Capítulo 05 - Chamada de Emergência

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Quinta-Feira, dia 26 de Outubro, 5:20 da tarde

Estradas de Gimeni.

Seus olhos estavam tensos. Aquilo tinha sido repentino, o pedido de socorro tinha sido muito claro: era um caso de máxima urgência. Poucos minutos de atraso poderiam ser a diferença entre uma missão bem-sucedida e o peso de um assassino à solta em suas costas.

A polícia de Gimeni tinha sido acionada há poucos minutos e já estava a caminho da escola. Dentro da van, sentado no banco de couro ao lado de seus parceiros, Peter apertava sua arma em suas mãos.

As orientações do comandante eram as seguintes: Quando chegassem, a escola já estaria esvaziada e todas as portas de entrada e saída trancadas, então, eles deveriam deixá-la interditada, ninguém entraria, e ninguém sairia. Era o melhor jeito de fazer isso sem nenhum policial se ferir, uma vez que as leis de direitos humanos da cidade proibiam abrir fogo contra bandidos sem dar-lhes um tempo de no mínimo 2 horas para se renderem.

A van estava em alta velocidade, já era o segundo caso na escola em menos de dois anos, e na última vez, não chegaram rápido o suficiente, por conta da escola e o departamento de polícia ficavam quase em pontos opostos da cidade.

O nome do departamento de polícia de Gimeni cairia em desgraça se não fossem eficientes dessa vez. Ficaria na história da cidade, as pessoas comentariam sobre isso por muito tempo, os envolvidos seriam lembrados.

— Como se eu me importasse com isso — dizia a si mesmo.

Peter não tinha entrado na polícia com a intenção de ser conhecido ou admirado, ele sequer tinha o "espírito de fazer o que é certo" que pensam que policiais tem. Na verdade, o único motivo de ter entrado na polícia é porque precisava de dinheiro. Havia se mudado havia pouco tempo para a cidade e tinha que conseguir um trabalho.

— Eu nunca pensei que as leis da cidade pudessem ser um obstáculo tão grande em nosso caminho — pensou ele, olhando para seu reflexo nas janelas da van. Ele era um homem de 35 anos, de 1.80 de altura, tinha a pele parda e cabelos em corte militar, olhos pretos e um bom físico, resultado do treinamento tático que recebeu após ser aceito na polícia.

Peter se forçou a parecer um policial quando deixou sua cidade de nascimento. Depois de ser formar em Engenharia Civil, mudou de ares e acabou não conseguindo um emprego como engenheiro. Por necessidade trocou sua aparência engomada pela de policial, junto com quase tudo que o fazia ser quem ele era.

Até então, só tinha sido convocado para casos de pequenos traficantes, ladrões desarmados, maridos agressivos, desacatos... "situações fáceis". Era sua primeira vez em um caso de assassinato, e o assassinato de uma adolescente.

Falhar nessa missão seria imperdoável para qualquer um.

Guardou sua arma em seu coldre e olhou para a o céu pela janela da van. Começava a ficar escuro, com a chuva ainda caindo e as nuvens cobrindo todo o céu, o dia chegava ao seu fim.

— Quanto tempo terei para me recuperar desse caso... — pensava ele. — antes de ser chamado para o próximo?

Parou de olhar para o céu, voltou seus olhos para dentro da van e olhou para seus parceiros, todos vestidos com o uniforme do Departamento de Polícia: calças e coletes táticos azuis, com coldres para pistolas na cintura e calçados com botas pretas feitas para serem resistentes.

Prestou atenção às expressões de seus parceiros: alguns mostrando uma insegurança como a dele, outros ansiosos para um caso dessa importância, e outros indiferentes, como se já tivessem feito aquilo milhares de vezes.

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