Amanheça!

Capítulo 10 - Prova de Confiança

Quinta-Feira, dia 26 de Outubro, 7:15 da noite

Escola Pública de Carten.

O grupo se manteve em silêncio por um tempo, tinham muitas dúvidas em suas mentes, o que Rose estava fazendo na escola? Por que ela estava ajudando eles? Ela não parecia assustada ou triste, diferente de todos. Por que só ela estava tranquila e calma? Podiam confiar em alguém, que se comportava tão naturalmente numa situação como essa?

— Eu me apressaria, — avisou Rose, com voz firme. — no ritmo desse sangramento, seu amigo sentado não vai aguentar muito tempo.

Guardando suas suspeitas para depois, Mei balançou sua cabeça para os dois lados e rapidamente pegou a chave perto dos pés de Tomy e encaixou-a na fechadura da porta. Respirou aliviada! Era a chave certa! Agora poderiam tratar de Jimmy e Drake.

Tomy se abaixou e colocou o braço de Drake contornando seu pescoço, levantou-se devagar, tomando o devido cuidado, e o levou para dentro do laboratório. Entrou e colocou Drake sentado em uma das cadeiras que havia na sala, indo para a estante onde ficavam curativos, kits de sutura e esterilizantes. Mei correu para o freezer na lateral esquerda, levantando a tampa pesada, se pendurando e pegando no fundo dele uma caixa que dizia "Vacinas e soros" e um pequeno vidro com antibióticos.

Jimmy foi logo atrás deles, entrou na sala e se sentou em um dos bancos que ficavam na lateral direita, enquanto que Rose, ficou encostada na porta, alternando sua visão entre o grupo e o corredor.

— Me pergunto se essa foi uma boa ideia... — pensava ela. — logo de cara a primeira atitude deles foi abrir completamente a guarda.

Tomy abriu um pequeno pacote com gazes, dobrou-as e as molhou com o líquido de um frasco que pegou na estante, depois, levantou a camiseta de Drake, e começou a passar a gaze em seu corte. Drake fechou seus olhos com força, aquilo estava doendo mais do que quando tinha sido ferido, mas ele teria que aguentar. Estava irritado por ter se tornado um fardo, como ele pôde ser ferido tão facilmente? Se sentia patético... abriu seus olhos e olhou para sua camiseta, a cor verde, ao menos nas áreas próximas ao corte, estava em um tom vermelho escuro... mas por que afinal, ele estava prestando atenção naquilo?

— Obrigado — pensou, olhando para Rose, que estava parada com as costas no batente da porta.

— Vai ser suficiente — pensou Tomy, ao terminar de dar pontos em Drake, o ferimento era fundo mas não muito largo.

Abriu uma caixa que tinha deixado em cima da cama e tirou várias ataduras, esparadrapos e outros itens de primeiros socorros.

— Preciso que levante. — pediu Tomy.

Drake se levantou da cadeira, atendendo ao pedido, e Tomy começou a fazer os curativos.

— Você vai poder se mexer, — advertiu Tomy. — mas precisa evitar movimentos bruscos, evite tencionar seus músculos.

Mei estava enfaixando o ferimento no braço de Jimmy, que era basicamente superficial. O que realmente a assustava era a mordida, tinha aplicado a vacina no braço dele e administrado os antibióticos, mas permanecia preocupada...

Se levantou e foi até a pia da sala, encheu dois copos com água e pegou caixas com remédios no armário. Indo até a cama onde Drake estava e o entregando para Tomy, junto com três comprimidos.

— O que é isso? — questionou Tomy.

Vitaminas e energéticos, eles perderam sangue, —explicou Mei. — precisam repor de alguma forma.