Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 4

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— Missão cumprida dentro do prazo, recrutas! Sua equipe ficou em décimo quarto lugar. — Anunciou o oficial, de pé no marco final da prova.

Park abaixou a cabeça, aceitando a notícia com resignação. Ao seu lado, Sunoo ainda se recusava a aceitar a informação. Tentou uma última vez:

— Décimo quarto lugar? Não houve algum engano?

A resposta veio seca.

— Décimo quarto lugar, foi o que obtiveram.

— Todo o meu esforço para isso? — o moreno murmurou com a voz contida, enquanto se afastava, reprimindo o impulso de expressar abertamente sua indignação. — Que calamidade...

Jimin manteve a postura, mas havia um leve sinal de desconforto passando por seu olhar antes de se voltar para o oficial.

— Senhor, poderia nos informar qual equipe conquistou o primeiro lugar e em quanto tempo? — perguntou o loiro, respeitosamente,

— Chegaram no início da tarde, foi uma equipe que demonstrou uma coordenação sólida. Pausas estratégicas e cooperação constante foram a chave do sucesso.

Jimin imediatamente lançou um olhar inquisidor para Jungkook, cujo rosto endurecido traía sua frustração.

— Estão vendo aquela construção? — perguntou o soldado, apontando para uma casa parcialmente visível a metros de distância, suas sombras alongadas ao sol poente. — Trata-se de uma das acomodações dos recrutas. Usem os itens de primeiros socorros na caixa á entrada caso precisem de tratamento.

O grupo assentiu, e sem delongas seguiu em direção à construção. O sol começava a se pôr, mergulhando a paisagem em uma penumbra suave. Sunoo, embora mais calmo, ainda carregava um ressentimento visível, enquanto seus companheiros, imersos em seus próprios pensamentos, avançavam em silêncio.

Entraram pela porta de madeira maciça, desgastada pelo tempo, e encontraram um ambiente amplo com um ar de antiguidade. Bancos de madeira rústica rodeavam uma mesa simples, com alguns alimentos básicos. O espaço acomodava um número considerável de recrutas, que conversavam em voz baixa em pequenos grupos.

Os jovens se dispersaram pelo ambiente, buscando atender suas necessidades básicas, enquanto Jungkook permanecia isolado, encostado à janela, observando a lua.

À medida que a noite avançava, o esplendor lunar, embora fascinante, despertava em Jeon uma sensação inexplicavelmente latente. Ele mordiscava lentamente a parte interna do braço, tentando aliviar o desconforto causado por suas presas afiadas, desproporcionais para sua boca.

Ele notou Jimin se aproximar carregando uma caixa de primeiros socorros e com a testa franzida em sinal de dor. O irmão se agachou diante dele, estreitando os olhos.

— Não se machuque dessa forma, Jungkook-ah — Tentou encontrar os olhos escuros sob os fios desalinhados do irmão mais novo. — Estenda o braço para mim, preciso ver o ferimento.

Jungkook se virou bruscamente, recusando a aproximação.

— Me deixe em paz.

O fio de sangue escorrendo pelo braço do garoto, juntavam-se as manchas vermelhas no chão. Park esfregou a testa, em sinal de frustração.

— Eu sei que seu corpo se recupera rápido, mas você está acabando com seu braço — insistiu. — Não posso ficar aqui parado vendo você se ferir assim.

Jungkook ergueu a cabeça com desprezo. Aquela preocupação parecia ridiculamente falsa, como o de todas as pessoas vazias que cruzavam seu caminho. Em momentos como aquele que se convencia de que suas mortes não o condoía.

JIkook - Meu doce irmão adotivo Onde histórias criam vida. Descubra agora