episode 1

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Aqui estou eu, encurvada no chão frio, à procura de um grimório que Katherine pediu que eu levasse até ela em Mystic Falls. O mero pensamento no lugar me faz arrepiar. Havia dito que não a acompanharia, que não participaria de suas intrigas desta vez-mais uma mentira.

— Tem que estar por aqui — sussurro, levantando-me.

Mexo nas estantes de grimórios e folheio com urgência um deles, avançando até a página 66.

—O feitiço deve estar aqui; tenho certeza de que está neste grimório— Meu sorriso vitorioso se estampa ao encontrar o feitiço que ela me pediu para levar até ela.

Antes de sair de casa pego uma bolsa e guardo o grimorio, então contorno meu Cadillac azul-bebê, aquela perfeição em forma de carro, entro no baby e dirijo-o rumo a um hotel próximo à entrada da pequena cidade. No horizonte, minha vista captura a grande placa: "Bem-vindo a Mystic Falls – Virginia". Uma verdadeira irônica mensagem de boas-vindas. Ao chegar no local hipnotizo a recepcionista para que ela me deixasse subir até onde Katherine estava hospedada.

— A sua falta de pontualidade sempre me irrita— ela sibila assim que atravesso a porta, invadindo a vasta suíte envolta em sombras.

— Desculpe se não me transformei no super-homem ainda— retruco, caminhando em direção à cama e sentando-me ao seu lado— O que você quer está aqui— digo, entregando-lhe o grimório que ela desejava.

—Amanhã visitaremos nossos queridos Salvatores— ela anuncia, com um sorriso malicioso brincando em seu rosto.

—Salvatore... esse sobrenome ainda me causa arrepios— resmungo, revirando os olhos enquanto a sombria memória ressurge.—E essa 'cópia' sua? Você já a conhece?

—Só por fotografias— ela responde, apontando para uma mesa repleta de imagens espalhadas—Estava te esperando para que o show começasse.

Levanto-me e caminho em direção à mesa, reorganizando as fotos em fileiras.

—Esse deve ser Matt, o humano—comento, indicando um rapaz loiro— E aqui, a bruxa Bennett—digo, movendo o dedo em direção à morena sorridente—Caroline, a popular e desprezível—concluo, colocando a última fotografia de lado—E por fim essa é a Elena, sua cópia fiel mesmo, até demais...

— Claro, minha cópia mal feita—Katherine confirma como se fosse algo trivial.

Reviro os olhos, me aproximando e pegando o grimório de suas mãos delicadas.

— Você poderia se passar por Elena e enganá-los, seria uma entrada perfeita. Aposto que eles ainda sentem algo...—digo, lembrando da sombria conexão de Kat com os irmãos salvatore's.—Faz todo sentido, na verdade.

— Damon tenho certeza—Katherine concorda—Ele arruinou nossos planos, abrindo o túmulo na pior hora possível.

— E a selenita?—pergunto, fechando o grimório e observando a jovem diante do espelho.

— Quase, meu lobisomem está atrás dela—Katherine diz de forma despreocupada observando as unhas.—Acredito que Klaus não irá recusar essa proposta já que estamos entregando tudo o que ele precisa em uma bandeja de prata. Um lobisomem? Temos um. Uma bruxa? Também. Uma cópia minha? temos. E vampiros encontra-se em qualquer esquina.

— Conhecendo Klaus, ele pode recusar e nos matar junto com a oferenda—argumento como se fosse óbvio—Seria melhor fazer um acordo com Elijah. Ele é um homem de honra, que cumpre sua palavra. Pena que ele deseje Klaus morto, eu considero isso um desperdício. Você já reparou sua forma física? É uma visão perfeita—murmuro, com uma pontada de desejo em minha voz.

—Não se envolva com o inimigo, Kimberlly—Katherine protesta de imediato—Ele nos quer, mas não da maneira que você imagina. Ele me persegue há mais de 500 anos, e não quero nem imaginar o que faria contigo. Ele não será distraído tão facilmente.

— Será?—retruco, um sorriso escuro se formando em meus lábios enquanto me deito, esticando uma perna sobre katherine.

...

A inquietação paira em meu interior enquanto meus pensamentos vão e vêm como uma sinfonia de tormentos. Não é medo o que sinto; é algo mais visceral, um ardor de expectativa. Solto um suspiro derrotado, aceitando a inevitabilidade do sono que não virá. Levanto-me com cautela evitando fazer movimentos bruscos para não acordar a adormecida ao meu lado, e dirijo-me em direção à varanda. Me apoio no parapeito, a tranquilidade da noite me acariciando com sua fria serenidade, enquanto acendo um cigarro. Fecho os olhos, permitindo que a brisa gélida do crepúsculo me envolvesse como um véu, amando seu sussurro sombrio na escuridão. Solto a fumaça lentamente, meus pensamentos se alinhando como soldados em formação.

—Preciso de mais poder. Eles têm uma Bennett — e ainda que não acredite que ela seja um obstáculo, o poder nunca é demais; quanto mais, melhor.

Apago o cigarro, encerrando a pausa momentânea e saindo da sacada, fecho a porta com suavidade, abrindo a do quarto que levava à área externa da suíte. Visto minha jaqueta, avaliando os próximos passos do que fazer e onde ir.
—O bar me aguarda, com suas promessas de álcool e alimento.
Por sim decido caminhar, deixando a noite me envolver em seu abraço escuro enquanto a solidão paira ao meu redor. Não deve ser tão longe, já que consigo ouvir uma música ao longe.
O pequeno bar está animado para uma noite de segunda-feira. Me aproximo do balcão, pedindo uma dose de bourbon, e observo a multidão em busca de qualquer coisa que desperte interesse. Um sorriso malicioso se forma em meus lábios ao detectar a energia de um lobisomem no banheiro feminino. Viro meu copo, sem degustar seu conteúdo, e me dirijo em direção ao sinal de vida que me chama. Entrando no banheiro, me deparo com uma cena lamentável: um homem tentando forçar seus lábios em uma jovem moça que recua.

— Hoje é o seu dia de sorte — o homem se volta para mim, seu sorriso repugnante se ampliando. Eu reviro os olhos, me aproximando da cena com o domínio de um predador.

— Eu diria que é o seu último, e não o seu dia de sorte — murmuro, imobilizando-o contra a parede com uma força não-humana. — Não grite e não fuja, me aguarde em uma das cabines — ordeno à jovem mulher, minha voz envolvendo-a em seu enfeitiço.

O lobisomem, agora sem seu escudo humano, cai aos meus pés, gemendo em agonia ao segurar sua cabeça com as mãos. — Oh, você parece não estar se divertindo, criatura — comento com um riso cruel.

— Eu vou te matar, filha da puta — sua voz ressoa, cheia de ódio. Reviro os olhos novamente, irritada com a voz do homem. — Você vai se arrepender de ter me conhecido — suas palavras se transformam em um grito de dor quando meu toque absorve sua essência, transferindo-a para meu amuleto.

Quando seu corpo já não tem nada a oferecer, ele cai ao lado do homem inconsciente. Me dirijo à cabine onde a moça me aguarda em transe, alimentando-me de sua energia vital, deixando o corpo sem vida ao lado do outro.
— Incendia — comando, concentrando minha força nos corpos inertes. Em um abrir e fechar de olhos, as chamas os consumem, espalhando-se pelo banheiro.
Saindo sem ser notada, retorno ao apartamento, deixando-me cair na maciez da cama, permitindo que o sono me envolvesse


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espero que gostem, estou reescrevendo a fic... aceito críticas e ideias

Always And Forever~Klaus M.Onde histórias criam vida. Descubra agora