O Lobo do Deserto

O Vale - Futuro

Alguns anos depois.

O lugar estava verdejante e próspero. As mãos dos residentes do vale, todos os dias, tocavam e cultivavam a terra, que dava-lhes o que comer. Depois de tantos anos de privação, o planeta Terra parecia estar disposto a dar mais uma chance aos humanos que ainda estavam de pé, os que conseguiram sobreviver à toda a forma de dificuldades pelas quais uma pessoa pode passar.

Algumas crianças corriam e brincavam ao redor da grande horta. Alguns animais também estavam presentes, algumas galinhas, cabritos e cães.

Um homem e uma mulher andavam de mãos dadas pela trilha de pedras, aquilo ainda era um deserto, a tecnologia que a inteligência humana conseguiu criar permitiu que eles obtivessem a água do subsolo e usasse para irrigação.

— Sasuke, onde está Ayumi e Jun? — perguntou Sakura.

Estava amanhecendo e esse era o horário usado para o trabalho no campo, já que depois, o sol muito forte, era quase fatal. A plantação ficava embaixo de uma proteção, um tipo de tecido escuro que deixava as plantas sempre a meio sol, mas mesmo assim, não era tudo o que conseguiam extrair daquela terra maltratada.

— Não sei, devem estar brincando com os outros.

Angry veio correndo e circulou o casal, com a língua para fora e o rabo oscilando. Ao lado dele estava Preciosa, a cadela que já vivia no Vale quando eles chegaram. Tiveram filhotes e hoje havia uma pequena matilha no território.

Ayumi e Jun chegaram logo atrás dos dois cães e abraçaram seus pais. Estavam com seus sete e cinco anos.

— Onde vocês estavam? — Sasuke agarrou o garotinho, o ergueu até o alto e o colocou nos ombros.

Ayumi, a mais velha, permaneceu abraçada com a mãe.

— A gente estava apostando corrida. O Hiroshi ganhou, papai — triste sobre as costas de Sasuke, o garotinho murmurou.

— Mas é claro, ele é mais velho do que você, tem as pernas mais compridas — finalizou, soltando uma risada enquanto se referia ao filho de Kakashi e Rin.

O Vale havia crescido em extensão e em população, os casais se formaram e crianças nasceram, o trabalho árduo daqueles que viviam em comunhão e com esperança transformou o lugar em um oásis para viver.

Sasuke colocou o pequeno garoto no chão e no mesmo instante ele correu para longe, junto com a irmã e os cães.

Sakura envolveu o Uchiha pela cintura e eles se beijaram.

— Eles estão felizes — ela afirmou.

— Sim, meu amor, estamos fazendo um bom trabalho aqui — finalizou Sasuke.

Todos viviam felizes e não tinham mais tanto medo como antes, nunca mais souberam de agressões, atentados ou mesmo foram atacados por outros povos ou humanos infratores; viviam em relativa harmonia há quase uma década.

Instalaram um sistema de governo democrático e pacífico, todos podiam opinar, contribuir com seus serviços e ensinar uns aos outros.

Kakashi era o responsável pelo aprendizado das crianças, Rin era enfermeira, Sakura gerenciava a distribuição de alimentos entre todos os moradores do local e Sasuke era um dos governantes. Havia um homem acima dele, se chamava Hagoromo, era o ancião do vale, todos o respeitavam e Sasuke se tornou seu braço direito e, muito provavelmente, o sucederia quando chegasse a hora.

Sasuke sabia que devia tudo o que tinha na vida ao seu eterno e inesquecível mestre Jiraiya.

A fama que o casal Uchiha adquiriu ao chegar no vale foi demasiadamente grande, já que foram os responsáveis pela queda do império de Hidan.

Eles foram capazes de mostrar que é possível se levantar contra tiranos e tirá-los do poder, acabar com a escravidão e a tortura. Mostraram que é possível construir um mundo melhor, justo e feliz.

Ainda havia muito a fazer.

A Terra não era mais a mesma, a ambição dos homens quase pôs fim à humanidade, mas os mais fortes ainda estavam de pé, em busca de reconstrução, renascimento e esperança.

O amor daqueles que viviam no vale e almejavam a paz era infinitamente maior do que qualquer tirania ou desejo de poder cego e egoísta. Todos no vale viviam para a comunidade, nada era feito ou pensado de forma individualista, tudo era de todos e para todos.

Agora resta aos poucos humanos que prosperaram, evoluírem e deixarem um mundo melhor para as próximas gerações.