Cap 11: Canção de ninar

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O MATO ALTO na entrada do castelo indicava o tanto de tempo em que a sombria construção medieval estava abandonada. Se quer haviam portas ali, nada além de pedras, limos e animais peçonhentos e rastejantes pela parede.

Liam encarava o local a distância ainda, pouco mais de cem metros, seu coração parecia acelerar dentro do peito, mas só parecia mesmo, o coração dele não batia haviam mais de dezesseis anos, Louis ao seu lado o encarava um tanto apreensivo, olhos atentos, pomo de Adão subindo e descendo mais vezeses que o normal, e uma breve tensão enquanto o de olhos castanhos parecia suspirar fundo, embora se quer respirasse.

— Temos que invadir pelo antigo canal de dejetos, é o melhor lugar - Louis pronunciou, a cara de nojo ostentada por Harry o fez rir — Tá desativado a mais de oitocentos anos. E então Liam?, Liam? - O outro vampiro era longe quando chamou

— Eu sinto o cheiro do sangue dele - Aspirou o ar, não era tão forte pela distância, mas sabe, quando um vampiro prova o sangue de um humano e não o mata logo em seguida, este, o vampiro, pode farejar aquele cheiro em qualquer lugar — Eu tive uma ideia - Soou vago antes de encarar Louis.

QUANDO ERA MAIS JOVEM Zayn lembra de ter tido um acidente com o aparador de grama, aquilo o rendera um corte significativo no pé, nada muito grave, mas ele se desesperou pela quantidade de sangue que saía do local e, após um breve curativo e alguns sermões e exageros da senhora Tracy, dona do orfanato, ele foi até a internet procurar curiosidades a respeito da anatomia humana e todo resto. Por acaso ocorrido por clicar em vários vídeos recomendados pelo YouTube, ele parou em um qual o médico falava a respeito de doações de sangue e quanto um corpo humano poderia perder até que uma transfusão fosse necessária, ele achou interessante como o homem soava, os termos, o jeito como ensinava como aquilo funcionava e tudo mais. Contudo, aquele conhecimento, assim como todo resto, parecia se esvair da pouca oxigenada mente, e ele juntamente com o sangue que escorria pela décima vez até uma taça. Se estivesse com uma boa consciência, veria que o que perdera em sangue se calculava em mais ou menos um litro inteiro.

— Estou me sentindo um guloso - Jack respirou fundo enquanto bebia mais um pouco do sangue de Zayn, não se foram nem duas goladas quando passou a taça de mais ou menos cem mL para um outro vampiro — Não posso acreditar que vai preferir morrer a entregar o cara que matou a sua mãe

— Vai... vai a m-merda! - Engoliu o ar, a falta de sangue e a desidratação estavam o deixando cada vez mais pálido, gélido é parecido com os outros ali.

— A decisão é toda sua - arrastou a lâmina da adaga pelo pálido lábio do moreno, trilhando um rastro frio do que pareceu um beijo assassino, apenas para arrancar mais sangue de onde não tinha — Sabe... - encarou Zayn por um minuto, olhos pesados, olheiras fundas e escuras, pele pálida e quase amarela, não conseguia se quer sustentar a cabeça direito, cheirava a quase morte, e se quer daria sinal de que falaria algo — Eu estive pensando

— Oh, você pensa? - Zayn riu cansado, era sarcástico, ele havia perdido a percepção de perigo a algum tempo

— Isso, ria, é um jeito bom de morrer - Segurou o moreno pelas bochechas, o fez olhar em seus olhos, bem lá no fundo, não havia nada, embora houvesse hipnotizado o garoto três vezes, a sua mente não gritava nada, não o obedecia, como uma fechadura frouxa, como se a porta que tornava aquilo possível, tornar sua a mente de Zayn, houvesse sido arrombada e só tornava tudo mais irritante para si — Eu tentei te fazer falar onde Liam estava porque queria ser o herói do meu povo, aquele que caçou e achou o traidor da MÃE e a vingou de forma justa, mas como não colabora, não há outra opção a não ser fazer Liam procurar apenas o seu corpo, quem sabe eu até não te transforme, uh?, imagina que magnífico, te tornar exatamente a criatura que matou a sua mãe - Sorriu em presas afiadas ao sentir o medo de Zayn pela primeira vez — Gostou da ideia?, uh? — Aproximou os lábios ávidos e gulosos pelo pescoço do moreno quando decidiu o drenar de vez

Yin Fen - Ziam VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora