O Inimigo

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Já estava quase anoitecendo e Sakura e Sasuke só haviam parado uma vez para comer, se aliviar e abastecer o carro.

Agora, ele dirigia há horas e estava tenso, era muita informação para pouco tempo, tudo havia mudado de repente e isso não o alegrava.

Apesar de ter começado a confiar em Sakura, ainda estava cismado.

— Eu matei meu irmão. — Sasuke a ouviu dizer. Arregalou os olhos e o carro chegou a balançar em suas mãos, com o choque que levou.

— O que você disse? — Não podia entender, devia ter acontecido algo muito sério para ela matar o irmão.

— Disse que matei meu irmão, ele perdeu o juízo, aquele lugar faz isso com as pessoas.

— Que lugar?

— A cidadela. Yugakure — respondeu.

Sasuke notou as mãos dela sobre o colo, ela apertava uma com a outra e parecia tremer.

— Vamos parar. Aqui parece bom para passar a noite. — Ele saiu da estrada e dirigiu alguns quilômetros em meio ao nada, a escuridão já tomava conta e ele notou que aquela viagem e o risco de encontrarem a cidadela havia mexido com o emocional da garota.

Assim que o carro parou, Sakura lançou-se para fora e correu, segurando seu embornal.

Sasuke e Angry desceram e ele foi acender o fogo, como deveria fazer. Olhava para ela, que se sentou no chão e abraçou os próprios joelhos com os braços.

Sasuke foi se acomodar ao lado dela. Tomou a liberdade de envolvê-la com o braço, estava frio. Ela aconchegou a cabeça no ombro dele e, então, ficaram assim por algum tempo.

— Sasuke, eu vou beber, preciso — disse enquanto enfiava a mão no embornal e tirava uma garrafa cheia de um líquido transparente.

— O que é? — perguntou Sasuke, olhando-a com desconfiança.

— É uma bebida. Chama-se gin. Já bebeu álcool, Sasuke?

— Não.

Ela abriu e virou no gargalo, dando três ou quatro goles. Tirou da boca e fez uma careta junto com um ruído de desaprovação. Entregou a garrafa para ele.

— Quer que eu beba isso? Com a cara que você fez não me empolgou em nada.

— É que o gosto é forte, mas o que vem depois, você vai gostar. — Sorriu para ele.

Sasuke cheirou, fez uma careta e, finalmente, levou aos lábios.

Fez como ela: algumas goladas, careta e ruído.

— Minha nossa! Isso queima! Não está me envenenando, hã?

— Claro que não. — Pegou a garrafa de volta e ficaram bebendo e conversando, até que, depois de um tempo, Sakura percebeu que Sasuke estava enrolando a língua.

— Me devolva, Sasuke! Você não está acostumado, não pode beber mais ou vai acabar desmaiando. — advertiu enquanto ria da cara de bêbado dele.

Enfiou a garrafa na bolsa e o olhou com um grande sorriso.

— Gosto de você, Sasuke.

— Nossa, estou te vendo diferente e... sinto coisas estranhas, parece que as coisas estão se movendo sozinhas.

— Não se preocupe, você só ficou um pouco embriagado. — Ela estava olhando para ele, também sentia um pouco os efeitos do álcool.

— Você é bonita demais... quero te beijar, como fizemos antes.

O Lobo do DesertoOnde histórias criam vida. Descubra agora