Luna

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"Sentir prazer nos deixar refém de nós mesmo..."

Eu aguardava naquela fila com uma certa inquietude dentro de mim que eu não sabia explicar, ou sabia mas não queria acreditar.
Seria meu próprio corpo me traindo ao ponto de me causar tal frenesi? Eu estava beirando a insanidade por desejar tanto alguém. E o pior é que eu nem o conhecia ou sabia de seus gostos ou como sua personalidade era. Era um completo e total desconhecido e isso deixava minha alma inquietante.

Bufei desejando que a fila andasse e que o tempo passasse rápido até o ponto de eu estar com álcool no meu sistema dançando na pista ao redor de corpos suados.

- Essa fila não anda nunca? -- exclamei de braços cruzados e irritada pela demora.

- Já vai ser a gente, Luninha!! Falta só mais 1 casal e depois é nós duas. -- disse Nali, juntando as mãos e dando o sorriso do gato de Alice no país das maravilhas.

Revirei os olhos dando fim à conversa.

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Assim que passei pelas portas as luzes da boate traz uma descarga de energia ao meu organismo rapidamente sendo reconhecida.
Um sorriso surge, e meu corpo esquenta.
Rumo em direção ao bar com Nali em meu encalço tentando falar ao telefone algo que eu nem me dou ao trabalho de saber já que a música está alta.

Chego no garçom pedindo um shot de início pra me afastar da realidade e me deixar mais racional, por que hoje quero terminar minha noite longe de qualquer lembrança embaraçosa. E pensando nisso viro o shot de uma vez sentindo descer pela minha garganta queimando, acendendo tudo por onde passa dentro de mim...

Quando olho para traz não vejo Nali, presumo que ela já tenha se arrumado com alguma companhia.
Peço mais um shot e dessa vez paro pra prestar atenção na pista de dança, nos corpos se movimentando , nas luzes batendo contra seus rostos, no cheiro de suor, os perfumes misturados virando uma bagunça deliciosa no olfato.
Tudo arremete a sexo. Forte, latente e pulsante.
Viro mais um shot e decido ir até a pista de dança.

A música começou e eu decidi me entregar a ela com todo o meu corpo.
Fechei meu olhos e deixei me levar pela batida, desligando a mão sobre meu corpo, respirando fundo, rebolando, quente, pulsando, imaginando mãos grandes me apalpando, meu seio ficando rijo... Levanto os braços para deslizar um no outro jogando a cabeça pra traz mordendo a boca. Minha pele queimava como se eu estivesse no sol, ardendo. E eu adorava aquela sensação. Sensação do perigo de ser observada, venerada e desejada.

E eu queria mais!
Desejava mais!
Ansiava por mais!

Foi quando abri meus olhos e olhei diretamente naquela imensidão azul e me perdi mais uma vez.
Perdi o rumo, a órbita, o fôlego.
Eu o queria e ele estava bem ali ao meu alcance me comendo com os olhos e me fazendo arder.

Comecei a rebolar ainda mais, olhando pra ele, dançando pra ele, fazendo um show particular e sensual só pra ele.

Pensei sorrindo e mordendo ainda mais a boca. Eu arrancaria um pedaço dela se continuasse assim...

Eu estava o caçando, o fazendo vir até mim para matar minha fome e sua sede.

O instinto mais cru do ser humano brilhando na sua íris... o tesão.

Éramos o enigma um do outro: "Deciframe ou devoro-te."

Como um animal enjaulado, minha fome sobresaia em minha pele em forma de gotículas de suor e isso me causava ainda mais fervor, tremor e contração da minha vagina que parecia ter vida própria nesse momento em querer muito ser preenchida por ele.
O meu delicioso e caro psicólogo que estava tão próximo e tão longe me fazendo soltar ofegos de necessidade sem eu ao menos notar.

Meu corpo balança com a batida da música e eu o hipnotizava com meus quadris em movimento.

Afim de me entregar ao que estava sentindo fechei meus olhos deslizando minhas mãos sobre meu corpo e rebolei sensual à batida que ecoa em meu ser.

Eu estava cada vez mais quente e próximo de mais um orgasmo pelo simples fato de imaginar e sentir.

Minha mão deslizava por meu pescoço, foi quando eu senti um corpo forte e másculo atrás de mim.
Ele tinha um cheiro amadeirado com cítrico que me deixou ainda mais na borda.

Eu sentia seu corpo exalando calor, mas ele ainda não me tocou. Era como se ele quisesse impor a presença de alfa dele sobre mim, algo como uma guerra de feras sobre quem iria ser abatido primeiro, ou quem iria se deliciar primeiro.

Quando minhas mãos deslizaram por meus seios eu gemi, e como um imã ele grudou em mim como se eu fosse sua posse.

Meu gemido o instigou de tal forma que eu senti seu pau em meu bumbum.

Grande, grosso e duro - pensei.

Minha boca salivou e num ato de desespero eu me esfreguei nele.
Que logo soltou um gemido seguido do meu e me apertou ainda mais se era possível em suas mãos.

Mãos fortes e pegada firme.

Estávamos numa bolha sexual onde nada e nem ninguém estourava ela. Éramos uma mistura de perfume, suor e tesão.

Eu rebolava com ele colado em mim, quando decidi estender meu pescoço a fim de testá-lo...

Ele exalou tão forte quanto lambeu.

E eu gozei enlouquecidamente sendo amparada nos braços dele que estavam em minha volta me segurando, e eu agradeci mentalmente por isso se não teria caído no chão.

Minha pernas tremiam e eu estava ofegante.
Queria me virar, beijá-lo e terminar o que é que tínhamos começado.

Mas assim como veio o furacão, ele se foi.

A música acabou e eu me virei.

Ele tinha sumido no meio da multidão e em mim tinha ficado apenas o tesão, a frustração e uma calcinha em frangalhos.

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⏰ Última atualização: May 01, 2023 ⏰

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