No ano seguinte.
Bem, enfrentar aquele ano foi difícil pra porra.
Meu irmão ficou puto e quis matá-lo e por mais que o odiasse e até gostasse da ideia, ainda o amava o suficiente ao ponto de querê-lo vivo, mas bem longe de mim. Longe o suficiente para viver com o meu silêncio por trezentos e sessenta e cinco dias.
— Cadê a animação? — Hoseok me pergunta enquanto vê meu reflexo desanimado no espelho.
Ele parou de fazer o que estava fazendo e veio em minha direção.
— Eu sei que este dia não está te trazendo boas lembranças, mas vamos nos divertir para que no ano que vem você possa sorrir.
Concordo, mas lá no fundo achava impossível me divertir.
Passei todo aquele ano estudando e me esforçando a passar de semestre, porque me negaria a ser uma fraude nos estudos como aparentemente era no amor. Contudo, Hoseok não me deixava sozinho em momento algum e sinceramente, eu gosto do fato de ter alguém no meu pé a todo momento.
— Vamos naquela boate que abriu no centro da cidade. Fiquei sabendo que tem vários gatinhos e você precisa beijar na boca.
Pois é, preciso mesmo...
Continuo me arrumando na mesma animação de antes.
Definitivamente, eu não deveria ter saído de casa. A boate está lotada e eu não gosto de lugares assim, com gente demais, cheiros demais e rostos demais porque eu percebi que quanto mais bebo, mais autodestrutivo me torno e acabo vendo o rosto dele em qualquer lugar. Paro no balcão e peço uma bebida, não levando tempo até ingeri-la e pedir outra, e outra e outra... Sei que só parei com essas repetições quando já não sentia vergonha ou medo, então fui para a pista de dança. Comecei a rebolar e a dançar ao som de qualquer música que tocasse.
Sinto alguém chegar por trás do meu corpo.
A minha primeira reação foi me afastar, mas o cheiro... O cheiro me deixou paralisado enquanto o sentia roçar o nariz em meu pescoço e me perder na lembrança de sua voz.
"Falta tão pouco, jimin..."
Não sei se foi a minha mente, a saudade ou qualquer outra coisa, mas eu podia ouvir a voz dele no meu ouvido.
Abro os olhos e dou um salto me afastando de quem quer que seja, mas não havia ninguém.
Meus olhos lacrimejam.
Por que eu estou triste?
Eu queria que fosse ele?
Meu amigo me olha torto, mas não para de dançar animadamente com um carinha qualquer. Às vezes queria ser como ele. Mas sou trouxa o suficiente pra continuar apaixonado.
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APESAR DE TODO ESTE TEMPO, AINDA TE AMO | Jikook
FanfictionEu tinha dezessete anos quando me apaixonei perdidamente. Aos vinte e um acreditei que não haveria mais jeito para o meu coração partido e até repudiava a ideia de me apaixonar novamente, mas aos vinte e dois percebi que, por mais que me doesse conf...