O Cemitério

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Segredos da Casa Amaldiçoada

O cemitério.

Nos dias seguintes as crianças estavam explorando o lugar, subiram nas árvores frutíferas e olhavam com curiosidade para o cemitério que ficava próximo a casa. Outras poucas crianças também estavam nas árvores e conversavam com os meninos que acabaram de se mudar para a casa mais estranha da rua. Indagavam a eles como que era dentro da casa, pois tinham medo daquele lugar, mas eles respondiam que era estranha, mas era legal e que em breve a casa ficaria linda conforme tinham prometido a mãe e o padrasto.

Durante o decorrer do dia, após muito entrosamento, as crianças resolveram brincar com as outras dentro do cemitério, além de pegar mangas que havia nos pés carregados das mangueiras, estavam brincando de pique esconde. Mateus achando que algum coleguinha alguém estava vindo atrás dele, se escondeu dentro de uma sepultura velha de pedras e que estava com um buraco aberto, mas antes de entrar ele leu que tinha escrito na lápide o nome de Elvira e pela data na lápide sinalizava que ela já tinha morrido há muitos anos atrás. Enquanto estava escondido naquele buraco escuro e de cheiro desagradável, Mateus sentiu que mais alguém estava ali dentro junto com ele. Achou no primeiro momento que alguém que participava da brincadeira tinha tido a mesma ideia dele e se escondido ali antes dele.

- Ei, quem está aqui? - Questionou Mateus no breu dentro da catacumba, mas ninguém respondeu. - Para de graça - continuou falando e ficando tenso, pois sentia uma respiração forte e quente ao lado dele, tentou apalpar na escuridão, mas não tocou em ninguém. Resolveu na mesma hora de sair daquele buraco o mais rápido possível, mas quando engatinhando iria sair, algo o agarrou pelos pés e o puxou para dentro de novo. Ele gritou desesperado e tentava mais uma vez sair de dentro da sepultura, mas não conseguia, pois era puxado de volta. Quando então do nada uma mão segurou na mão dele e o ajudou a sair de dentro do buraco, era seu irmão Cristian.

- O que está fazendo aí dentro Mateus? Está maluco? Estava te procurando - disse Cristian ao ajudar o irmão a sair da sepultura.

- Ainda bem que você apareceu - dizia chorando e tremendo.

- Está chorando por quê? O que aconteceu?

- Alguma coisa estava aí dentro e me puxou quando tentei sair.

- Para de graça, claro que não tem ninguém, quer dizer só a Elvira que está aí - disse rindo enquanto lia a lápide. - Só você que é maluco de entrar nesse buraco junto com ela - disse Cristian caçoando do irmão.

- Estou falando sério. Me escondi, mas algo estava junto comigo respirando forte e tentou me segurar, não me deixando sair.

- Vamos embora, o pessoal já foi, você sumiu e eu fiquei te procurando um tempão igual um doido, já vai escurecer e temos que ir embora.

- Não conte para nossa mãe que entrei nesse buraco - disse já mudando o ton da conversa. - Agora o último a chegar vai ser pego pela Elvira - disse Mateus já rindo e levando na brincadeira.

Mas naquele momento quem acabou ficando com medo foi Cristian, pois estava ficando para trás enquanto corriam em direção as gavetas que eram usadas como escadas para subirem o muro e sair do cemitério. No momento o vento soprava forte chegando a fazer um assobio e as folhas das árvores voavam pelo local. Mateus já tinha subido as gavetas e chegado ao topo para pular para o lado de fora do cemitério, enquanto Cristian que tinha acabado de chegar nas gavetas, não conseguia subir, pois era menor e tinha mais dificuldades na escalada. Tentava e tentava, mas acabava caindo novamente. Ele sentiu que algo vinha atrás dele através do vento e gritava para o irmão ajudá-lo, e foi o que o irmão fez, deitou sobre o teto das gavetas e estendeu as mãos ao irmão, auxiliando-o a subir. Terminaram de pular o muro e encontravam as outras crianças do outro lado que disse para eles que não deviam ficar no cemitério quando começasse anoitecer, pois segundos as lendas do local as almas que vagavam poderiam levá-los embora para o além se conseguissem os alcançar. Mas após os relatos todos riram, levando toda história na brincadeira.

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