Roubando vans

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Senti cada pelo do meu corpo se erguer. Porra, agora eu estava ferrada. Vi alguns policiais pararem na porta da lanchonete em algum lugar do Colorado. Se me vissem ali eu estava encrencada.

-Ela não deve ter ido muito longe - o mais velho dos policiais falou

- Ela é bastante esperta, essa garota é bem rápida! - o mais novo respondeu

-Temos que pegá-la, é uma criminosa, merece ir pra cadeia!

-Mas nem seu nome sabemos, não conseguimos achar as digitais, lembra?

Me senti orgulhosa. A ideia de queimar minhas digitais foi mesmo muito boa. Tudo bem, doeu, mas assim facilitava meu trabalho e dificultava o deles.

-Cadela! - Me desprendi de meus pensamentos quando percebi que o mais velho havia me visto. De onde estavamos -eu estava dentro da lanchonete, sentada numa mesa perto da vitrine, e eles estavam do outro lado da rua- pude ver seus olhos raivosos enquanto corria em minha direção. Me levantei rapidamente e corri em direção a cozinha. Ouvi alguns xingamentos da parte dos funcionários, mas não liguei. Não ia ser um cozinheiro meia-mão que me pegaria. Sai pela porta dos fundos e corri por trás das outas lojas daquela rua. Ouvi os políciais gritarem atrás de mim.

-Pare ou atiraremos! - Continuei correndo. - Pare sua vadia estúpida! - Ai, essa doeu.

Entrei em um beco e sai na avenida, quase fui atropelada por um caminhão. Boa América! Continuei correndo a procura do meu carro. Cadê ele??? Jurava ter o deixado no estacionamento do hotel. Corri mais um pouco por entre as casas até ver o jeep preto, ao lado de uma policial que colocava uma trava nas rodas traseiras. O que?! Fiquei desesperada, por que estavam me multando? Até me lembrei da placa. Na minha última fuga, a placa traseira fora arrancada e eu, por não ter tempo em meio a perseguições de trocar placas, acabei me esquecendo. Mais um ponto América! Ouvi mais um grito dos policiais, seguidos de tiros que acertaram a parede ao meu lado. Corri na direção contrária e entrei em uma pequena padaria. Passei pela porta dos fundos e avistei uma van prata com as portas abertas. Estavam descarregando alguns produtos na padaria. Aproveitei que o homem de uniforme azul estava distraído e entrei na van, ligando a mesma e pisando no acelerador.

- Ei! Minha van! - Ouvi o homem gritar enquanto eu acelerava e entrava na rua.

Dentro da van e bem longe dos policiais, bolei um plano para recuperar o jeep. Com certeza à luz do dia não seria bom eu voltar pra lá. Parei bem longe da pequena cidade, numa estradinha ao longo da principal. Estacionei a van atrás de algumas árvores e desliguei o motor. Revisando minha situação: estava com fome, suada e precisava de um plano. Tirei a jaqueta preta e me dirigi até a traseira da van. Bom, uns pãezinhos que eu pegasse não me mandariam pra cadeia, visto as outras coisas que já fiz... Peguei alguns cupcakes e tirei o smartphone do bolso do jeans.

Disquei alguns números e ouvi o toque da chamada.

-Deam, ainda está na cidade? - Perguntei assim que o homem atendeu.

-Sim, o que você precisa?

-Preciso saber como estão as coisas por aí.

-Considerando que acabaram de passar três viaturas aqui por perto, e tem policiais pela rua... As coisas estão esquentando!

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