CAPÍTULO 5 - A promessa do caos

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"Às vezes eu falo com a vida

Às vezes é ela quem diz

Qual a paz que eu não quero conservar

Pra tentar ser feliz?"

(Minha Alma - O rappa)

Alex

Finalmente vejo alguma luz do lado de fora da janela. Acordei já faz mais de duas horas mas como o dia ainda não tinha amanhecido tinha me recusado a levantar, ou melhor mal tinha dormido e já tinha acordado, por isso resolvi continuar deitada.

Olho para Bene dormindo ao meu lado na nossa cama de solteiro, tranquilo e dou um beijo em sua cabeça antes de levantar.

5:00 a.m. Não era possível que bem no dia da minha folga isso acontecesse! Eu acordo nesse horário diariamente, mas em dia de folga e ainda mais em final de semana, aproveitava para dormir a cada minuto possível. Sabe de quem é a culpa? Sim, isso mesmo, minha mesma.

Minha por ter aceitado ir naquela festa com o Fred.

Relaxar, era só isso que eu ouvia ultimamente, tanto do pessoal de casa quanto das pessoas ao meu redor, aí quando tive a oportunidade aproveitei e então o que acontece quando eu me dou esse privilégio? Vou a uma festa cheia de filhinhos de papais, drogas e de um cara insuportavelmente lindo que dança comigo como se fosse só o começo de alguma coisa para depois me deixar sem falar absolutamente nada e se atracar com uma mulher bem na minha frente e o pior? Sem nem abrir a boca e perguntar o nome dela.

Eric Albuquerque. Filho da puta, gostoso, irritante.

Claro que ele não precisa falar nada. O cara era lindo como um deus grego e rico como Salomão, era só piscar que caia mulher ao seu lado. Ele agarrou a moça de tal forma que me tirou o fôlego. Eu não conseguia parar de olhar. Fiquei com ciúmes, mas também senti raiva. Raiva por sentir tesão de vê-lo ali, beijá-la daquele jeito, e pior ainda, de querer ser ela.

Tesão, meu Deus!

Eu estava morrendo de tesão. Por ele, por nossa dança escandalosa, por querer ele com os braços ao redor de mim de novo, por querer sua boca ao redor do meu pescoço, sua mão nas minhas costas ou mais para baixo...

Tá, tá bom, eu confesso que o tempo inteiro que ele esteve por perto eu não parei de olhá-lo. Além dele ser lindo, alto, cheiroso, ainda por cima tem aquelas tatuagens lindas que dá vontade de passar a mão e ficar analisando e procurando onde mais ele tem. E o sorriso escondido com aquela covinha?

Meu Deus, o que está acontecendo comigo?

É algo incontrolável, sabe? Eu sinto a sua presença, forte, poderosa e sinto uma tensão, ou melhor, uma atração sexual incontestável que não consigo controlar. Mas que droga, porque não senti isso com o Fred? Seria absolutamente mais fácil!

Fred é tão bonito quanto, é simpático, engraçado, inteligente, tentou se aproximar a noite inteira, sempre com gentileza e sutileza, mas diferente do seu amigo, eu não senti absolutamente nada, nenhuma vontadinha, nada. Tanto que no fim da noite, Fred pareceu bem decepcionado.

Claro que eu iria gostar do cara que não presta e não do cara legal.

― Falando sozinha? ― Minha mãe toma café junto com minha avó na mesinha de quatro lugares na cozinha. As duas olham para mim com um sorrisinho no rosto.

― Bom dia, senhoras! ― Beijo os cabelos brancos da Dona Marga e abraço minha mãe

― Odeio quando fala assim, me sinto uma idosa ― Mamãe fala, me aninhando em seus braços.

Coração de AçoOnde histórias criam vida. Descubra agora