Capítulo 10 (O homem na janela)

17 1 0
                                    

- Preferiria ficar no outro carro com a Robin, em vez de ficar ouvindo esses... - Reclamou Érica perto de Argyle, Jonathan e Nancy. A estrada parecia maior que antes, ou era porque ele estava com fome mesmo depois de ter comido um grande hambúrguer.

- Quer que eu pare o carro e chame a loura? - Argyle disse vacilando na voz.

- Não! Jesus.

- As coisas estão mais confusas agora. - Disse Nancy a Jonathan. - Espero que quando tudo isso acabar, a gente consiga ir para uma boa faculdade longe daqui.

Jonathan suspirou e olhou para o lado.

- Ih, - Argyle arregalou os olhos vermelhos. - lá vem DR.

- O que foi, Jonathan? - Nancy perguntou.

- É que..., eu não quero deixar meus amigos, meu irmão e minha namorada longe.

Will percebeu que estavam falando de assuntos sérios, mas não quis se intrometer e voltou a conversar com Mike e Lucas.

Nancy permaneceu em silêncio, não era o que esperava.

- Você não viu como é ruim estarmos separados? Eu quero estar para eles, para você. Eu não quero ir, Nancy.

- E você vai desistir de seu futuro?

- Eu não vou desistir, eu só quero, só quero que todo mundo fique junto por um tempo.

Nancy ponderou sobre o assunto. Tudo o que ela queria era independência e estabilidade. Ela pensou que com Jonathan ao seu lado, tudo ficaria mais fácil e ainda mais divertido e prazeroso, mas agora, o mundo dela havia desabado. Precisava pensar melhor. O que eles queriam dela? Antes estava indecisa por causa que não sentia o toque de Jonathan por um tempo e ficou abismada com o fato de Steve querer seis filhos e morar praticamente numa fazenda.

- Nancy, você compreende?

- Eu preciso de um tempo para pensar. Só isso.

Não era isso que ela queria, ela não queria ficar em casa cuidando de seus filhos enquanto esperava seu marido voltar. Essa deveria ser apenas uma parte de sua vida e não toda. Como ela poderia encaixar seu sonho de ser uma ótima escritora ao sonho de agora de Jonathan de ficar perto dos seus? Ela compreendia, mas ela não poderia colocar as vontades de Jonathan em sua frente.

Nancy foi se sentar perto dos meninos e Jonathan concordou em deixá-la pensando por um tempo. Talvez não fosse necessário apenas ela pensar, eles poderiam conversar, mas Jonathan não queria invadir o espaço de Nancy.

Érica ouviu "sem querer" a conversa deles e foi se sentar ao lado de Nancy.

- No final, quem temos que escolher sempre somos nós mesmas.

- Do que você está falando?

- De Steve, de Jonathan, de suas faculdades, de você mesma.

Nancy apenas a encarou.

- Eu sou o olho que tudo vê. - Érica disse apontando para si mesma. - E o que eu tenho visto é que você anda bastante indecisa.

- Eu não ando indecisa. Eu só preciso...

- Falar pra ele.

Nancy por um momento quis chorar. Mas não fez, apenas ficou com os olhos marejados.

- Porque sempre fazemos escolhas desde o começo, só não sabemos qual é e como prosseguir.

- É um mundo difícil, garota.

- Não me diga que é tão fácil assim, porque eu não vou desistir de nós dois assim. Existe um jeito. Eu sei.

Mike olhou para Nancy, preocupado. Com certeza era algo que Jonathan havia dito. Era assim, simples. Uma hora o relacionamento poderia estar bem, em uma pizzaria e em outro momento eles poderiam simplesmente estarem em carros separados.

E se... (O despertar dos mortos)Onde histórias criam vida. Descubra agora