Apenas uma dança

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Em uma noite linda, na época junina e no interior, eu e meu namorado fomos convidados para ir a uma festa junina. A noite estava linda, a lua estava cheia, mas meu namorado...
-amor, não vou poder ir a festa com você.
-o que ouvi?
-vou ter que ficar no trabalho até mais tarde.
-tá bom amor. Então eu não vou.
-vá meu amor. Vai ser bom. Vá com suas amigas.
-sem você a festa não tem graça.
-só vá e se divirta.
Liguei para as minhas amigas e elas já estavam lá. Então subi na minha moto e fui. Chegando lá vi de longe um garoto alto, lindo e com um corpo perfeito, o sorriso dele é encantado. Ele me viu de longe e me seguiu com o olhar até eu falar com minhas amigas. Por obra do destino ele também estava com minhas amigas.
- olá, me chamo Miguel.
-oi, eu sou a Ana.
Não consegui conter meu sorriso e ele também não.
Não sei explicar. Eu senti uma energia diferente. Chamei para dança só que ele não sabia.
-vamos dança?
-desculpa, não sei dança.
-eu te ensino.
-vamos.
Fui ensinando ele a dança e enquanto ensinava sentia uma química entre nós. Ele ia no meu ritmo e aprendeu direitinho e bem rapidinho. No 2 pra lá é dois pra cá, no movimento da sanfona, me entreguei no olhar dele e me perdi no seu cheiro. O corpo dele colado junto ao meu sentia um calor subindo em nós dois. Até os Músicos pararem para um lanche.
-para quem disse que não sabia dança Até que apredeu rápido.
-a professora ajuda.
Fiquei toda vermelha de vergonha e saí para mesa de comidas e minha amiga foi atrás.
-louca, o que você tá fazendo. Você tem namorado.
-eu sei. É só uma dança.
-mas todos estão vendo esse clima que tá rolando entre vocês dois.
-quem tá ficando louca é você. Não tem clima nem uma. É melhor eu dançar só com ele do que sair dançando com qualquer um. Pelo menos ele eu sei que é legal até por que você nunca ia ser amiga de um vagabundo.
-isso é verdade. Mas presta atenção viu!
-tá, tá bom.
Voltamos para a mesa e logo grudamos um olhar no outro. Ele veio com aquele sorriso lindo e sentou do meu lado.
-soube que você tem namorado!
- sim eu tenho.
-ele vai ficar com ciúmes de nos ver dançando.
- não. Ele não está aqui. E se tivesse ele não teria motivos para ter ciúmes é sou uma dança.
-sim é só uma dança.
Logo a sanfona toca e o canto começa a cantar.

Quero saber o que sinto por você
De onde vem tanto querer
Nem eu mesma sei porque explicar essa paixão

Não sei dizer onde tudo começou
Esse caso de amor
Só sei que aconteceu

Não sei dizer onde tudo começou
Esse caso de amor
Só sei que aconteceu

E quando estou em algum lugar
Eu não posso ficar com você
Tudo eu faço pra me controlar
Vou enlouquecer

Fico esperando você me olhar
Me chamar pra fugir com você
Pra outro lugar, pra a gente se amar
Pra a gente brincar de viver

Pra outro lugar, pra a gente se amar
Pra a gente brincar de viver
                                      Mastruz com leite.
                                      Brincar de amar.
- agora é nossa música. Dessa vez sou eu quem te chamo. Quer dança comigo?
- Sim.
Começamos a dança e logo todos da festas olhava para nós... nosso clima estava tão grande que todos sentia e conseguia ver o que era só para nós dois sentir. E foi assim até o fim da festa. Nosso corpos colados e começando a suar. Foi intenso e muito gostoso.
Não falávamos nada apenas dançavam. No vai e vem nesse ritmo gostoso que é o forró pé de serra. Nossos corpo se tornou um só durante toda a festa. Nunca me senti tão desejada como eu me senti naquele dia. Foi muito bom. Na última música sentia seu corpo todo suado junto com o meu de tanto dançar. A música parecia que tinha sido tocada para nós. Dizia assim.

"Ah que bom seria a gente se encontrar
Na lua cheia, em qualquer lugar
Fazer amor até o amanhecer

Ah são tantas coisas que eu quero te dar
Tantas palavras tenho pra falar
'To me guardando há tempo pra você

Eu me comportei, eu fui um bom rapaz e sou
E sei que posso ser bem muito mais
Mas isso só depende de você

É talvez exista outro igual a mim
Mas pra fazer um forrozinho gostoso assim
Eu desafio até pago pra ver, vamos cantar

Passei a noite no forró
Dancei só com você
Aquilo tudo pra mim foi tão lindo
Foi tão bom meu bem te conhecer"
                                  Dorgival Dantas.
A letra parecia ser nossa. Eu senti me entregar na dança imaginando que nunca mais iria ver ele. Ele abaixou um pouco a cabeça percebi que ele cheirou o meu "cangote", vou falar que também fiz o mesmo. Quando acabou a música eles e os amigos foi arrumar um lugar para ficar. Iriam dormir lá. Eu me arrumei para ir para casa.
- Você já vai?
- Sim. Eu preciso ir.
- Por qual razão.
- Eu só preciso ir embora.
- Posso pelo menos te da um abraço?
- Sim.
Ele me abraçou forte. Eu senti seu coração pulsar junto com o meu.
- Sério. Preciso ir.
Ele me deu um beijo no rosto e eu saí.
Anos depois eu estava na grama da faculdade quando eu o vi de longe. Minha reação imediata foi ir até ele.
- Olá. Tudo bem? Lembra de mim?
- Como eu poderia esquecer de você?
Conversar vai e conversa vem.
- Como tá seu relacionamento.?
-Terminamos ontem.
- que triste.
- Olha, eu nunca esqueci daquele dia.
-  Eu também não. Por sua causa eu aprendi a gostar de forró. Agora sou um forrozeiro.
- então eu fiz um bem a para você.
- teria feito mais se não tivesse ido embora
- se eu não tivesse ido teria traído meu namorado. Isso seria errado. Naquele dia eu me senti tão atraída por você que não consegui pensar em mais nada durante dias.
- se eu concordo com você.
- posso ter seu número?
- sim.
Conversamos durante um bom tempo até ele dizer que tinha o sonho de conhecer um motel. Eu claro que não poderia deixar passar dessa vez. Levei ele pro motel.
- Nossa é diferente aqui.
Sentamos na cama e ficamos vendo TV e conversando. Até que sua mão deslisou sobre meu rosto pra tirar um cabelo que caia sobre ele. Senti meu coração pulsar mais forte.
- por favor. Não faz isso.
- Desculpa. Eu só quis tirar esse cabelo...
Nossos olhos se encontraram e roubei um beijo dele. Logo aquele clima todo aumentou e fui subindo em cima do colo dele. Puxei o braço dele para ele sentar. Sentada nele eu tirei a camisa dele. Continuei a beijá-lo. Sua mão deslisou suavemente sobre minha coluna até chega na banda aonde apertou e me deu um tapa, tirou minha blusa...
Foi ali e naquele dia que tudo começou. A nossa história de amor.

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