Eu tinha dezessete anos quando me apaixonei perdidamente. Aos vinte e um acreditei que não haveria mais jeito para o meu coração partido e até repudiava a ideia de me apaixonar novamente, mas aos vinte e dois percebi que, por mais que me doesse conf...
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Quatro meses depois.
— Tem certeza de que ele precisa ir embora?
Pergunto ao meu irmão que não tirava os olhos da tela do celular. Ele parecia mais abalado pela ida do Jungkook do que eu. O cara que gosta dele em segredo há tanto tempo.
— Ele vai voltar? — O enchia de perguntas, mesmo sabendo que elas poderiam não voltar.
Namjoon, depois de um longo tempo em silêncio, me encara.
— Ele disse que volta daqui há dois anos porque tem algo a resolver. — Sua afirmação me acertou em cheio.
Então ele ainda se lembra...
— Mas, ele não deve ficar muito, né?
— Com a morte repentina de seu irmão e com todas as obrigações que vai assumir, sinceramente, não sei...
Meu irmão parecia realmente triste e frustrado, ainda mais por não ter podido se despedir de seu amigo antes dele ir embora. Eu também, queria poder dizer o quanto sentia por sua perda e que estaria disponível caso quisesse conversar sobre qualquer coisa ou apenas chorar. Mas ele já se foi. Me sinto triste. Muito triste. E só existe um lugar nessa casa que entenda a minha tristeza sem julgamentos.
— Hnn, fica bem, tá bom?
Era um pedido feito a ele, mas que deveria surtir algum efeito em mim porque eu sei que seria difícil levar a vida agora sem a presença da única pessoa que me dava forças pra sair da cama. Foi bem como pensei, três anos é muito tempo e muita coisa pode acontecer. Ele pode, inclusive, encontrar alguém por lá e não voltar mais. Um calafrio percorreu minha espinha só com essa possibilidade.
Contudo, a vida, por mais difícil que seja, precisa seguir e eu preciso passar nas provas ou não conseguirei ir pra faculdade no ano que vem.
— Vai ficar tudo bem com você? — O Namjoon me pergunta antes de se levantar e andar até a porta, olhando para trás.
Estreito os olhos em sua direção, confuso.
— Não se faça de besta, Jimin, eu sei muito bem que você gosta dele. — Seu sorriso cresce na boca e eu franzo a testa. — Sei que ele também sente algo por você.
Meus olhos se arregalaram.
Como assim ele sabe?
— Sabe que a cachaça é o grande inimigo do ser humano, né? Ele acabou me contando...
Meus olhos não conseguiam fixar nele, estava ansioso e apavorado.
