Capítulo 11 - Aquele que Nunca Mente

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Quinta-Feira, dia 26 de Outubro, 7:40 da noite

Escola Pública de Carten.

Atrasados e quase sem tempo... 20 minutos no máximo? Drake não parava de checar seu relógio enquanto eles desciam a escada para o primeiro andar. Aquela ida ao laboratório tinha atrasado muito eles, tudo que podiam fazer agora era acreditar que aquele plano daria certo, se eles conseguissem chegar aos esgotos antes das 8:00, eles estariam salvos!

Rose tinha tomado a dianteira, ela andava em frente ao grupo apontando a arma para os todas as direções assim que passava por uma porta.

—É muito improvável que ele tente alguma coisa agora — pensava ela — mas não podemos vacilar.

Ela terminou rapidamente de descer as escadas e continuou andando pelo corredor, ignorando os inúmeros ratos que passavam por suas botas, até chegar na porta dupla de metal que dava acesso aos jardins da parte de trás da escola, colocou a arma entre sua cintura e sua calça e pegou seu molho de chaves.

Mei e Jimmy, que estavam logo atrás dela, desceram rapidamente as escadas, e deixando, sem perceber, Tomy e Drake para trás, foram até a porta de metal junto de Rose, que já tinha pego a chave da porta e tentava destrancá-la.

Tomy, desceu as escadas caminhando devagar, e, ao chegar no corredor, parou de andar. Sua atenção foi atraída para o chão, os ratos se movimentavam para todas as partes, mas... tinha uma direção para a qual muitos deles iam ao mesmo tempo.

Drake chegou logo atrás de Tomy e notou o garoto imóvel, com os olhos melancólicos, olhando fixamente para um ponto. Acompanhou a trajetória dos olhos dele, e percebeu o que ele estava pensando, ratos... muitos ratos entrando no banheiro feminino... o banheiro onde... eles sabiam o que aquilo significava.

Antes de dizer qualquer coisa, Drake se lembrou de algo importante... que poderia condená-los, ele podia não ter ligado para isso antes, mas agora faria uma grande diferença. Deixou o grupo por alguns instantes e, engolindo seco foi até o banheiro. Voltou segundos depois segurando sua blusa, agora, com partes dela avermelhadas, ele queria muito não ter dado uma segunda olhada...

— Vamos! — chamou Rose, destrancando a porta e correndo para o lado de fora, seguida por Mei e Jimmy.

— Faça isso por ela! — disse Drake, colocando a mão em cima da cabeça de Tomy, e em seguida puxando ele pelo braço para correrem para o lado de fora. Decidiu que, Tomy estando bem ou não, eles poderiam conversar, mas só depois de saírem.

Correu puxando Tomy e passou pela porta de ferro, que assim que eles saíram, foi fechada silenciosamente e trancada por Rose. Desceram os três degraus que havia logo depois da porta e olharam em volta; não muito diferente do lado de dentro da escola, estava muito escuro, mas agora, podiam ver a luz da Lua, e a iluminação das ruas do lado de fora. Apesar de ainda estarem presos, todos estavam aliviados de não estar mais lá dentro, estavam a cerca de um passo do fim de tudo aquilo, o ar puro e fresco do lado de fora dava sua contribuição para sentir que o pesadelo estava terminando.

Rose checou seu relógio enquanto descia os degraus.

— 10 minutos... — falou baixo, começando a correr pela grama para o outro lado do jardim, onde havia uma tampa de bueiro, a saída.

Jimmy correu logo atrás de Rose, ajudando a levantar a tampa, tomando cuidado para não emitirem sons, levantaram a tampa e a colocaram devagar na grama.

— Vão em frente! — mandou Rose.

Todos se entreolharam, esperando alguém tomar a iniciativa, olharam para o bueiro, não era possível ver o fundo dele, quem desceria primeiro?

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