Eu tinha dezessete anos quando me apaixonei perdidamente. Aos vinte e um acreditei que não haveria mais jeito para o meu coração partido e até repudiava a ideia de me apaixonar novamente, mas aos vinte e dois percebi que, por mais que me doesse conf...
Gente, nesse cap o JK menciona de forma sutil um aborto. Então, se isso servir de gatilho, por favor, não leiam.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ok Jimin.
Nada demais.
É só um cara sem roupa perto de você, não é a coisa mais impactante e surreal que já aconteceu na sua vida. Você já teve outros caras nus perto de seu corpo, então se controla.
Mas, aqueles caras não eram ele.
Não tinham o cheiro que ele tem, nem o mesmo magnetismo.
Achei que neste tempo me esqueceria de seu cheiro, mas eu só o memorizei ainda mais.
— Se quiser, podemos colocar uns travesseiros aqui no meio. — Ele gesticula enquanto anda pelo quarto. Parecia mais ansioso que eu. Talvez estivesse mesmo.
Faço que não.
Não preciso de nada disso porque sou adulto e adultos sabem lidar com essas coisas.
Adultos resistem e eu vou resistir.
Jungkook apagou a luz e o quarto ficou escuro. Ele aproveitou aquele momento para tirar a sua roupa e deitar ao meu lado mantendo distância do meu corpo. Eu ainda usava o roupão atoalhado e me cobria com o edredom. Estava definitivamente embrulhado como se fosse um presente. Mas não era o presente dele.
Comecei a sentir um calor que subia da planta dos meus pés e se concentrava na minha virilha, depois, de modo sorrateiro, continuava a se estender por cada canto do meu corpo.
— O ar está desligado? — pergunto, ofegante.
Segundos depois ele responde.
— Não. Está ligado. Por que, está com calor?
Não quero responder, mas se não disser nada vou parecer um idiota.
— Um pouco.
— Tira o seu roupão. — sugere.
Por sorte não consegue ver o meu rosto, tampouco o desespero estampado nele.
— Não. Melhor não!
Ele suspira.
— Está com medo? Eu não vou fazer nada, Jimin.
Eu sei que não.
Meu medo não era dele, era de mim.
Por mais que me negasse a confessar tudo o que sentia, qualquer um poderia notar que eu ainda era louco por ele. Estava puto? Estava sim! Mas também estava disposto a relevar tudo por gostar tanto dele. Acho que é por isso que algumas pessoas escolhem não se apaixonar e evitam este sentimento a todo custo porque eles pegam o amor próprio e enfiam na bunda.
Como eu.
Sinceramente, acho que ele nem existe mais.
Nós ficamos em silêncio porque não havia o que conversar, não ali. Não somos um casal que conversa antes de pegar no sono. Tampouco amigos. Ainda mais sabendo que ele estava nu a centímetros de mim e que era só esticar a mão e... Me forço a pegar no sono, mesmo sabendo que era impossível. Eu não ia dormir. Era como se meu corpo estivesse ligado na tomada. Fico olhando o teto e pensando em muitas coisas. Nas provas, nas aulas, e até na minha tia avó que tem calo no pé. Começo então a me sentir zonzo, as pálpebras pesadas e o olhar turvo. Eu sabia que o sono estava chegando, era só me manter focado naqueles pensamentos que tudo fluiria. E sim, definitivamente sim, consegui pegar no sono depois de alguns minutos de tentativas, no entanto, para o meu total desassossego, minha última lembrança foi a dele.
