Capítulo Dois.

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Narradora ON:
Londres, 20:48 da noite.

Harry teve uma emergência no hospital e precisou sair correndo e deixar Bolinha sozinho, ou melhor, deixar Draco cuidando dele, o que poderia dar de errado?

— Você é um bichinho engraçado, sabia? — o alfa murmurou, encarando a bolinha de pelos preta dentro da gaiola. — Você é rechonchudo... — pensou em passar a mão no porquinho-da-índia mas se lembrou da mordida que levará no dia em que foram apresentados. — Até que é fofo. — Bolinha mexeu o nariz e deu as costas para o loiro, que resolveu dar espaço para seu novo " filho" .

Draco passou duas horas cuidando do pequeno animal, hora ou outra ele se sentava na cama e deixava que o porquinho-da-índia passeasse pela cama grande, achando fofo como ele parecia encantado com esse novo território. Harry chegou por volta das 22:20, Malfoy, como o bom galanteador que é, não perdeu a oportunidade de fazer um jantar para o ômega, exibindo seus dotes culinários.

— Vocês se deram bem hoje? — Potter perguntou, acariciando Bolinha enquanto assistia o loiro preparar o jantar.

— Olha, hoje ele não me mordeu, eu considero isso um bom avanço. Ele até deixou eu dar capim 'pra ele. — explicou, cortando em pedaços pequenos a cebolinha.

— Que gracinha... eu ainda quero ver essa cena pessoalmente. — riu, colocando o porquinho-da-índia na gaiola, se aproximando sorrateiramente do loiro, que estava concentrado no fogão. Harry circulou timidamente os braços envolta da cintura do alfa, aspirando o cheirinho de maçã verde que era exalado pelas glândulas de aroma. — Você é cheiroso. — murmurou.

Draco respondeu com um risinho curto, o loiro estava ocupado demais tentando não desmaiar, seu rosto antes pálido se encontrava vermelho e seu coração batia forte.

— E-então, como foi lá no hospital? — puxou assunto, tentando disfarçar seu entusiasmo.

— Sinceramente... uma bosta. — riu sem graça.

— Porque? O que aconteceu? — mexeu o molho vermelho na panela, fazendo um cheiro delicioso se impregnar no ar.

— Paciente grave... muito grave... ele não vai sair dessa. — suspirou. — Eu queria ser otimista, mas, dessa vez não dá.

— O que o paciente tem?

— Tumor cerebral... inoperável.

— Então, você é neuro? — perguntou, andando devagar - para que Harry acompanhasse seu passo. - até a pia, para coar o macarrão.

— Sou sim... — apoiou a bochecha nas costas de Malfoy, suspirando cansado. — As vezes eu queria não ser médico... — choramingou.

— Ei, não diga isso Harry... você fez o que estava em seu alcance, você não pode salvar todo mundo...

— Eu sei... — lamentou. — Mas eu queria tanto.

— Sinto muito por isso Hazz... muito mesmo, eu não sei muito bem o que dizer sobre isso, mas, eu estou aqui por você, 'pra te apoiar, sim? Pode contar comigo sempre.

— Obrigado... — Harry corou, tanto pela declaração quanto pelo apelido. — Está com um cheiro ótimo... — comentou.

— Modéstia a parte, está mesmo. — riu. — Agora, pequeno coala, pode me soltar para que eu termine nosso jantar?

— Ah sim, claro. — se afastou sorrindo envergonhado, logo tratando de ajudar o loiro a servir os pratos.

Após o macarrão com molho vermelho ser servido, Harry se sentou na bancada da cozinha para comer e Draco continuou de pé, apoiado não muito longe do moreno.

— Isso aqui 'tá incrível. — Potter sorriu, lambendo os lábios sujos de molho vermelho. — Você tem um dom para cozinhar.

— Obrigado... fico feliz que tenha gostado. — o loiro observava o ômega comer tranquilamente, Harry era uma obra-prima.

— Sabe, você não precisava ter feito isso... você já cuidou do Bolinha, não quero abusar da sua boa vontade. — confessou, corando levemente. — Quer dizer, eu agradeço por isso, mas, você trabalha e tem sua vida.

— 'Pra ser sincero, meu trabalho só exige meu cérebro e minha fala. — deu de ombros.

— Eu não faço ideia do que você faz...

— Eu sou professor de francês, para empresários e essas coisas. Muitas empresas me contratam para ensinar seus empresários, eles precisam aprender pelo menos o básico, por causa dos negócios. E as aulas são todas online.

— Olha só, você fala francês... entendi de onde vem toda essa sua elegância. — riu, levando a última garfada de macarrão a sua boca.

— Minha elegância? — riu, deixando seu prato dentro da pia, se arrastando para mais perto do ômega.

— Uhum, olha 'pra você, todo elegante, seu jeito... — sorriu, sentindo o loiro pegar o prato vazio de sua mão e o deixar na pia, logo voltando ao seu encontro. — Você é o próprio significado de elegância... — piscou os olhos verdes, observando o rosto do loiro, prestando atenção em todos os mínimos detalhes.

— Ah, para com isso. — riu.

— Mas é verdade. — deu de ombros, abrindo levemente suas pernas. — Vem cá. — chamou, contendo um sorriso enquanto suas bochechas ganhavam um tom avermelhado. Draco sorriu de canto, se encaixando no meio das coxas de Potter. — Eu posso assistir uma das suas aulas? — pediu. — Por favor, eu ficou bem quietinho.

— Claro que pode. — sorriu. — Já pode parar com os olhos de cachorrinho. — esfregou seus narizes. — Não é engraçado? Nos conhecemos há uma semana mas parece que nos conhecemos desde sempre... é tão incrível. — os olhos acinzentados brilhavam ao olhar para o ômega. — Você é incrível, não posso
imaginar não te conhecer Harry.

— Tecnicamente você não me conhecia até me salvar semana passada. — riu soprado, entrelaçando suas mãos com as mãos do loiro.

— Te conhecia sim, 'pra mim, antes de saber seu nome, você era o " Vizinho viciado em jardinagem" .

— Ei! Eu só cuido muito bem do meu jardim! E da minha mini-horta.

— Toda vez que eu olhava pela janela você estava no seu jardim, cavando e regando.

— Melhor do que o seu, que só tem grama. — zombou.

— Porque você não faz um jardim 'pra mim? Já que você é tão bom com isso, eu adoraria ter meu jardim cuidado por você. — Malfoy tocou a pontinha do nariz do ômega com seu dedo indicador.

— Só faço se você me ajudar. — sorriu, entrelaçando seus braços no pescoço do loiro.

— Eu ajudo. — sorriu, deixando um selinho nos lábios de Potter.

xxx

— Muito obrigado por hoje... por cuidar do Bolinha e pela janta maravilhosa. — Harry sorriu, ajeitando a gaiola em seu colo, o moreno estava se despedindo do alfa.

— Disponha... eu adoraria cozinhar 'pra você mais vezes.

Potter riu, se inclinando para dar um último beijo em Draco.

— Boa noite Dray.

Bonne nuit chérie. — o loiro beijou a testa do ômega. — Tchau Bolinha. — se despediu da bolinha peluda que já estava adormecida.

Continua...

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