiz coisas horríveis, eu não mereço o amor e consideração de ninguém...

-Cinco: Ei! Não fala isso, você não é horrível. E é claro que merece amor.

-S/n: Porque Cinco? Porque eu?

-Cinco: Porque você o que? - Ele fala calmo e paciente.

-S/n: Porque me beijou? Porque eu? Tem tanta menina melhor por aí pra você se envolver! Eu não sou bonita nem nada, porque você não sai na rua e acha uma garota linda, loira dos olhos azuis, que não seja uma besta enjaulada? Olha, eu sou estúpida e...

Eu, NOVAMENTE, sou interrompida com ele virando meu rosto para ele e o trazendo de encontro com o seu. Mas dessa vez, não era um beijo calmo, era um beijo cheio de prazer e vontade... Ele estava com uma mão em meu rosto e a outra, na minha cintura.
Eu, aos poucos, levei minhas mãos ao seu pescoço, que se alternava com a nuca.
Nos afastamos pela falta de ar, eu amo seus olhos, são tão lindos... Eles me prendem de uma forma inimaginável... Então é isso? Estar apaixonada?

-Cinco: Tive que te interromper, você tava falando merda pra cacete.

Eu deixo escapar uma risada nasal e ele continua.

-Cinco: É você que eu quero, não é nenhuma loira de olhos azuis! E você não é nada disso que está falando, é sério.

Eu não conseguia esconder o sorriso presente em meu rosto... Eu precisava ouvir isso, a anos.

-Cinco: Olha, eu não gosto muito de abraços mas..

Eu não estava nem aí pra que merda ele tava falando, eu me jogo em seus braços em um abraço caloroso. Ele logo retribui, me apertando contra seu corpo. Então, ouço ele sussurrar em meu ouvido... -Eu ia falar que podia me dar um abraço.
Eu apenas riu da situação e depois de um tempo nos separamos. Ele segurava uma das minhas mãos.

-Cinco: Tenta dormir um pouco, você precisa descansar, e outra, já tá tarde. Amanhã temos muito o que fazer.

-S/n: Tá bom, eu.. vou deitar.

-Cinco: Boa noite princesa. - Fala isso enquanto soltava minha mão e me dava um beijo na testa.
Em seguida ele sorri e sai do quarto.

PQP, ELE FALOU QUE ME QUER E ME CHAMOU DE PRINCESA!? CADÊ O CINCO QUE EU TINHA CONHECIDO A UNS DIAS ATRÁS!?!?!?!?

Ai meu Deus, que loucura.
Minha cabeça dói, provavelmente porque estava chorando... Eu só preciso dormir.

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Continuaaa!!!
QUE EPISÓDIO FOI ESSE BRASIL AAAAAAA

Me desculpem por qualquer erro ortográfico <3

Panic Room ⊰⊹ฺ Five HargreevesOnde histórias criam vida. Descubra agora