JIkook - Meu doce irmão adotivo

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 7

  O primeiro dia de descanso dos recrutas amanheceu em um domingo ensolarado. Os raios solares suaves do entardecer acariciavam a grama onde Jungkook estava deitado, descansando os olhos. O calor ameno, combinado com a brisa refrescante, trazia um prazer relaxante, e o silêncio ao seu redor se tornava uma barreira preciosa contra qualquer intrusão em seu momento de paz.

— Parece que Jungkookie esqueceu de seu Hyung. — A voz de Jimin sussurrou, perto demais, acariciando seus ouvidos.

Um leve arrepio percorreu o corpo de Jungkook, como se aquela voz preenchesse o dia até então pacífico com uma doçura pérfida. Ele não abriu os olhos. Recusava-se a ceder às sensações insidiosas,como se fossem desenhadas apenas para provocá-lo. Gostar delas seria, no mínimo, estranho.

— Eu não me esqueci do Jimin — respondeu simples.

— Pelo visto aquele seu jeito fofo de me chamar de Hyung já foi para o brejo, não é? — Park sacudiu a cabeça, mas não havia verdadeiro descontentamento em sua expressão, apenas uma ligeira provocação. — Mas veja só, seu irmão mais velho até que não está indo mal. — Concluiu, orgulhoso.

Jungkook, cedido pela curiosidade, se sentou no gramado. Os músculos de suas pernas delineavam-se sob a calça militar, revelando uma virilidade involuntária. Seu olhar logo pousou na medalha dourada na mão do rapaz.

— Sabe o que é isso? — Sua voz estava macia demais para que soasse apenas normal.

— Como eu não saberia? — respondeu no mesmo tom gentil, como se aquela suavidade fosse envolvente a ponto deixá-lo instigado a retribuí-la.  Era estranho reconhecer que, há poucos dias, começara a se sentir atraído pela carência e sentimentalismo do irmão, qualidades que antes lhe pareciam irritantes. Poderia negar isso eternamente.

— O tenente Choi disse que está orgulhoso de mim.

— Isso faz você se sentir mais homem, não é? — perguntou com uma simplicidade que soou sincera. Ainda assim, o rubor subiu ao rosto de Jimin.

— Não tenho certeza se é isso o que eu deveria sentir — respondeu, a voz saindo mais alta, como uma nota áspera quebrando o ritmo antes doce da conversa. Odiava a ideia de que, em um momento de fraqueza, havia revelado um segredo tão íntimo a Jungkook.

— É uma pena que eu não possa usar. — Jimin desviou o assunto, agarrando-se à primeira ideia que lhe veio à mente — O cordão arrebentou, Jungkook-ah

— Posso ver? — pediu-lhe.

Jimin entregou a medalha a Jeon, que, com olhar atento, começou a esmiuçar cada detalhe do objeto reluzente. Enfiou a mão no bolso e, em seguida, puxou o colar de cor negra que mantinha ali, cujos detalhes eram simples, mas ainda assim chamativos pelo refinamento do material. Jungkook uniu a corrente à medalha com destreza, fixando-a com precisão. Quando completou sua tarefa, devolveu o conjunto ao jovem.

— Tente colocar.

O loiro correu os dedos pelo metal frio, admirando como os detalhes realçavam a peça.

— Parece uma joia de verdade. — balbuciou, tentando disfarçar a excessiva admiração.
Sem demora, tentou prender o colar ao redor do pescoço. O fecho diferente de qualquer outro que já tivesse visto, tornou a tarefa complicada.

— Se é uma joia ou não, vamos saber com o tempo. Vire eu vou colocá-la em você. — Jungkook tirou a peça das mãos de Park .— Você é muito mole.

— Mole porque sou cuidadoso? — O loiro virou de costas, sorrindo crítico — Se fosse você tentando fazer isso, teria arrebentado o fecho com a sua impaciência infantil.