Baile de Máscara

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~Pela Noite~

Lady Undertaker POV's On

Estava completamente concentrada no meu serviço, não percebo as horas passarem. Quando olho no relógio que está pendurado na parade do outro lado da sala fico surpresa, já passam das dezoito horas, tenho que me arrumar para o bendito baile que o Visconde planejou para essa noite. Francamente. Eu me recuso a ir nesse baile, porém não posso deixar essa excelente oportunidade passar. Esboço um pequeno sorriso. Essa noite vai ser uma noite e tanto.
Cubro o cadaver do senhor de aproximadamente 60 anos com um pano branco.
- Que coisa! Era pra termina-lo essa tarde. Bem quando eu chegar eu faço isso, afinal eu passarei essa noite em claro novamente.
Caminho até a porta, saio e tranco o comodo como de costume. Me encosto na porta e penso no meu tio, meu coração aperta, lágrimas enchem meus olhos, ele está me fazendo falta. "Recomponha-se garota, você não tem mais idade para ficar chorando" me repreendo.
- Bem, vamos aos preparativos.
Caminho para o 'meu quarto' que fica no último comodo da funerária. Abro a porta, o espaço é amplo, porém simples, tem uma cama de casal no meio do quarto em cada um dos lados da cama se encontra um criado mudo, há um guarda-roupa de madeira rustica pintado de preto na parade a direita, na parede esquerda tem uma porta que da para o bainheiro. Me aproximo da cama e me jogo de cara no colchão. Fecho os meus olhos e inspiro profundamente o cherio que emana dos lençois negros. Tem cheiro de ar livre e formol, esse cheiro me faz sentir em casa. Ah, como eu gostaria de viver aqui para sempre. Abro os meus olhos. Não, eu não posso, mesmo que eu queira, isso não é para mim.
Sento na cama e retiro a minha franja do rosto, com calma, mais calma que eu realmente precisava, retiro as minhas botas uma após a outra. Caminho até o guarda-roupa e abro as portas. Nos cabides à diversos vestidos negros, eu quero apenas um em especial. Pego o que estava escondido, ele aparentemente não tem nada de diferente. Só aparentemente. Pego também o resto da minha roupa, minhas botas, meia calça, armas, enfeite para cabelo, e é claro o meu item essencial, eu não posso sair de casa sem ele. Apesar de não usa-lo eu levo comigo para todos os lugares, vai que ocorre uma emergência... nunca se sabe o que o futuro nos reserva.
Jogo tudo em cima da cama, tiro a minha roupa, pego um roupão e caminho para o banheiro.

***

Ah é uma pena ter que sair, a água está tão boa. Levanto da banheira, pego meu roupão e saio.
- Vejamos, por onde eu começo? - olho para as coisas esparramadas sobre a minha cama - acho que não vai ter jeito, vamos começar pelas roupas intimas.
Visto a roupa de baixo, em seguida pego o meu espartilho e visto. Essa é a parte que eu menos gosto, o espartilho aperta e me deixa sem ar dificultando os meus movimentos.
-Argh como eu gostaria de ainda vestir roupas de homem. Elas são ~~TÃO CONFORTÁVEIS ~~.
Visto as meias, os sapatos, coloco os meus apretechos um em cada bota, fixo as armas nas minhas cintas e por fim coloco o vestido. Pronto.
Vou ao guarda-roupa novamente e atrás das portas me encaro no espelho. É isso basta. Prendo o meu cabelo em um coque alto e finalizo jogando a franja novamente para o rosto.
Dou mais alguns ajustes necessários na minha roupa e saio.

***

      Está escuro. Hoje não há estrelas no céu. A lua é a única coisa que ilumina o meu caminho. Faz frio. O vento balança as copas das árvores. O que se esperar de uma noite assim?
Eu não sei.
       Tropreço em uma pedra e perco o equilibrio caindo de joelho no chão.
— Ah que maravilha, a noite não podia ficar melhor. Além de ter que ir a um baile obrigada só me falta chegar lá toda suja.
Me levanto e limpo a poera do meu exagerado vestido. Francamente. Eu odeio bailes, esses vestidos, e acima de tudo as danças.
       Levanto a saia do meu vestido e checo pela quarta vez as armas que coloquei presa em cada uma das pernas, nas fitas que ligam a minha meia calça 7/8 com o meu corpete. Checo também a faca que esta dentro da minha bota.
Porque eu estou tão nervosa?
Deve ser o que está por vir me deixa assim.
Morte.
Eu posso sentir isso.
—  Certo - respiro fundo - eu já fiz isso muitas vezes. Não há nada a temer.
        Passo a mão no coque alto que eu fiz e encontro o hashi que prende o meu cabelo (N/A eu sei eu sei, os hashi são os talheres dos japoneses, mas por falta de nome vai ficar esse msm, enfim, num tem akles pauzinho q geralmente chinesa usa no cabelo? Então é isso ^^).
Ele deve ter aproximadamente 10 cm e na ponta tem uma pena negra de corvo. Eu estou bem protegida, ninguém me fará mal. Já eu não posso dizer o mesmo. Olho para lua. Estou sozinha, e essa solidão me fará compania. Tenho que me apressar, senão chegarei atrasada.

Quem é essa?Onde histórias criam vida. Descubra agora