Teu Romeu Vagabundo [Romance Lésbico]

Cap. IV- Festa? Festa! -Parte 2

Só me faltava essa! Que azar.. Eu não deveria estar apaixonada por ela, principalmente porque eu sabia que ela faz com todas, o que faz comigo.

O bom da coisa, é que como ainda está no começo, talvez eu possa evitar. É super fácil, é só não deixar ela me ver, não olhar pra ela, não responder ela, ignorar na sala de aula, fugir nos corredores e não ter nenhum contato com ela. Meio que impossível né? Mas eu vou ter que lidar com isso e fazer tudo certinho. Já tive outras "paixonites" e isso dava certo.

        Abri a porta do quarto-já me sentindo tonta- e cambaleei até a cama, me jogando como um saco pesado, em cima dela. Suspirei profundamente tentando relaxar, fechei meus olhos que ainda tentavam ficar abertos e escutei alguém bater na porta e girar a maçaneta apressadamente, correndo em minha direção e deitando em um pulo, em minhas costas.

__Aii! __Dei uns gemidos enquanto me remexia.

__Levanta. __Era minha colega da festa.

__Não...sai. __Tentei empurrar ela para que caísse no chão, mas não tive sucesso.

__Vai ter desafio! Vem! É a melhor hora da festa...se não for, te dedurarei para a Gabi. __escutei e arregalei os olhos:

__Você não teria coragem.

__Não mesmo __riu__a consequência é um selinho ou um beijo. Vai ser legal....por favor. __me balançava e eu me levantei fazendo com que ela caísse no  chão.

__Vamos. __sorri e ela riu vitoriosa.__Não te perguntei né..mas, qual teu nome?  __Olhei me sentindo ridícula.

__Fernanda.__me puxou para fora do quarto e fomos para a festa.

Entrei novamente naquele lugar quente e abafado que agora tinha poucas pessoas, tirei meu all star sentindo um alívio enorme e segurei no ombro de Fernanda, enquanto era guiada até o local. Tinha uma rodinha no meio da pista composta com 20 pessoas no máximo. Eles riam, girando uma garrafa de vidro e cantavam baixinho a música que ainda passava ali. Me sentei ao lado de um garoto:

__Que comece! __um garoto gritou forçando uma voz rouca e girou a garrafa__Só fica aqui quem for corajoso mesmo e tiver sorte. De acordo com as discordâncias, vai sair gente, até o vencedor. __todos ouviram e gritaram mexendo os pés e fazendo barulho. E a garrafa parou.

Fernanda olhou para os lados, procurando por alguém e logo depois olhou para mim, avisando que a garrafa estava apontada para mim.

__Opa, Rodrigo.__gritaram em sincronia e o tal do Rodrigo se aproximou, sentando ao meu lado.

__Eai__colocou a mão em meu ombro.__ Vai querer aqui ou escondido?

__Escondido...__falei envergonhada e olhei pro lado. Gabriela vinha em direção à roda enquanto conversava com alguns amigos e me encarava. Puxei a mão do garoto para meu rosto, surpreendendo-o e me aproximei. __Pode ser aqui. __O garoto me puxou, me beijou e novamente não senti nada. Foi bom, mas não tão bom quanto o de Gabriela. Escutei algumas pessoas gritando e debochando, como crianças quando viam coisas do tipo e me afastei, limpando devagar o canto da minha boca e soltando o garoto que saiu, indo para o lugar dele. Olhei novamente para Gabriela e ela se sentava ao lado de Paulo na roda; esfregava as mãos enquanto mordia a língua e voltava a olhar para mim, esperando por uma ação.

__É a sua vez de girar, Ana__Fernanda sussurrou me entregando a garrafa, pousei ela no meio da roda e girei com força. Pra minha surpresa, parou em Fernanda, mas com a pessoa que eu menos queria que fosse: Gabriela. Forcei um sorriso e ela balançou a cabeça indo até Gabriela e dando um beijo rápido. Fernanda suspirou fundo puxando ar enquanto olhava aflita e envergonhada para mim e eu fechei a cara para Gabriela. Jogamos por um bom tempo, até que chegou um momento em que todos só estavam de roupas íntimas correndo pela escola: exceto eu, Fernanda, Paulo e Gabriela, que éramos muito bons no jogo e estávamos intactos.O jogo acabou depois de algumas horas e eu estava exausta o suficiente para não conseguir nem mesmo ficar em pé. Deitei em um dos sofás e dormi ali mesmo. No dia seguinte eu estaria melhor e iria para a aula logo cedo. Pelo menos eu acho, nunca havia bebido tanto quanto hoje.