A vida é nos dada sem que pedissemos. Como um presente. E é assim que a morte é nos dada. Como um presente. Todo começo tem o seu fim, ainda que pareça ser o fim, o meio tem maneiras de nos enganar.
O sopro tem o seu começo, e o seu fim. Mas a linha que tece a existência da alma de uma pessoa, nunca se finda. Além da vida que nos cerca, o outro lado ainda espera pelo seu interminável misterioso começo, onde o fim, simplesmente tem seu fim.
Alma sabia que quando a morte chamavam os seus, eles iriam. Assim como o pombo que ressuscitara naquela manhã tinha ido embora desse mundo, para sempre.
Não poderia senão Alma aceitar. Era o presente que alguém além da morte havia lhe dado, o poder de trazer alguém da eterna pausa. Mas ela nunca se oporia contra a morte quando ela quisesse buscar alguém.
Alma sentia que ali, naquele dia, Hawkins não tinha chegado ao seu fim.
Todos desceram do carro, estavam perto de onde Eddie havia morrido e de sua antiga casa que havia sido partida ao meio e nada mais sobrara.
- Quanta morte... - Disse Alma perto da divisa entre o mundo invertido e o mundo deles.
Já não havia mais verde, apenas cinza.
Casas haviam se afundado, a parte que não havia sido destruída pela ruptura estava pendendo para o mundo invertido.
"Ele vai engolir Hawkins." Alma pensou. É muito mais grave do que ela havia pensado.
O ar nessa fronteira estava se tornando pesada, as gotículas sufocavam a ventania em uma espécie de vento pesado, sem sons.
As nuvens estavam pesadas e soltavam faíscas vermelhas.
Alma suportava as almas de algumas pessoas que haviam sido engolidas pela cratera pedindo para que voltassem a existência, mas seus clamores já estavam se apagando, impossível seria juntar cada gotícula de um ser. Alma não falava com espíritos, mas ela os percebia.
Onze estava com o semblante preocupado. Lucas transparecia ódio. Robin não se sentia mais confiante em entrar naquele mundo assim como da ultima vez, ela havia um encontro e de uma coisa que ela sabia era que o universo amava adiar encontros talvez até pela eternidade com casais apaixonados. Steve estava preparado para o que der e viesse, não deixaria de proteger Dustin. Dustin estava animado, havia esperança em contornar a situação, ainda mais com alguém que pudesse trazer vida aos mortos, contra isso, não deveria temer mais nada.
Alma sentia todos, desde que havia nascido de novo. Ali, ela sentia o medo, o luto, a coragem, arrependimento e a que ninguém podia matar, a esperança, vindo de Dustin. Ela o olhou e focou nele, se tudo o que sentisse fosse esperança e coragem, assim como quando saiu de sua casa para derrotar ele, ela não precisaria de mais nada.
A amizade deles era bonita, Alma sentia união. Todos eles amavam uns aos outros, menos On e Robin, que não se conheciam o bastante, mas Alma tinha certeza de que com mais tempo ambas seriam amigas. Não era isso que ela sentira por um bom tempo, só sua mãe já bastava, mesmo assim era diferente porque sua mãe não tinha sua idade. Até mesmo na escola Alma nunca foi de ter amizades. Seus colegas a achavam estranha e medonha por conta de seus vários amuletos, roupas estranhas e coisas estranhas. Alma sofria bullying, mas nunca usou seus poderes neles, pois sabia que eles eram apenas crianças.
Alma queria apenas pular e trazer de uma vez por todas o amigo de Dustin, mas esperou, por On.
- O que vamos fazer agora.
- Entrar, ué. - Dustin falou.
- É perigoso demais. Não sabemos o que tem no outro lado agora. Deixe que eu e Alma lidamos com isso. - On disse.
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E se... (O despertar dos mortos)
Fanfiction012 despertou de um sono profundo após o ataque de 001. Mal sabia ela que esse seu despertar era nada menos que uma nova habilidade. O despertar dos mortos. Alma, como prefere ser chamada, correu para bem longe de Hawkins. Onde 001 não pudesse à ou...