Capítulo 22 - Há um Mês, Mais Ou Menos, Antes De Regina Fazer A Trilha...

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Helena e Paulo Roberto passaram a se encontrar com certa frequência. Helena concordava em manter os encontros deles no maior sigilo, pois dizia ter um noivo. E ela não queria terminar com esse noivo. Já estavam até de casamento marcado, com tudo pronto para casar. Isso deu certo conforto para Paulo Roberto. Ela não ficaria no seu pé. Foi o que ele achou.

O esquecimento da camisinha ocorreu mais uma vez, o novo fato se deu porque Helena pegou Paulo Roberto novamente desprevenido, ela entrou na sala dele depois do expediente e começou a beijá-lo freneticamente, a sua mão começou a massagear o pênis sobre a calça. Aquilo para Paulo Roberto, como já devo ter falado, era incitativo demais, ele não sabia explicar, mas sentir a massagem sobre a calça (e a cueca) o deixava descontrolado. E, mais uma vez, ele acabou tendo relação com ela sem a camisinha (Helena, mais uma vez, jurou que estava com o medicamento das pílulas anticoncepcionais em dia).

Apesar de no momento ele ficar deslumbrado com a relação sexual, depois do orgasmo, quando ele colocou a cabeça (de cima) para funcionar, começou a ficar perturbado, incomodado com o que estava acontecendo. Não só de ter transado sem camisinha, mas ter transado no trabalho, no seu escritório. Era muito arriscado ser pego. Se isso acontecesse, sua vida mudaria para pior, com certeza. Não valia a pena continua se arriscando. Não tinha maiores intimidades com qualquer funcionária. Era só bom dia, boa tarde, boa noite, e assunto sobre o trabalho, não passava disso mesmo.

Seu Rodolfo não podia nem desconfiar da vida que ele levava, de como ia o relacionamento com a Marina. Toda vez que pensava nisso, um calor imenso invadia o seu corpo e começava a suar frio. Só agora, começou a perceber que o envolvimento, dele com Helena tinha saído completamente do controle. Ele não conseguia resistir, a cada encontro ela mostrava uma coisa nova, sempre tinha uma novidade na relação sexual. Porém, ele estava achando que tinha que ser forte, aquilo não podia continuar. Passou algumas noites quase em claro pensando sobre o que fazer para terminar esse envolvimento. Esses pensamentos eram acompanhados de pulsação do coração, calores e suores pelo corpo todo. O problema era que ele tinha que terminar sem que ela se contrariasse. E isso certamente seria difícil. Ele sabia que mulher contrariada (o homem também) poderia virar uma fera. Apesar de ela não ter nenhuma prova contra ele, assim ele achava. Nem guardar o sêmen dele para provar algum relacionamento ela podia. Ele nunca deixava a camisinha usada dando sopa.

Às vezes ele achava que tudo estava certo, que até seria fácil terminar com ela, sua autoconfiança aumentava sensivelmente. Mas logo em seguida sua autoestima caía, ele achava que talvez fosse impossível terminar. Ela não ia deixar isso acontecer, certamente. Porém, ele sabia: alguma coisa tinha que ser feita. Tinha que tentar.

Numa dessas noites mal dormidas, ele lembrou que tinha uma viagem para o Japão, ia ficar lá uns 15 dias, se desse ficaria mais um tempo, e achou que aquilo seria uma oportunidade: sairia sem se despedir dela. E, quando voltasse, a ignoraria completamente. Chegou a pensar até que seria uma boa, se nesse período em que estivesse fora, arrumasse uma forma do departamento de pessoal despedi-la ou enviá-la para outro estado. Mas depois achou que aquilo não pegaria bem, ela não trabalhava diretamente com ele, e ele não tinha motivos para alegar esse ato, para todos, ele nem a conhecia.

Nesse encontro que eles teriam hoje, ele estava determinado a começar a se afastar dela. Planejou tudo (pelo menos ele achava). Hoje, por exemplo, ele não teria relação sexual com ela. Não a deixaria insistir, daria uma desculpa: diria que estava com dor de dente, que já tinha ido até ao dentista, mas que a dor ainda persistia, assim, nem beijar poderia, e por causa da dor não poderia ficar muito tempo. Para garantir não fraquejar, ele se masturbou antes de sair de casa, depois do almoço (no sanitário do seu escritório – ele tinha um sanitário privativo na sala dele) e, antes de sair para encontrar com ela, repediu a dose. Só que ele não esperava o que ela iria comunicar. Parecia que ela tinha adivinhado o plano dele.

MOMENTOS DE SUBMISSÃO - amor, hot, traição, suspense, terror, ação policial.Onde histórias criam vida. Descubra agora