PROIBIDO NAMORAR NO TRABALHO

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Depois de duas longas horas limpando quartos sob supervisão de Sophi, fui para o andar de baixo arrumar o escritório. O grande salão estava bem diferente de como o vi quando cheguei. As mesas foram colocadas no centro, em fileiras, e as cadeiras eram posicionadas ao redor. Os móveis estavam limpos e o salão estava mais iluminado. Um grande tapete azul escuro foi cautelosamente posicionado na entrada, e um desenho dourado estampava alguma forma que não reconheci de onde estava, mas julgo ser o brasão da família, pois a mesma mancha dourada estampava as cortinas dos quartos que limpei.
Entrei no escritório e encontrei Deam agachado em um canto, arrumando alguns fios. Assim que me viu entrar deu-me um sorriso.
-Tem mais alguém aqui? - Ele negou e eu Fechei a porta atrás de mim.
-Descobriu algo? - Ele se levantou, tirando um lenço do bolso da calça. Ele se sentou na beirada da mesa e limpou a testa suada, o cabelo castanho caindo nos olhos. Como ele consegue ser tão atraente mesmo sujo e cansado?
-Não consegui muito, essas pessoas não são muito amigáveis. - bufei e prossegui - Bom, teremos um jantar, as famílias Billford e Vegas serão nossos ricos hóspedes.
-Vegas? Tipo Las Vegas? - Deam perguntou entre risos.
-Sim, são muito importantes, portanto, sem piadas. Os Dennier querem que as famílias façam colaborações financeiras para o bairro.
-Billford é alguma cidade no sul?
-Deam! Você não ouviu nada do que falei?
-Calma gata - Deam veio em mina direção e me envolveu em seus braços - Não temos nada a ver com isso lembra? Temos que cumprir nossa missão e ir embora daqui, não nos envolver.
-Me deixei levar?
-Sim - ele soltou um risinho e me deu um beijo na bochecha. Ia falar mais alguma coisa quando Sophi abriu a porta.
-James! Maria! O que estão fazendo? - ela entrou na sala com as mãos cheias de produtos de limpeza - Sei que são casados, mas estão aqui para trabalhar. E é proibido namorar no trabalho.
Ela parou e me olhou, logo passou os olhos por todo o corpo de Deam. Só pode ser brincadeira. Faz isso pra me provocar? Entrei na frente de Sophi e peguei um frasco qualquer.
-Isso é pra mim? - perguntei balançado um frasco na frente de Sophi.
-Ah, sim. Você deve limpar os armários e varrer o chão. Ah, Maria , não entre ali. - Ela apontou para uma porta no canto do escritório. Se não tivesse falado, provavelmente nem a teria notado.
Sophi encarou Deam por mais alguns segundos antes de sair rebolando do escritório.
-Reparou como ela me olha?
-Talvez ela te queira. -brinquei, cutucando a barriga de Deam.
- Até que ela é jeitosinha. O cabelo loiro cacheado, os lábios carnudos, a bunda dela... Já viu o tamanho?
-Deam!!! - gritei sem esconder o ciúmes na minha voz.
-Desculpe, desculpe! - Ele se abaixou e voltou para os fios.
Ignorei os panos e fui em direção a porta escondida entre a cortina e o armário. Já percebeu que quando lhe dizem para não fazer algo, sua vontade de o fazer é ainda maior?
- O que será que tem aqui? Você pode vigiar a porta por favor? - Assim que ele se levantou, abri a porta.
A sala ali não tinha nenhuma luz, e um cheiro de velharia invadiu meus pulmões. Toquei a parede a procura de algum interruptor, mas não o achei. Voltei a mesa do escritório, onde havia visto uma lanterna. A liguei e caminhei de volta para a porta. Quando iluminei lá dentro, vi uma bolinha prateada pendurada numa cordinha, então a puxei, acendendo a luz na sala.
Porra, Estes Park pode ser cheia de surpresas!

A CaçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora