(narrado por Regina)
Com 13 anos, eu já havia assistido a muitos filmes eróticos, desses que tem em vários sites na internet. O meu maior intuito, ao fazer isso, era aprender. Vendo aquelas cenas eu ia aprendendo. Sempre ficava excitada e a masturbação era inevitável. Como já disse, nunca me permitia chega ao orgasmo. Esse era um problema que eu tinha que resolver. Outro problema era que esse aprendizado ia ficando na "teoria", e eu já não aguentava mais, tinha que colocá-lo em prática. Era preciso. Por isso, de vez em quando, tinha uns rompantes, iguais a esse primeiro, que tive aos 13 anos.
Estudava na Escola Estadual Afonso Pena, ali mesmo na Tijuca. Ela ficava a uns dois quarteirões da nossa casa. Eu já estava no nono ano, portanto um ano adiantada. Na minha sala, os colegas tinham, no mínimo, 14 anos de idade. Marcos Luís tinha 15 anos, e sentava na segunda fileira de carteiras à esquerda da minha. A minha carteira era a quarta da fila e a carteira dele era a quinta da sua fila. As nossas fileiras ficavam, mais ou menos, no meio da sala. A fileira dele ficava mais próxima da porta.
Ele era um mulato magricelo e tinha um rosto bonitinho – pelo menos, eu achava. Talvez fossem os seus olhos castanhos claros, que lhe davam um toque diferente. Ele não tirava o olho de mim. Olhava de soslaio, mas olhava. Toda vez que eu olhava para ele, ele estava me olhando. E isso não acontecia só na sala de aula, era em qualquer lugar. Uma vez, estava com meu pai e Maria Rita no Shopping Tijuca, e encontramos ele. Ele vinha sozinho na nossa direção. Passou por nós com aquele seu olhar em cima de mim. Olhei para trás e vi-o continuar andando, sem olhar para trás. Depois de alguns minutos, percebi que ele estava atrás de nós. O tempo todo, enquanto nós ficamos no shopping, ele estava por perto. Não tão perto, mas estava por ali. Cheguei a uma conclusão lógica (pelos menos, eu achei): ele estava afim de mim. Deduzi: aquela era a oportunidade de treinar o meu aprendizado sexual. Eu estava querendo praticar, principalmente, uns beijos de língua. Com ele, poderia ser uma boa. Por ser mais velho, já deveria ter não muita, mas alguma experiência. Seria uma boa oportunidade de praticar. Para incentivá-lo, comecei a trocar uns olhares. Contudo, notei que, quando olhava algum tempo para ele ou dava um leve sorriso (para fomentar mais a aproximação), o efeito era contrário: ele virava a cara. Era aí que o olhar dele ficava mais de soslaio ainda.
Comecei a achar que a minha avó tinha um pouco de razão. Aliás, ela quase sempre tinha razão. Uma vez, ela me falou: Menino é sempre mais bobo do que menina. Demora mais a desenvolver, inclusive, para o lado da sensualidade. Meninas novinhas, muitas já com quatro anos, começam a paquerar, a achar os meninos, "engraçadinhos". Não só os meninos da idade delas, até os mais velhos, Muitas vezes, um professor e um artista da televisão ou cantore. Já os meninos, com a mesma idade dessas meninas paqueradoras, só querem saber de brincar. Um bom exemplo é o Clube do Bolinha, daquela revista em quadrinhos.
Não acho que seja bem assim. Apesar de respeitar a opinião da minha querida avó, já vi alguns meninos (em menor proporção, é bem verdade!) procedendo como as meninas exemplificadas por ela. Por isso, sempre acho que a gente nunca deve generalizar. Marcos Luís, com certeza, estava entre os meninos padronizados pela minha avó.
Resolvi atacar, era o jeito. Faria um bilhete audacioso.
Peguei a minha Bic e uma folha de caderno...
Meu lindo! (comecei assim para dar uma força, pois aquele olhar de soslaio era um olhar tímido; era preciso incentivar)
Gostaria muito de namorar com você. Tá afim? (fui direto ao assunto)
Se quiser, logo abaixo está o meu número de celular. Me liga, para a gente combinar.
Coloquei o meu nome e o número do meu celular embaixo. Finalizei, desenhando em traços rápidos o rosto do Marcos Luís, no canto superior esquerdo da página. Ficou como se fosse uma ilustração. Sempre fui muito boa em desenhar rostos e queria impressioná-lo.
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MOMENTOS DE SUBMISSÃO - amor, hot, traição, suspense, terror, ação policial.
RomansaCOMUNICADO: Caras amigas (os) e companheiras (ros). Amigas, sim, foram vocês que me incentivaram; dando força, com palavras carinhosas para mim. Espero um dia poder estar com cada uma fisicamente e poder agradecer olhando nos olhos. Se me realizar...