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Terça-feira.

Fazia uma semana que Maya havia deixado Finn no auditório da escola.

Não estava mais frequentando as aulas de violão, por motivos consideravelmente óbvios. Maya acenava para Finn algumas vezes nos corredores, para não manter um clima estranho entre os dois, mesmo ela tendo em mente que era impossível.

Sua mente não sabia como resolver aquilo.

Onde estão as vozes para palpitar?

Ela bufou, ouvindo a campainha tocar há alguns minutos e ninguém aparecer para atender seja quem fosse que estivesse na porta aquela hora.

        — Ah, não se incomode, Jaeden. Eu vou atender a porta. — Ela disse ironicamente para seu irmão, que estava acomodado no sofá da sala. Ele deu um sorriso explicitamente forçado. Ela bufou, deixando nítido sua insatisfação com o garoto.

Maya abriu a porta, pronta para rejeitar qualquer oferta barata que estivesse lhe esperando do outro lado da porta. Ela se espantou, vendo Finn com uma garrafa de refrigerante em sua mão, e quase indo embora de sua casa. Ele suspirou, e disse;

        — Eu roubei um clarinete. — Finn falou, parecendo muito mais aliviado do que quando chegou à porta dos carter.

        — O que? — Ela disse, e estranhamente sorriu. Ele suspirou.

        — Podemos conversar? — Ele disse, coçando sua nuca. Ela soltou uma risada e fechou a porta de sua casa.

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        — Então, deixa eu ver se entendi. — Maya ajeitou sua coluna, e observou ele. — Você foi expulso e proibido de entrar na Nilton, e preso porque roubou 2 clarinetes e mais umas merdas ai?

Ela franziu sua sombracelha, e ele concordou.

        — É, é isso mesmo que você ouviu. 'tá feliz agora?

Ela observou ele, e começou a rir. Finn arqueou sua sombracelha, vendo a garota se acabar em risadas.

      — Acha isso engraçado? — Ele questionou, no meio das risadas de Maya.

        — É que tipo, todo mundo te achava o maior bandidao. Achavam que você tinha matado ou sei lá mais o que. Só achei engraçado o jeito que as mentiras se espalham.

Ela parou suas risadas, e se sentou ao lado de Finn no meio fio.

        — Bom, é verdade. Por isso passo a maioria do tempo na sala de música, fazendo qualquer coisa que me distraia. Não gosto daquele ambiente sufocante.

        — Gostei da sua atitude de vir me contar pessoalmente. — Ela sorriu e olhou para ele. Ele fez o mesmo.

        — Não gostei do tempo que passamos separados. — Ele exclamou um pouco baixo, dando um último gole na garrafa.

        — Eu também não. Senti saudades das aulas de violão, das suas histórias malucas, do seu sorriso....

Ela falou a última frase quase que em um sussurro, mas alto o bastante para Finn conseguir ouvir. Ele sorriu.

        — Espero que tenha mais oportunidades de ver ele! — Ele soltou uma risada, e se levantou do meio fio quando percebeu que algumas gotas de chuva pingavam sobre eles. Ela fez o mesmo.

        — Bom, era apenas isso que eu tinha para dizer. Me desculpe se-

Maya enterropeu a fala do garoto, com a atitude de um abraço no mais alto. De primeira, ele apenas tentou entender o que acontecia. Logo, retribuiu o abraço da garota, que apertou seus braços em volta da barriga do rapaz.

        — Pensei ter perdido o que nem tinha ganhado ainda. — Ela sussurrou.

        — O que? — Ele sussurrou de volta.

        — Você.

4 Morant, Finn wolfhard.Onde histórias criam vida. Descubra agora