— ..... E ele apenas não me respondeu, então fui embora sem nenhuma informação. — A garota se apoiou no braço do velho sofá, vendo todos fazendo a mesma coisa de sempre.
— Bom, isso parece muito suspeito pra mim. — Noah falou com um tom de razão, e Maya sabia o que aquilo dizer. Noah estava dizendo: "Eu te avisei, bobinha".
— Ah, jesus! Não pode ser possível! — Ela falou, dando curtos passos de um lado para o outro, buscando algo que pudesse lhe ajudar.
Maya odiava quando eles tinham razão. Mas, talvez dessa vez eles não estivesse.
Era o que Maya queria pensar.
— É, parece que você marcou mais um ponto! — Noah se levantou, largando seu controle no sofá.
Maya estreitou seus olhos, digerindo aquela frase. Logo depois que lembrou do que se tratava, revirou seus olhos.
Noah andou até uma estante empoeirada, e detrás dela havia um quadro branco escrito "mandou bem" de um lado, e "mandou mal" do outro. Noah o pegou.
— Caleb, faça as honras, por favor! — Caleb se levantou e pegou o canetao de tinta vermelha que estava no braço do sofá. Marcou um ponto no lado "mandou mal", lado esse que por sua vez já tinha 16 pontos.
— Ah, claro! Por que não esfregar na cara da minha amiga todas as vezes que ela erra? — Maya cruzou seus braços magros, e Noah soltou uma risada, mostrando seu sorriso.
O sorriso que fazia Maya não desistir dele.
— Ah, não se esqueça de que você também tem a oportunidade da jogar na nossa cara quando fracassamos!
— Não vale! Vocês quase não fracassam. Droga!
— Boa sorte da próxima vez!
Ela se sentou no velho sofá, tentando ao máximo não descontar toda sua raiva em seus amigos naquele momento. Em parte, eles não era culpados por sua raiva, então não mereciam ter que lidar com sua ira repentina. Pelo menos não agora.
Aquele quadro estúpido era o de menos. O que incomodava Maya, era saber que aqueles 17 pontos realmente representava algo, que Maya não sabia dizer se eram parte de seu progresso ou apenas um motoado de fracasso seguido de mais fracasso.
Sadie lhe abraçou de lado, e Maya deitou sua cabeça sob seus cabelos ruivos como brasa. Sadie suspirou, tentando ser cuidadosa com o que iria falar. Sadie era a que mais pensava antes de falar e agir, até nas situações que pareciam ser bobas, como essa. Não que caleb e Noah não tomassem cuidado com suas palavras, mas sadie se saía muto bem nessa tarefa na maioria das vezes. Maya admirava esse controle mental da ruiva, porque sabia que não tinha nem 1% daquilo.
— Isso vai servir para algo maior, Maya.
Foi a única coisa que saiu dos lábios ressecados da ruiva. Foi uma frase simples, mas que pesou um pouco para Maya. Ela sabia que aquilo iria rondar seus pensamentos mais tarde.
Noah e Caleb olharam para as duas, e se entreolharam depois. Eles podiam ser bem infantis às vezes, mas sabiam a hora de parar.
"Isso é por causa do maldito quadro? Que besteira!"
Droga, essas merdas de vozes não conseguiam entender que ia além do quadro! Claramente, ela não deixaria suas amizades por causa daquilo. Mas, bem, aquele quadro lhe fazia refletir, e as vezes, mais do que sua cabeça conseguia suportar.
π
Depois das vozes encherem seu saco pelo resto do dia, Maya pegou sua bicicleta velha para ir a escola. Quando entrou na grande estrutura, deu de cara com Finn e seus lindos cachos pretos. Ele percebeu a presença de Maya no local, e imediatamente acenou para a garota. Ela continuou a andar, e desviou seu olhar do garoto, que desfez seu longo sorriso por conta daquele ato curioso e inesperado.
Finn lambeu seus lábios secos, e deu uma breve corrida até a garota. Ele virou seu ombro, fazendo ela olhar em seus lindos e hipnotizantes olhos.
— Por que está assim comigo?
— Não entendo o porquê de não querer me contar o que houve. Todos já sabem!
— Então por que não pergunta a alguém, já que todos sabem?
— Porque eu quero ouvir de você, Finn. Não quero perder essa amizade que começamos. Só queria, que fossemos mais sinceros uns com os outros. Não gosto de mentiras.
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.
— Quer me dizer mais algo? — Ele prevaleceu no silêncio, e rolou seu olhar ao par de sapatos de Maya. — Foi o que pensei. Tenha um bom dia, Finn!
Ela disse, não parecendo rude, mas também não muito amigável. Foi uma das únicas vezes que Maya conseguiu manter o equilíbrio em algo. Por outro lado, não foi em circunstâncias muito boas.
Onde estão as vozes agora para comentar uma vitória minha?

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4 Morant, Finn wolfhard.
RandomOnde Maya tinha medo da rejeição, e talvez encontre algumas respostas para suas milhares de perguntas na escadaria da escola.