A Busca

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Era cedo, talvez seis horas da manhã, Haruno e Sasuke já estavam rodando há uma hora pela estrada. No deserto quanto mais cedo fizessem as coisas, melhor, pois o clima árido não ajudava e às sete horas o sol já estava a pino.

Sasuke dirigia e Angry estava no banco de trás.

— Parece que estamos com sorte, ninguém por essas bandas até agora! — Haruno disse, aliviada.

— Você sabe mesmo pra que lado temos que ir? — Sasuke olhou para ela tirando os olhos da estrada por um momento.

— Não vou mentir pra você, não sei muito bem, nunca estive lá, mas tenho uma noção. Consegui informações...

Sasuke não perguntou nada, apenas continuou dirigindo e de vez em quando olhava com o canto dos olhos para ela. A garota segurava seu embornal junto ao corpo, ele não sabia o que tinha dentro, mas parecia ser algo muito precioso, igualmente a sua espingarda, que ela não soltava por nada, mesmo sabendo que não estava carregada.

— Acho que precisa contornar aquele trevo. Temos que pegar para noroeste — Falou decididamente. Sua voz era firme e bonita, Sasuke gostava que ela tomasse as decisões, achava aquilo interessante.

Para ele tudo aquilo era uma novidade instigante. Ter a companhia de alguém desconhecido e ainda por cima uma mulher. Sorriu minimamente se lembrando de Jiraiya, se ele estivesse ali, o que não estaria falando para o Uchiha? Com certeza o incitaria a se deitar com ela. "Se deitar com ela". Era assim que o mestre falava. Sasuke só conseguia imaginar o que de fato aquilo queria dizer. Jiraiya nunca contou explicitamente o que um homem e uma mulher faziam quando "se deitavam", apenas disse que na hora certa, ele descobriria.

— Do que está rindo? — perguntou ela. Sasuke disfarçou fechando a cara, mas percebeu que tê-lo visto rindo, a irritou.

— De nada, qual o problema?

— Eu sei muito bem o que vocês homens estão pensando quando fazem essa cara!

Sasuke se espantou com o tom de voz feroz da mulher que, repentinamente, mudou de humor da água para o vinho. Ele deu de ombros e ignorou.

Já estava bem mais quente, devia ser por volta das nove horas da manhã, os dois suavam. Sasuke passou o braço pela testa, que tinha parte coberta pelo comprido lenço azul escuro que ele mantinha amarrado na cabeça como forma de se proteger do sol.

— Precisamos parar — ele disse. — Comer e descansar.

— Sim, eu sei.

Então, Sasuke saiu da estrada e adentrou um pouco pela paisagem desértica até ficar o mais distante possível da via, onde os loucos saqueadores de água, gasolina e o que quer que fosse, passavam.

— Preciso me aliviar — Haruno falou um pouco sem jeito. Fica aí dentro do carro — disse, como uma ordem. Saiu do carro, deu a volta e se abaixou atrás do veículo para fazer xixi.

Sasuke ficou observando pelo espelho retrovisor. Pensava no que estava por vir, no tal homem que Haruno disse conhecer e que poderia levá-los à tal "Terra prometida". Jiraiya nunca havia falado nada sobre um vale verde ou algum lugar assim.

Haruno voltou e ficou observando Sasuke retirar alguns embrulhos de ração de uma das caixas que tinha no carro.

— Toma! — Estendeu um deles para ela e rasgou outro para Angry. — Vamos comer e continuar. Você acha que ainda estamos longe?

— Eu não sei. — Rasgou o plástico que cobria seu alimento e sentou dentro do carro. Assim que deu a primeira mordida, ouviu Sasuke perguntar interessado.

O Lobo do DesertoOnde histórias criam vida. Descubra agora