Capítulo 5

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Acordei sentindo um peso em minha cintura, quando abri os olhos, percebi que estávamos dormindo de conchinha, sabem como isso aconteceu? Eu também não. Só sei que estava gostoso, então eu continuei ali quietinha.

Estava quase pegando no sono novamente, quando fui despertada pelo barulho do meu celular, droga, esqueci de colocar no silencioso. Ele acordou também com o barulho, e eu tive que me fingir de sonsa.

- Oxente menino, e eu deixei tu me agarrar é? – disse fingindo estar indignada enquanto tirava seus braços fortes de cima de mim.

Ele mal olhou para mim, sorriu de canto e virou de costas, voltando a dormir. Peguei meu celular, que ainda berrava na minha mesa de cabeceira, olhei no visor e era Ralysson, ligando em plena sete horas da manhã, bufei irritada e atendi.

- O que é inferno? – atendi estressada.

- Nossa amiga, que mal humor é esse logo cedo? – perguntou debochado. – E tá ofegante por que ein? Interrompi algo? – Perguntou malicioso.

- Ralysson, posso saber por que está me ligando às SETE HORAS DA MANHÃ? – gritei as últimas palavras ignorando completamente as insinuações dele.

- Esse é o horário que pessoas normais trabalham, dona Juliette. – rolei os olhos irritada.

- Ralysson...

- Te acalma mulher, só liguei para saber como estão as coisas, você nem para me dar notícias, estou morrendo de curiosidade aqui, me conte, tá dando certo?

- Está tudo saindo perfeitamente bem, todos da minha família parecem ter adorado o Rodolffo. – contei depois de soltar um bocejo.

- E sexo, já rolou?

- Para de ser pervertido Ralysson, contratei um acompanhante, e não um prostituto.

- Ah qual é Juliette, custa nada tirar uma casquinha, pela quantia que pagou daria até para ele te engravidar e assumir o filho, e pelo seu humor, um sexo gostoso lhe faria bem visse.

Rolei os olhos pros absurdos que Ralysson falava.

- Eu não quero e nem preciso, agora tchau, vá trabalhar, nos falamos depois.

- É sério Juliette, dá uma chave de coxa nele e transe... - ele gritou do outro lado da linha, antes que eu desligasse o telefone na cara dele.

Coloquei o aparelho novamente na mesa de cabeceira, e fechei os olhos irritada, soltando um suspiro.

- Seu amigo poderia gritar mais baixo. – a voz dele soou rouca e preguiçosa ao meu lado.

Que droga, o que será que ele ouviu, pensei.

- Desculpa, ele é meio emocionado, não dê ouvidos.

-

-

Estávamos todos a mesa, reunidos para o almoço em família.

- Rodolffo, querido, nos conte mais um pouco de você. – minha mãe pediu enquanto nos servíamos. – Qual é mesma a sua profissão?

Ele nem pareceu pensar muito antes de responder.

- Eu sou fotógrafo, na verdade foi assim que conheci a Juliette, ela veio posar para mim e eu fiquei encantado com sua beleza, não resisti e a convidei para um drink. – ele disse fazendo um carinho em meu cabelo.

Boa história, todos pareciam convencidos de que era assim mesmo que nos conhecemos.

- Foi. – respondi sorrindo entrando na farsa. – Me fiz de difícil no início, mas acabei aceitando, foi a melhor decisão que tomei na vida. – disse me virando para olhá-lo, nossos olhos se cruzaram por uma fração de segundos.

- Encontrei a mulher da minha vida. – ele completou fazendo um carinho em minha bochecha, eu sabia que era tudo teatro, mas senti meu corpo inteiro arrepiar com aquele toque.

- Eu quero ver essas fotos depois, irmãzinha. – Sarah disse, nos tirando do nosso transe, eu apenas assenti.

- Você é filho único rapaz? – meu pai perguntou, o olhando sério.

- Não, tenho uma irmã mais nova, se chama Izabella. – contou sorrindo.

- Izabella? - Sarah perguntou com a sobrancelha arqueada. – Amor, não é esse o nome da namorada nova do Arthur? – ela cutucou o noivo que estava ao seu lado e parecia distraído no celular.

Olhei para Rodolffo, e ele estava com os olhos levemente arregalados, parecia ter perdido a cor, não era possível que era a irmã dele a namorada do Arthur, seria coincidência demais.

- Vocês conhecem o Arthur? – ele perguntou parecendo estar levemente assustado.

- Não me diga que sua irmã namora um cara chamado Arthur. – falei com o cenho franzido.

- Ela começou a namorar recentemente, deve ter uns... - ficou pensativo, tentando lembrar de quando o namoro começou.

- Dois meses. – Sarah disse sorrindo. – Que coincidência, vamos conhecer sua irmã em breve então, Arthur também é meu padrinho, somos amigos de infância.

PUTA QUE PARIU!

Senti ele segurar forte em minha mão, na tentativa de me tranquilizar, só esperava que meu rosto não estivesse transparecendo meu desespero, por que por dentro eu estava gritando!

Terminamos o almoço e eu fui embora, alegando uma dor de cabeça. Eu estava no quarto, andando de um lado para o outro, tentando buscar uma solução, quando ele chegou, estava com o semblante calmo e sereno, tive vontade de bater nele.

- Calma, não deve ser a mesma Izabella. – ele disse quando me viu o olhar desesperada.

- E se for Rodolffo? – ele andou calmamente até mim, e segurou meu rosto com as duas mãos.

- Se for a gente vai ter que fingir pra ela também uai.

Ele falava como se aquilo fosse a coisa mais fácil do mundo. Eu estava, literalmente, surtando e o homem parecia o próprio buda.

- Agora se acalme, preciso tomar um banho e me trocar, seu pai me convidou para conhecer o vinhedo dele. – eu o olhei com os olhos arregalados, e ele ficou confuso. – Isso é ruim?

- Não, quer dizer que passou no teste, você foi aprovado.

Meu pai era um caba desconfiado que só, Sarah contou que Lucas só conheceu o vinhedo quase um mês depois que eles assumiram o namoro, saber que ele convidou Rodolffo, depois de apenas alguns dias, era muito bom.

- Bil foi aprovado?

Ele estava de costas, pegando algumas peças de roupas na mala, quando sua voz soou no quarto, confesso que ele me deixou surpresa com essa pergunta, não esperava isso, mas ele provavelmente só queria saber um pouco mais sobre seu "rival".

- Foi, a família dele também tem um vinhedo aqui na região, ele e meu pai sempre se deram muito bem.

Bufei irritada ao me lembrar daquele babaca.

- Se quer saber, ele é um babaca machista e egocêntrico, que usou a influência dele com meu pai para se aproximar de mim, ele estava certo de que me levaria ao altar.

Ele permanecia de costas, mexendo na mala sem falar nada.

- Foi por causa dele que quis sair daqui, eu o odeio. – disse rancorosa.

Caminhei até ele e fiz ele se virar para mim, e me olhar nos olhos.

- Ele provavelmente virá aqui assim que descobrir que cheguei, me livre dele Rod. – pedi.

- É pra isso que estou aqui né? – ele respondeu, me fazendo lembrar dos motivos que eu o contratei, não consegui esconder a mágoa que tomou meus olhos.

- É sim, então faça o seu trabalho.

Um noivo para Juliette!Onde histórias criam vida. Descubra agora