Luna

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"Quando olhei pra você, eu me perdi  dentro de mim."

                 
                  Algumas horas mais tarde..

Já havia se passado exatos trinta minutos desde que havia chegado no consultório do "tal doutor". A agonia me corroendo a ponto de eu pensar em cogitar a possibilidade de roer as unhas, mais claro que não iria fazer feio e parecer nervosa para a secretária que não parava de me olhar de rabo de olho a cada cinco minutos.
Comecei a mexer no celular a fim de passar o tempo quando algo chama a minha atenção..
Olho rapidamente para a porta a minha frente que acabou de ser aberta e sair uma mulher alta loira, lábios carnudos, vestido tão justo que se espirrar rasga e saltos assassinos de tão finos toda sorridente. -nem parece que acaba de sair do psicólogo pensei revirando os olhos.
Fiquei tanto tempo em transe olhando a mulher que não havia reparado que a secretária estava parada na minha frente me chamando com cara de tédio..

— Senhorita Luna, está tudo bem?? -perguntou a secretaria.

— Oh sim, sim..

— É a sua vez. Gostaria de me acompanhar? - perguntou com incerteza.

Acho que ela acabou percebendo meu desconforto.

— Claro. - respondi com a voz hesitante.

Caminhei atrás dela pensando nos pros e contras de entrar naquela sala.. Minha vontade era de dar meia volta, quando ela abre a porta e me olha.

— Pode ficar à vontade senhorita Luna o Dr. Henry já irá atende-la

— Obrigada.! - respirei fundo e passei por ela.

Ao entrar na sala percebi o toque másculo do local. As paredes em um cinza escuro, uma mesa de mogno preta toda organizada mais com muitos papéis, sem foto ou nada que me dê informações desse "tal doutor", uma estante que ia do chão ao teto repleta de livros dos mais variados gêneros, semi cerrei os olhos quando me deparei com todas os exemplares da saga Harry Potter, o que me fez pensar que ele tinha um péssimo gosto por sinal, pensei sorrindo internamente. Um divã vinho e do outro lado uma porta branca que imaginei ser o banheiro onde possivelmente ele estaria.
Suspirei e me dirigi até o divã onde me deitei lamentando estar ali com um total desconhecido. Resolvi fechar os olhos, tentar relaxar e me preparar para o que estava por vir..

Estava escuro e eu estava deitada  em uma cama enquanto observava um homem com máscara e cueca de coro se aproximar de mim, ele tinha um sorriso quente e caminhava como um predador faz quando vai pegar sua presa. No mesmo instante engoli em seco. Reparei no momento em que ele pegou um chicote nas mãos e vinha em minha direção com os olhos brilhando de luxúrias  e promessas não reveladas, o que me fez morder o lábio inferior. Ele chegou bem próximo do meu pescoço e expirou o que me fez automaticamente fechar os olhos e gemer, ele estava tão perto que pude sentir seu cheiro afrodisíaco misturado ao seu próprio cheiro e aquilo me fez apertar as pernas umas nas outras e soltar um ofego de necessidade. Eu precisava de algo e agora eu sabia o que era.
Eu precisava dele, meu corpo precisava dele, eu ansiava em ter ele em mim forte e duro, dominando cada partícula do meu corpo, necessitava ter seu cheiro em minha pele, sentir seu sabor na minha língua e matar o desejo crescente no meu ventre em vontade de tê-lo dentro de mim. Meu corpo em chamas.. Eu estava extremamente excitada com apenas aquele leve expirar e seu cheiro. Era a perdição em forma de homem e estava me deixando insana e quase me fazendo gozar e eu só queria mais e mais, enquanto apertava forte as pernas para tentar aliviar a tortura que estava sentindo com sua aproximação. Eu queria ir além com aquele desconhecido e as sensações que ele fazia em meu corpo, eu estava quase lá.. Quando senti sua língua raspar lentamente sobre meu pescoço me fazendo segurar em sua camisa, arqueando o corpo e gemendo.. Ele parecia tão real.. Peito forte, a quentura de sua pele, seu cheiro, minhas mãos em sua camisa.. Ahh.. O que?? Minhas mãos em sua camisa??
Abri os olhos rapidamente e me deparei com os olhos mais lindos e intensos que eu já tinha visto em toda minha vida. Eu esqueci de respirar e faltou ar nos meus pulmões, senti minhas pernas virarem gelatina que se eu não estivesse deitada eu teria caído. Aqueles olhos, me devoravam com tanto desejo que apertei as coxas e o puxei ainda mais pra mim, sua boca quase roçando na minha quando eu percebi que eu o estava segurando pela camisa e que o cheiro que fantasiei vinha dele.
Meus olhos se arregalaram e eu logo o soltei em choque ao perceber que estava extremamente excitada com o "tal doutor" e que era ele o desconhecido dos meus sonhos..

— É.. Hum.. Me.. Me.. Des.. Desculpa  - gaguejei envergonhada.

Peguei minha bolsa que havia deixado no chão, me levantei e sai daquele escritório o mais rápido que minhas pernas poderiam me levar.

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